DEGRADAÇÃO DE HIDROXICLOROQUINA POR OXIDAÇÃO ANÓDICA USANDO ÂNODO DIMENSIONALMENTE ESTÁVEL
Degradação de cloroquina, degradação eletroquímica, processos oxidativos avançados, eletrooxidação de fármacos.
A hidroxicloroquina (HCQ) é um medicamento indicado para o tratamento da malária, disenteria amebiana e reumatismo, mas nos últimos anos recebeu destaque para o tratamento da Covid-19, mesmo não existindo evidência científica para sua eficácia. Devido às circunstâncias, seu uso foi aumentado consideravelmente, e com isso, uma maior quantidade tem sido lançada aos corpos aquáticos. Devido ao seu alto potencial recalcitrante, metodologias que promovam a sua degradação em água e efluentes devem ser desenvolvidas. Os processos oxidativos avançados (POAs) vêm sendo usados como uma alternativa eficiente, uma vez que geram radicais livres reativos e oxidantes, como os radicais hidroxila, podendo levar até a mineralização de poluentes. Dentre eles, a oxidação anódica se destaca por envolver o uso do elétron como principal reagente. Neste trabalho, o objetivo foi avaliar a degradação da HCQ, utilizando um ADE de Ti/TiO2RuO2IrO2. Foram avaliadas diferentes densidades de corrente (20, 40 e 60 mA cm-2) e valores do pH inicial da solução (4,0 a 12,0), e a degradação de HCQ foi avaliada por meio das porcentagens de remoção de absorbância e de DQO. Os resultados do efeito da densidade de corrente aplicada mostraram que à medida que aumenta a carga elétrica no meio, maior é a remoção de HCQ, devido ao aumento da quantidade de radicais hidroxila. A aplicação de 40 mA cm-2 forneceu resultados satisfatórios e bem próximos da remoção obtida com 60 mA cm-2, removendo 87% (k = 7,66 x 10-3 min-1) e 91% (k = 8,87 x 10-3 min-1) de absorbância, respectivamente. Dessa forma, a densidade de corrente de 40 mA cm-2 foi selecionada para os estudos subsequentes, visando uma menor demanda de energia. O estudo do efeito do pH da solução inicial de HCQ mostrou que os meios ácido e neutro promovem uma maior eficiência do processo de degradação do fármaco. As porcentagens de remoção de DQO foram 53% e 57% quando os valores de pH da solução de HCQ foram 4,0 e 6,8, respectivamente; em pH básico essa remoção diminuiu consideravelmente. Os resultados mostram que a oxidação anódica é uma alternativa apropriada para aplicar na degradação de HCQ em amostras ambientais contaminadas.