Ao realizar a leitura de contos de fadas para alunos de Ensino Médio, como professora de Filosofia, vi não apenas o gosto que tinham pelo momento, como também os contributos que esses textos tinham a oferecer na formação da consciência filosófica, por sua apresentação imaginativa da realidade. Depois de uma acurada leitura aproximativa de textos filosóficos, chegamos a uma asserção de que a imagem pode ser propiciadora ou obstáculo ao conhecimento e de que a imaginação é veículo de interpretação das imagens. A presente dissertação busca, através da análise da obra Da Alma e de alguns outros textos de Aristóteles, não apenas conceituar o que é a imaginação e como a mesma é uma condição para o conhecimento, nem somente caracterizar as demais faculdades da alma que serão elencadas junto as suas funções, dentro da psicologia e epistemologia do estagirita, mas também através da compreensão desse processo, entender a importância de educarmos nossa imaginação como recurso ao Ensino da Filosofia. Na primeira parte desse trabalho, a partir da leitura de Aristóteles, procuramos desenvolver nossa hipótese de que há um processo de apreensão interna do saber humano, que precisa ser respeitado a ponto dos projetos educacionais deverem se basear nele. Procuraremos atualizar a questão proposta a partir do estagirita, recorrendo ao pensamento de dois filósofos/poetas, G. K. Chesterton e C. S. Lewis, no que diz respeito à importância da phantasia/imaginatio. Segundo esses escritores contemporâneos, há loucura, fuga da realidade e descompromisso com o ser nas culturas racionalistas e idealistas dos séculos atuais, em grande contraste com o que ocorre com a literatura fantástica ligada ao que chamam de “contos de fadas”. Com efeito, o homem moderno adquiriu rompantes de loucura, segundo a Ortodoxia de G. K. Chesterton (2018), que o faz rejeitar o universo e criar uma realidade paralela para si, segundo uma estrutura de pensar em que a razão moderna impõe um fosso entre o mundo que imagina e os princípios do ser. De C. S. Lewis nos aproximamos de obras como A imagem descartada (2015), O peso da glória (2017), e de seu opúsculo A abolição do homem (2005), objetivando pensar uma educação do homem que valorize o cultivo e exercício da imaginação, segundo as raízes mais profundas da experiência comum. A partir desses dois autores, procura-se explicitar como os contos de fadas clássicos são ricos de razoabilidade, porque são fruto de uma imaginação que se dispõe a intermediar a experiência do real e a razão, segundo uma tradição alimentada pelo senso comum, revalorizado por Aristóteles, Chesterton e Lewis. Por fim, na última seção da dissertação, essas discussões inspirarão uma pesquisa-ação, a ser realizada como seminários, conforme preconizados por Mortimer Adler (2014), descritos em seu texto Como falar, como ouvir, objetivando a utilização de textos fantásticos (mitos e contos de fadas) para a introdução à filosofia de estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Médio. Os textos serão lidos, inicialmente, em voz alta para, em seguida, em um exercício que envolve imaginação e pensar, servirem de base de discussão de problemas filosóficos ligados a subáreas da Filosofia, às quais os mesmos textos nos conduzem.

Essa dissertação tem como objetivo utilizar o componente curricular Projeto de Vida, presente no Novo Ensino Médio, como estratégia para o exercício do filosofar, tendo em vista que a Filosofia dispõe de uma carga horária reduzida, dificultando o estímulo para o pensar crítico, reflexivo e criativo. A reflexão filosófica permeia o conceito de constituição do self, do filósofo social George Hebert Mead (2010), a respeito da memória experiencial intersubjetiva, conceito presente em Medeiros (2016), a partir das orientações propostas para o Novo Ensino Médio Potiguar (2021), em que o Projeto de Vida não deve ser apenas o planejamento para alcançar objetivos profissionais, mas principalmente para despertar no sujeito o sentido à sua existência e constituir um Self . Assim, essa interface dar-se-á através das Diretrizes para os Itinerários Formativos em especial “O Projeto de Vida” articulada a filosofia social de George Herbert Mead (2010), como estratégia para o exercício do filosofar, formar protagonistas e consequentemente constituir um self social - no olhar para “si”, para o “outro” e para a sociedade. Tomando como base a busca de desenvolver a cidadania e a autonomia do aluno, unir a prática filosófica ao “Projeto de Vida” em torno da formação de vida do estudante. Dentro do currículo do Itinerário Formativo, abre-se a possibilidade de se trabalhar conteúdos que desenvolvam as áreas de anseios por meio de um da construção de um “Projeto para a Vida”. O trabalho almeja auxiliar na construção de um planejamento de suas ações, através de debates com temas que estão diretamente associadas à prática de vida, levando-os a pensar, elaborando estratégias que haja abertura de diálogo e que impulsiona a aquisição do conteúdo a ser trabalhado no Projeto de Vida, envolvendo temas do cotidiano dos estudantes, proporcionando uma busca de conhecimento e valorização de “si” e suas histórias de vida. Os conceitos que norteiam a pesquisa são do filósofo, sociólogo e da psicologia social, George Herbert Mead (2010), nos aspectos teóricos-metodológicos do interacionismo simbólico de Herbert Blumer (2017) , Mead e seus comentadores como Phillip (1996), Casagrande (2012), Medeiros (2016) e Dantas (2020); a Base Nacional Comum Curricular – BNCC; o Novo Ensino Médio Potiguar (2021); que visa a busca do conhecimento de “si” e a construção de uma identidade, por intermédio das relações sociais, e da construção da memória experiencial e histórica, como resultado das experiências de uma memória coletiva por Halbwachs (1990), a educação e a ciência articuladas à resolução de problemas. Estes conceitos devem ser mediados num ambiente de reflexão, escuta e diálogo na escola. Na teoria de Mead este processo de interação conduz o ser a construção de uma identidade, e estes vão colaborar para o crescimento pessoal e social dos alunos.

O presente trabalho investiga aspectos do ensinar e aprender Filosofia, no contexto do Novo Ensino Médio, em específico, no âmbito do componente curricular Projeto de vida. O ensino médio consiste no tempo de formação do sujeito, que oportuniza o desenvolvimento de habilidades necessárias para além dos muros da escola. Esta pesquisa possui natureza qualitativa, com uma perspectiva fenomenológica, fundamentada nos pressupostos filosóficos da Logoterapia, realizada através de ações educativas filosóficas, na Escola Cidadã Integral Cônego Machado, situada na cidade de Passagem-PB. A questão que nos orientou neste exercício formativo foi a reflexão acerca do trabalho com o componente curricular Projeto de vida, enquanto experiência filosófica em diálogo com o pensamento de Viktor Frankl, afim de identificar as contribuições para o ensino de Filosofia. Da mesma forma, buscamos uma melhor compreensão da atuação com o Projeto de vida, e o quanto a interface entre a Filosofia e a Logoterapia pode ser valiosa para os jovens estudantes. Para tanto, a fim de refletir sobre o papel da educação e o sentido de vida, buscamos a Logoterapia a partir das obras de Viktor Frankl (2021, 2011, 2016) e, além disso, pelo método fenomenológico de Husserl (2000). Dentre as intervenções educativas realizadas, listamos as seguintes atividades: Café filosófico, roda de conversa e viagem de campo. Após análise dos dados, em registro no diário de campo, consideramos que os alunos tiveram oportunidade para refletir e se desenvolverem enquanto pessoas e cidadãos, ao pensar sobre a capacidade de buscar sentido ao que acontece na vida e assumir as próprias escolhas com liberdade e responsabilidade. Diante disso, conclui-se que o trabalho realizado favoreceu o aprimoramento dos valores criativos, experienciais e atitudinais. O Projeto de vida possibilitou uma experiência filosófica com grande importância para os projetos pessoais e profissionais dos envolvidos, propiciou também a oportunidade de levar o ensino de Filosofia para além das paredes da sala de aula, percebeu-se então o quão relevante se fez para a vida dos participantes. 

O problema que motiva esta pesquisa é o desinteresse dos alunos do ensino médio pela leitura de textos filosóficos. Um fato frequentemente observado pelos professores de filosofia no ensino médio. Os alunos desenvolvem resistência quanto à disciplina de filosofia por meio das dificuldades de leitura que encontram diante dos textos filosóficos. Dessa forma, se distanciam da oportunidade de desenvolverem um pensamento mais crítico e reflexivo mediante o potencial filosófico. Nesse sentido, questionamos: quais estratégias podem ser criadas em vista de envolver os alunos com as temáticas dos textos filosóficos? É possível contribuir através do trabalho com a Pedagogia de Projetos para os alunos desenvolverem interesse pelos textos filosóficos? De que maneiras o ensino de filosofia no nível médio pode contribuir para a relação e aperfeiçoamento dos alunos com a leitura de maneira reflexiva? Para tanto, justificamos a pesquisa pelo potencial da filosofia em ser espaço de desenvolvimento de conhecimentos e de elaboração de pensamento crítico; bem como pelas possibilidades lúdicas que envolvem a Pedagogia de Projetos, visamos demonstrar que, através do trabalho com projetos didáticos, pode contribuir na superação do desinteresse dos alunos do ensino médio pela leitura de textos filosóficos; ao mesmo tempo, favorecer a superação de suas dificuldades de leitura que encontram diante dos textos filosóficos. Dessas inquietações propomos o seguinte Tema: “Ensino de filosofia: pedagogia de projetos em vista do incentivo à leitura reflexiva com estudantes do 2º ano do ensino médio em escola pública do Estado da Paraíba”, o qual pretende como objetivo geral: investigar e colocar em prática ação educativo-filosófica através do trabalho com a Pedagogia de Projetos didáticos frente às dificuldades de leitura de alunos de uma escola pública de ensino médio na cidade de Monte Horebe, no Estado da Paraíba, de resultantes no desinteresse pela leitura de textos filosóficos. Tomamos por base o pensamento do educador e filósofo John Dewey (1980), o qual defende uma educação democrática e capaz de dar sentido ao contexto histórico e social, ao qual os estudantes estão inseridos. Na proposta de trabalho com projetos, Nogueira (2008) fornece elementos essenciais para a elaboração de projetos de trabalho; já os escritos de Rodrigo (2009), apresenta os desafios de se ensinar filosofia no contexto em que as escolas atendem muitos alunos por sala de aula, e os argumentos de Cerletti (2009), um ensino de filosofia como problema filosófico. Trata-se, portanto, de pesquisa qualitativa com a metodologia da pesquisa-ação, a qual, de acordo com Ghedin; Franco (2011), tem o potencial de gerar em algum nível, transformações ao ambiente pesquisado. Ao final da pesquisa identificamos que, durante a execução do projeto, as habilidades de leitura e compreensão dos textos pelos estudantes foram ressignificadas. Os estudantes se mostraram mais envolvidos com as leituras propostas e, sobretudo, instigados a fazerem conexões entre os textos lidos e suas próprias experiências, enriquecendo ainda mais a discussão. Portanto, esse exercício filosófico se firmou como possível estratégia de motivação e maior envolvimento dos estudantes com a leitura e com o conteúdo filosófico proposto de maneira reflexiva.

 A presente pesquisa visa, numa ação filosófica-educativa, aplicar o que intitulamos de “Oficinas de Conceitos” com estudantes de Filosofia no Ensino Médio. Para tanto, a partir da perspectiva filosófica segundo a qual a Filosofia consiste na criação de conceitos, conforme propõem Gilles Deleuze e Félix Guattari na obra O que é Filosofia?, e seguindo a metodologia, que faria jus à pedagogia do conceito, elaborada pelo filósofo e educador brasileiro Silvio Gallo, foi desenvolvida uma ação filosófica-educativa com a turma da 2ª ano B do Colégio Menino Deus na cidade de Mossoró/RN. A hipótese que guia a pesquisa é a de que a ação filosófica-educativa baseada na “Oficinas de Conceitos” poderia propiciar aos estudantes de filosofia maior protagonismo na própria formação filosófica, pois a metodologia das oficinas exporia os estudantes a um ambiente mais ativo e criativo. Dessa forma, no processo de ensino-aprendizagem, os estudantes não seriam meros reprodutores e repetidores dos conceitos elaborados ao longo da tradição filosófica. Portanto, visamos trazer as Oficinas de Conceitos como uma metodologia ativa para ativar esse maior protagonismo, por parte dos estudantes, na disciplina de Filosofia, analisando sob a perspectiva deleuzo-guattariana o conceito de filosofia como criação conceitual.

Este estudo aborda o papel do pensamento filosófico no desenvolvimento de uma educação para a cidadania no Ensino Médio, sob a perspectiva de Jean-Jacques Rousseau. Para desenvolver este projeto foi necessário adotar uma metodologia que permita aprofundar a compreensão sobre o tema e coletar dados relevantes para a pesquisa. A justificativa para este estudo foi fundamentada na importância de uma formação integral dos estudantes, que vai além do mero acúmulo de conhecimentos técnicos e acadêmicos. Para o desenvolvimento deste trabalho, a pesquisa desenvolvida ocorreu junto aos alunos da terceira série do Ensino Médio de uma escola particular, a Escola Normal Rural, da cidade de Limoeiro do Norte-Ceará através da abordagem metodológica pesquisa-ação. O problema trabalhado e desenvolvido no projeto foi: qual o impacto do ensino da Filosofia, a partir das reflexões sobre Rousseau, no desenvolvimento de competências cidadãs e éticas dos estudantes do Ensino Médio? Foi utilizada a metodologia ativa da Aprendizagem baseada em problemas que oferece uma abordagem participativa e contextualizada para explorar o tema da filosofia no Ensino Médio, em consonância com a perspectiva de Jean-Jacques Rousseau. Essa abordagem estimula o pensamento crítico, a reflexão ética e o engajamento cidadão dos estudantes, contribuindo para uma educação mais significativa e transformadora. Os alunos foram divididos em grupos e desafiados a explorar a questão-problema por meio de pesquisas, discussões em grupo e análises de textos filosóficos relacionados. Os grupos foram incentivados a buscar soluções criativas e fundamentadas para o problema proposto, apresentando suas conclusões em seminários. O projeto dedicado ao estudo da filosofia de Jean-Jacques Rousseau trouxe resultados significativos e impactantes para os alunos do Ensino Médio. Ao longo das aulas, os estudantes puderam explorar profundamente os princípios educacionais propostos pelo filósofo, como a educação natural, a importância do contrato social e o desenvolvimento integral do indivíduo. As apresentações realizadas pelos grupos permitiram uma análise crítica e reflexiva sobre esses temas, destacando como as ideias de Rousseau ainda são relevantes na contemporaneidade.

O ensino de filosofia a partir da colaboração wiki é uma ação didática empregada por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação, em que por meio da aplicação de metodologia ativa os estudantes interagem com temática filosófica de forma prática e protagonista. O objetivo desse trabalho de pesquisa é examinar como o uso das tecnologias digitais por meio da colaboração wiki promovem aprendizagem de temas e conceitos filosóficos, nesse sentido, as TDICs representam uma oportunidade para se ampliar métodos de ensino e modos de aprendizagem na disciplina de filosofia através do uso das mídias digitais. Nesse estudo, defende-se a ideia de que a aplicação das tecnologias digitais no ensino de filosofia propicia aprendizagem aos estudantes. A metodologia é de natureza qualitativa, a abordagem é de estudo de caso. Realizou-se um estudo teórico-prático por meio da plataforma Moodle em que os estudantes vivenciaram uma experiência de aprender filosofia de forma ativa, interativa e cooperativa, com a finalidade de se compreender temas e conceitos filosóficos, a esse respeito, os resultados foram positivos, demonstraram o aprendizado dos discentes na disciplina por meio da colaboração wiki e pelo uso das tecnologias digitais. O estudo proporcionou aos estudantes aprendizagem de tema filosófico através das TDICs, assim como, o aperfeiçoamento de suas habilidades no letramento digital, uma competência essencial numa sociedade tecnológica.

A pesquisa intitulada A Filosofia como exercício espiritual em Pierre Hadot: Repensando o ensino filosófico com vistas à autonomia e à emancipação intelectual de alunos no ensino médio nasce das inquietações que frequentemente surgem no imaginário e da experiência de professores e professoras. Assim, frutos da atuação docente, diversas questões e problemas inerentes à educação implicam o professor que, em maior ou menor grau, passa a buscar encaminhamentos que possam contribuir para o alcance de um fazer pedagógico mais profícuo, cenário em que o papel de professor(a) se reencontra com o de pesquisador(a). Dentre tantas indagações, o alcance dos objetivos da educação básica brasileira na atualidade e, em específico, o espaço destinado à filosofia e ao seu ensino surgem como terrenos férteis para o estabelecimento de diversas discussões, dentre elas uma que se afigura como problema da presente investigação: o caráter emancipador da filosofia e do ensino filosófico na educação formal brasileira. Diante do problema apresentado, esta investigação passa a admitir a hipótese de uma determinada filosofia, considerada modo de vida e explicitada por meio dos chamados exercícios espirituais, dentre eles o diálogo, que contribui para a autonomia e para a emancipação intelectual dos sujeitos, graças à (trans)formação do ser que eles podem ensejar. Para enfrentar a questão-problema, propõe-se uma revisão de literatura que permita uma aproximação entre conceitos filosóficos extraídos do pensamento de Pierre Hadot, na obra Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga (2014a), com outras ideias encontradas em O mestre ignorante – cinco lições sobre a emancipação intelectual (2002), de Jacques Rancière, sem deixar de lado o aporte de outros pensadores, como Michel Foucault e Walter Omar Kohan. A investigação, estruturada sob a forma de uma pesquisa-ação em virtude do intento de solucionar ou amenizar a situação descrita, se debruça sobre a compreensão de conceitos-chave, como os de exercícios espirituais e emancipação intelectual para, a partir deles, discutir a possibilidade e a viabilidade de alguns exercícios espirituais e da força dialógica contribuírem para a autonomia e emancipação intelectual dos sujeitos, no caso específico, de alunos e alunas da primeira série do novo ensino médio da educação básica, objetivo principal do estudo. A relação teoria/empiria está evidenciada por meio de uma ação educativo-filosófica executada na Escola Estadual Querubina Silveira, em Cerro Corá/RN, cujos procedimentos se pautaram na articulação entre os conceitos trazidos na pesquisa e as ações e pensamentos dos(as) alunos(as) integrantes do público-alvo do estudo, os(as) quais foram submetidos(as) às práticas espirituais de Pierre Hadot. Dessa experiência, assim como das entrevistas e análises que documentam a intervenção no ambiente escolar, foram construídos os dados necessários para a fase seguinte: a análise dos resultados, espaço para o olhar atento do professor-pesquisador e para as interpretações que prenunciam os resultados oriundos da pesquisa. Observamos a possibilidade de um reposicionamento da filosofia no contexto escolar e o seu fortalecimento graças ao protagonismo dos(as) estudantes durante a investigação, um dos aspectos analisados, e, sobretudo, devido às reflexões oportunizadas pelas práticas realizadas na sessões/aulas da ação educativo-filosófica, que permitiram inquietações e o surgimentos de novos olhares acerca dos temas trazidos à discussão, culminando em uma verdadeira experiência filosófica. Em linhas gerais, esta investigação se apresenta como instrumento para compreensão da realidade educacional brasileira, no que toca especificadamente ao ensino filosófico, e para a transformação não só da situação-problema descrita, mas, de forma precípua, dos sujeitos inseridos na comunidade escolar, graças à conversão do olhar e à libertação do pensamento por ela oportunizados.

A presente dissertação nasce de observações e diálogos realizados junto a estudantes, a partir dos quais se constatou um sensível desinteresse pela Filosofia. Mesmo aqueles que desenvolvem uma atitude positiva em relação a ela, não a veem como um saber necessário ou com alguma pertinência em relação ao seu cotidiano. Nossa hipótese é que a falta de percepção da Filosofia como um saber vital está na raiz desse desinteresse. O problema identificado não diz respeito à natureza da Filosofia, mas a uma questão de percepção. Nessa perspectiva, propomo-nos a elaborar um projeto de ensino de Filosofia que se destina a despertar o interesse dos estudantes, levando-os a compreender que a Filosofia possibilita o entendimento de problemas relacionados com o seu cotidiano. A pesquisa é guiada pelas luzes da filosofia de José Ortega y Gasset. Os textos-base serão: Sobre o estudar e o estudante (ORTEGA Y GASSET, 2000); Missão da Universidade (ORTEGA Y GASSET, 1999) e O que é Filosofia? (ORTEGA Y GASSET, 2016a). Nossa hipótese de trabalho se justifica como contribuição às discussões sobre ensino de Filosofia, por procurar observar com atenção quais podem ser os motivos que levam os estudantes à perda do interesse e como a atividade docente, ao levar em conta essa situação e tendo o estudante como centro do processo de ensino-aprendizagem, pode ser ordenada no sentido de despertar nos mesmos a percepção da necessidade do conhecimento. A pesquisa foi dividida em dois momentos: teórico e prático. Para o primeiro, utilizamos a revisão bibliográfica, aplicada a partir da técnica da leitura sintópica de textos (ADLER e DOREN, 2010), cujo objetivo foi o recolhimento do esqueleto ou estrutura argumentativa do texto, e a posterior comparação entre fontes diversas. Quanto ao momento da prática, utilizamos a abordagem metodológica da pesquisa-ação, aplicada no desenvolvimento de seminários, realizados segundo a proposta de Mortimer Adler (2014), descrita em seu texto Como falar, como ouvir. Nestes, foram promovidas discussões sobre algumas questões propostas para cada encontro, de acordo com as luzes da filosofia orteguiana. Esta dissertação possui cinco seções dedicadas ao desenvolvimento da pesquisa, sendo agrupadas de acordo com sua natureza teórica ou prática. Quanto às seções dedicadas à exploração teórica (segunda, terceira, quarta e quinta), contextualiza-se como essa pesquisa surgiu; procura-se explicitar quem foi Ortega y Gasset e em quais circunstâncias ele desenvolveu sua filosofia; mostra-se como o estudar precisa ser reformado, de modo a explicitar sua necessidade, e sobre a missão da escola enquanto fomentadora de pessoas à altura do próprio tempo. A sexta e última seção do desenvolvimento, por sua vez, foi dedicada à pesquisa-ação, realizada por meio dos já referidos seminários. Ao término dos encontros pudemos constatar que o desinteresse por parte dos estudantes pode ser revertido pelo revigoramento da necessidade do estudar, como imediata e vital.

Esta dissertação, “Contribuições da filosofia de Ortega y Gasset para o Ensino Médio: uma crítica à massificação, versa sobre um trabalho de pesquisa cuja finalidade foi investigar acerca de como o ensino de filosofia tem a contribuir na formação cultural de estudantes de Ensino Médio, e assim pensar a filosofia como um instrumento contrário à massificação que ocorre em nossas escolas. A hipótese a ser testada seria que o ensino de filosofia, bem como o de cultura, são vias capazes de mitigar o fenômeno de massificação do qual já foi referenciado. Assim, inicialmente, os estudantes-participantes desta investigação tiveram contato com o pensamento filosófico de Ortega y Gasset, e por meio de seminários, discutiram os pontos fulcrais desta filosofia. Para tanto, utilizou-se as obras do filósofo espanhol que tratam da questão da massificação e barbárie próprias de um Ensino cientificista. Estas leituras se deram a partir de Missão da Universidade (1999); A Rebelião das Massas (2016a) e O que é Filosofia? (2016b). Estas leituras, entre outras do mesmo autor, serviram de fundamentação teórica para se investigar a problematização que emergira desta pesquisa, a saber: como a filosofia pode ser um instrumento de combate à massificação? A fim de elucidar este problema, utilizamos a leitura analítica de textos filosóficos nos moldes definidos por Mortimer Adler (2010). Após os achados das leituras dos textos indicados, partiu-se para a intervenção propriamente dita, cuja metodologia foi uma pesquisa-ação, ato seguinte, as análises temáticas qualitativas e fenomenológica. A pesquisa-ação se deu em ciclos de planejamento-ação-avaliação-reflexão que se dava a cada novo ciclo. Justificou-se esta pesquisa pelo real perigo do fenômeno de massificação e barbárie que ocorre em nossas escolas de Ensino Médio. A filosofia de Ortega y Gasset é um aceno a formação autônoma de nossos estudantes, formação que dê sentido aos que frequentam nossas escolas já abarrotadas de conteúdos cientificistas que já não respondem aos anseios vitais dos educandos. Esta experiência filosófico-pedagógica que ocorreu com um grupo de estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Gomes Alves, Patos-PB, pode alcançar resultados satisfatórios expansivos à própria escola como um todo, ou mesmo ser reproduzido noutras escolas, desde que resguardado o compromisso com a necessidade de estudar para formar mentes resistentes à massificação, e nisto já consiste uma experiência do filosofar.

O presente trabalho dissertativo com o título: "O Interacionismo Simbólico e Educação Libertadora: um diálogo entre Mead e Paulo Freire”, pleiteia fazer um estudo sobre o interacionismo simbólico e a gnosiologia, um diálogo entre Mead e Paulo Freire e os professores da Escola José Rufino, em Angicos/RN. O Educador Paulo Freire foi considerado como patrono da Educação brasileira, pela então Lei 12.612 de 13 de abril de 2012, sancionada no governo da presidenta Dilma Rousseff, que o torna referência simbólica e pedagógica da Educação. Sendo que, esse título de homenagem ao educador pernambucano está sendo questionado, na tentativa de gerar um esquecimento das suas obras e da sua pedagogia. Contudo, questiona-se: Quais os interesses em desconstruir a memória social, pessoal e educacional da pedagogia de Paulo Freire? Quais as bases filosóficas do seu pensamento que caracterizam temores epistemológicos, filosóficos-pedagógicos e ou políticos? Com isso, analisamos os pontos e contrapontos da pedagogia freireana para reconstruir sua memória pessoal, social e as contribuições para o ensino de filosofia. As bases teórico-metodológicas do trabalho dissertativo foram o interacionismo simbólico da filosofia meadiana e a pedagogia de Paulo Reglus Neves Freire, com a utilização da memória também como recurso epistêmico, numa dialogia interacionista. Nesse sentido, as memórias experienciais, epistemológicas-filosóficas que influenciaram o pensamento de Paulo Freire foram observadas para a análise da sua filosofia, das bases do conhecimento freiriano, para entender os conceitos filosóficos de opressor/oprimido, liberdade, conscientização e responsabilidade na medida em que o autor relata sobre a educação crítica e libertadora. Assim, esse estudo da filosofia meadiana, freiriana, articulado à dialogia do interacionismo simbólico e à pedagogia de Paulo Freire; como era conhecido pela memória social; está passando por uma crise identitária. Para melhor entendimento da complexidade do exercício filosófico da problemática supracitada, da desqualificação contemporânea de Paulo Freire; da negação de sua memória experiencial, de sua história e a tentativa de seu esquecimento, como diz Paul Ricoeur, precisam ser averiguadas numa dialogia em tempos difíceis do conhecimento A filosofia e dialogia de Paulo Freire - George Herbert Mead em tempos de descrédito gnosiológico. Existiu a preparação de uma proposta de intervenção e ou ação educativa- filosófica, a qual não foi possível pôr em prática na sua totalidade, em função do atual contexto vivenciado no mundo todo, da pandemia do COVID 19. Tal dificuldade nos impediu nos achados da pesquisa que, mesmo sem realizar todas as ações da ação educativa-filosófica, percebemos que a abordagem de Paulo Freire é atrativa porque se vale do cotidiano de alunos e professores nas interações em sala de aula; uma ferramenta mediadora que pode proporcionar e possibilitar aos sujeitos desenvolver conteúdos filosóficos de libertação, colaborando para a reflexividade da opressão, do oprimido; para a compreensão dos conceitos filosóficos realizados na formação de professores em Angicos de forma virtual, facilitando o processo de ensino e aprendizagem no desenvolvimento reflexivo libertador. 

Essa proposição dissertativa objetiva promover uma interação entre os indivíduos e suas respectivas ações, numa dialogia teórico-metodológica do interacionismo simbólico na perspectiva do filósofo George Herbert Mead, articulando suas bases epistemológicas sobre ética e política, dentro do campo da teoria e da prática pedagógica do ensino de filosofia. A ação educativa foi executada na Escola Estadual João Alencar de Medeiros, na cidade de Ipueira/RN, onde observou-se algumas problemáticas filosóficas vivenciadas no ambiente escolar como por exemplo: crises identitárias, desequilíbrios familiares, descontrole do uso das mídias sociais, falta de reconhecimento social, baixa autoestima e, por fim, as exigências sociais mercadológicas e de consumo, onde os aspectos do “ter” se sobrepõem sobre o Ser, esses fatores foram essenciais para desencadear essa pesquisa. O interacionismo simbólico serviu de base epistemológica, por entender que são nas relações em sociedade que se constroem os alicerces sociais e estes, por sua vez, surgem a partir das interações, através da linguagem e experiências necessárias ao convívio em sociedade, favorecendo um experienciar mais dinâmico e expressivo a todos aqueles que se dispõem a interagir. Os subsídios teórico-metodológicos ancoram-se nas ideias do norte-americano George Herbert Mead, especialmente na obra Mente, Self e Sociedade (2010), e dialoga, sempre que necessário, com Philipp (1996), Casagrande (2012), Silva (2009) e Medeiros (2008; 2010; 2016), dentre outros comentadores. Foram propostos 04 (quatro) eixos de categorias analíticas: ética, política, experiência filosófica e educação, esses princípios nortearam a reflexividade dos sujeitos, valorizando suas experiências e vivências diárias, buscando a constituição de uma ética e resolução de problemas. O exercício do filosofar, com base no pensamento meadiano ético e político, desenvolverá a aplicabilidade de um método de pensar intersubjetivo oriundo da reflexividade de cada sujeito, almejando uma formação que o conduzirá à politização, à constituição do self e à elaboração filosófica de um projeto de vida pessoal e social. Assim, percebe-se que o pensamento filosófico meadiano tornou-se primordial para analisar a importância da intersubjetividade na formação do sujeito ético/político e sua efetivação no ensino de filosofia, buscando contribuir significativamente na eficácia e sua prática pedagógica. 

O presente trabalho, intitulado “Igualdade e emancipação: signos para se pensar a avaliação em Filosofia a partir de O mestre ignorante de Jacques Rancière”, tem como objetivo investigar e aprender sobre o processo de avaliação na disciplina de Filosofia na Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim (EECCAM) (Caicó-RN). Toma como aporte teórico-filosófico principal a obra O mestre ignorante, que versa sobre uma experiência educacional singular ocorrida na França no século XIX, uma visão do magistério que prima pela “igualdade de inteligência” e a “emancipação” dos indivíduos, em que a igualdade não é o fim a se buscar, mas um princípio ou opinião a se verificar. A pesquisa justifica-se diante da necessidade de se pensar sobre o tema da avaliação em Filosofia, um aspecto da prática docente pouco explorado nos cursos de formação de professores/as e no meio acadêmico como um todo. Embora o trabalho também apresente discussões a partir da própria prática docente do pesquisador e de algumas perspectivas pedagógicas (HOFFMANN, 2009; 2010; LUCKESI, 2010; 2011), a abordagem filosófica sobre o tema exigiu que a pesquisa fosse redirecionada a partir da questão inicial “O que é a Filosofia?”, por defender que as escolhas didáticas, metodológicas, os conteúdos e as abordagens no ensino-aprendizagem da Filosofia decorrem e devem estar ligadas às possíveis e subjetivas respostas que o professor/a de Filosofia dá a essa questão inicial (BOAVIDA, 1996; CERLETTI, 2003; 2009; TOMAZETTI, 2014) e, para tanto, a pesquisa mergulha nas indicações pedagógicas e filosóficas de O mestre ignorante. As metodologias utilizadas na pesquisa foram a bibliográfica, com análise da obra principal e de obras secundárias e, para a ação educativo-filosófica, a qualitativa, com pesquisa-ação como abordagem (LAVILLE, 1999; SEVERINO, 2007; GHEDIN; FRANCO, 2011; MINAYO, 2012). A partir dos signos “igualdade de inteligência” e “emancipação intelectual”, presentes em O mestre ignorante, a ação educativo-filosófica realizada com os alunos/as selecionados fora pensada a partir de oito passos para a aprendizagem da Filosofia no Ensino Médio. A intenção dos encontros, como um dia o professor Jacotot (RANCIÈRE, 2017) fez, foi colocar para os discentes questões-problema por meio das quais eles/as poderiam descobrir sozinhos a saída. No processo de descoberta, o professor-pesquisador poderia observar a presença e verificar a intensidade da manifestação dos aspectos da “vontade”, da “busca” e da “atenção” dos alunos/as. Portanto, o que se propõe não é um método ou uma técnica para aperfeiçoar o ensino da Filosofia, mas princípios para uma ação educativa cuja intencionalidade filosófica é questionar o ensino, a aprendizagem e, especificamente, a avaliação em Filosofia no Ensino Médio. O trabalho estimulou a reflexão da prática educacional e filosófica do docente-pesquisador e colaborou para a construção de uma postura emancipatória como professor-filósofo no processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Filosofia no Ensino Médio. Por fim, foi possível constatar, na ação educativa-filosófica, que menos do que a compreensão de ideias contidas em O mestre ignorante, os/as participantes puderam aprender sobre o ensino, a aprendizagem e a avaliação da Filosofia no nível médio; puderam também aprender sobre os papéis dos/as professores/as e alunos/as, principais personagens da ação educativa; e, acima de tudo, a ação educativa-filosófica possibilitou aos/às participantes da pesquisa, cada um/a à sua medida, reconhecer alguns aspectos de suas capacidades intelectuais.

A Filosofia tem muito a contribuir com o desenvolvimento do ser humano, tornando indispensável sua presença no Ensino Médio enquanto instrumento de construção do saber. No entanto, se faz necessário pensar um modo de fazer filosofia que permita o pensar criativo, no qual seja possível despertar o indivíduo para desenvolver uma atitude filosófica. O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e do método qualitativo, pautado na pesquisa-ação. Como referencial teórico utilizou-se o texto de Deleuze e Guattari, O que é a Filosofia?, que pensa a Filosofia como exercício criativo do pensamento. Busca-se pautar as aulas de filosofia na metodologia de Silvio Gallo. Esta metodologia se afina com a proposta dos pensadores franceses, que pensam a Filosofia como construção de conceitos. Por isso, a proposta visa tornar as aulas de filosofia em oficinas de conceitos, priorizando a sensibilização, a problematização, a investigação e a produção de conceitos, como forma de suscitar o pensamento criativo dos discentes. Nosso objetivo pautou-se em iniciar o discente na experiência do pensamento, por meio da leitura, compreensão de texto, conexão entre filosofia e vida, e produção de textual. Foram estas as nossas metas alcançadas.

O desafio de pensar a prática no ensino de Filosofia tem viabilizado pertinentes debates sobre a formação docente para o referido ensino e a nossa pesquisa intenciona contribuir para esses debates. A pesquisa se propõe a investigar a experiência do Subprojeto PIBID/UERN/Filosofia/Caicó para a construção de metodologias a pensar sobre o como fazer no ensino de Filosofia que contribua para a relação/desejo de filosofar dos/as estudantes, este se apresenta como objetivo geral de nossa pesquisa. Sendo o PIBID/UERN/Filosofia/Caicó um projeto formativo de iniciação à docência que tem o potencial de possibilitar a experiência formativa na relação entre instituição formadora e o contexto real da escola, percebemos a necessidade de discutir a formação docente filosófica para o Ensino Médio e seus desafios; o conceito de experiência em Larrosa (2014), entrelaçando com a perspectiva de Filosofia relacionada à vida em Ortega y Gasset (2016). Continuando nosso propósito investigamos a experiência do PIBID na formação dos/as egressos/as (ex-pibidianos/as) com relação à construção de metodologias que possam aproximar os/as estudantes da Educação Básica ao exercício do ensino da Filosofia, apresentando recomendações que contribuam para pensar a metodologia no ensino de Filosofia no Ensino Médio que contemplem a atividade da Filosofia, na
relação/desejo de filosofar dos/das estudantes, considerando as metodologias identificadas no processo de coleta de dados da referida pesquisa. Participam da investigação através de uma pesquisa semiestruturada um professor da rede pública e uma professora da instituição privada, ambos egressos do Curso de Filosofia (Caicó/UERN), ex-pibianos do subprojeto de Filosofia (2010-2013), Campus Caicó – CAC. Por fim, desejamos que essa investigação contribua para a construção do conhecimento que considere a formação na docência filosófica necessariamente inseparável do conhecimento específico da Filosofia da área de ensino de Filosofia e fomente discussões acadêmicas sobre metodologias do ensino filosófico na Educação Básica.

O presente trabalho intitulado “A experiência na formação social do sujeito e o interacionismo simbólico em G. H. Mead: contribuições para o ensino de filosofia no ensino médio”, tem como objeto de estudo a análise das bases epistemológicas e conceituais do Interacionismo Simbólico no pensamento filosófico de George Herbert Mead e suas contribuições para o ensino de Filosofia no Ensino Médio. Busca-se analisar no contexto do interacionismo imbólico, a importância da experiência e da formação social do sujeito, com base nas ideias de George Herbert Mead e, sempre que possível, estabelecer um diálogo com o Agir Comunicativo de Jürgen Habermas, articulada à uma ação educativa realizada na Escola Estadual Joaquim José de Medeiros, no município de Cruzeta/RN, localizada no sertão do Seridó. A pesquisa consiste em desenvolver, aplicar e avaliar uma metodologia de ensino de filosofia na escola pública, orientada numa perspectiva de identificação, problematização e busca por soluções de problemas com base em estudos da tradição filosófica e sua devida contextualização. A filosofia seria uma espécie de mediadora e guia, entre as diferentes formas de conhecimentos presente nas vidas dos estudantes, e teria o papel fundamental de organizar e articular criticamente, de acordo com seu contexto e necessidades, as diversas nuances dos saberes. As bases epistemológicas da pesquisa foi a Teoria do interacionismo simbólico, tais subsídios Teórico-metodológicos ancoram-se nas ideias do filósofo norte-americano George Herbert Mead (1972, 1992, 2002), Herbert Blumer (1980), e dialoga, sempre que necessário, com Habermas (1982, 1989, 2000, 2002, 2006b, 2012), Radl-Phillipp (1991, 1996, 1998, 2014), Joas (1999), Casagrande (2012), Dalbosco (2010,2017) e Medeiros (2008, 2010, 2016), entre os outros. A relevância da pesquisa, justifica-se, inicialmente, pelo fato de ser a primeira experiência prática de ensino, no Brasil, baseada no interacionismo simbólico de George Herbert Mead e suas contribuições para compreender a sociedade contemporânea; em segundo lugar, pela necessidade de se construir alternativas contra-hegemônicas de ensino, valorizando as experiências dos sujeitos, suas vivências diárias, buscando a constituição de uma ética e resolução de problemas.