PREVALÊNCIA DE LESÕES NÃO CARIOSAS ENTRE PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA NO INTERIOR DO RN: UM ESTUDO RETROSPECTIVO DE 15 ANOS
Saúde bucal; Epidemiologia; Prevalência; Lesão cervical não cariosa.
Introdução: As doenças bucais refletem a condição de saúde de um indivíduo ao longo da vida, onde este pode apresentar Lesões Cervicais Não Cariosas (LCNC), patologias estas que podem levar à perda irreversível dos tecidos dentários. Essas lesões têm se tornado cada vez mais comuns. Fatores como ansiedade, estresse, bruxismo, tabagismo, refluxo gástrico são desencadeadores. A prevalência de LCNC varia em diferentes partes do mundo, apresentando crescimento gradativo nas pesquisas. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo conhecer a prevalência das LCNC em pacientes atendidos em uma clínica-escola no período de 15 anos (2008 a 2023). Metodologia: A pesquisa tem como características ser transversal, retrospectiva, com abordagem observacional, descritiva e de natureza quantitativa. Foi realizada estatística descritiva, com dados apresentados em frequências absoluta e relativa. Utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson para associar variáveis independentes e dependentes, e o teste exato de Fisher para variáveis dicotômicas com frequências menores que 5, adotando p<0,05 como nível de confiança. Resultados: Foram observados 2.927 prontuários e, após os critérios de elegibilidade, o n da pesquisa ficou com 903 prontuários. A prevalência das LCNC na população estudada é de 31,6% (n=285). O perfil dos pacientes portadores da lesão neste estudo caracteriza-se por homens brancos, entre 51 e 60 anos, com ensino fundamental incompleto e hábitos parafuncionais, sendo o bruxismo o mais comum. Apresentam entre 1 e 5 dentes hígidos, 6 a 10 dentes restaurados e 6 a 10 dentes ausentes, necessitando de reabilitação protética e apresentando recessão gengival. Conclusão: As LCNC são destacadas como um problema relevante de saúde bucal, especialmente em homens de meia-idade com baixa escolaridade e bruxismo. Sua alta prevalência, associada ao uso de próteses e fragilidade dentária, reforça a necessidade de estratégias preventivas e reabilitadoras específicas.