PRÁTICAS CORPORAIS E ATIVIDADE FÍSICA EM AMBIENTES NATURAIS: experiências e significados de mulheres com depressão no contexto do SUS
Atividade Física, Depressão, Experiências, Mulheres, Práticas corporais, SUS.
A depressão é um transtorno multifatorial, com maior prevalência entre mulheres. No Brasil, o aumento dos casos e as limitações do cuidado psicossocial reforçam a importância de estratégias ampliadas de promoção a saúde. Nesse contexto, as práticas corporais e atividades físicas se destacam no Sistema Único de Saúde, especialmente no Programa Academia da Saúde. Objetivou-se neste estudo descritivo com natureza qualitativa, explorar as percepções e vivências de nove (09) mulheres com diagnóstico de depressão sobre sua participação nas práticas corporais e atividades físicas no contexto do Programa Academia da Saúde em três municípios do Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros, Lucrécia e João Dias. A coleta ocorreu por meio de entrevistas semiestruradas, analisadas por meio da análise de conteúdo temática, com o apoio do software IRaMuTeQ, Os resultados preliminares evidenciaram três categorias centrais: (1) atividade física como cuidado integral e coletivo, associada a melhorias no sono, disposição, autoestima e sensação de pertencimento social e fortalecimento das redes de apoio; (2) vivências de dor e enfrentamento da depressão, que revelaram sofrimento psíquico, medo e ideação suicida, mas também estratégias de ressignificação mediadas pela espiritualidade, uso de medicamentos e pelas práticas corporais e atividades físicas (3) determinantes sociais e ambientais, retratam o papel positivo dos ambientes naturais e do profissional de Educação Física, ao lado de barreiras como sobrecarga social, condições econômicas e limitações estruturais. Conclui-se que as práticas corporais e atividades físicas no contexto do Sistema Único de Saúde constituem como recurso terapêutico ampliado, integrando benefícios ambientais, psicológicos e sociais, configurando como estratégia viável e potente para o enfretamento da depressão, ainda que demandem investimentos estruturais, valorização profissional e maior articulação com a Rede de Atenção Psicossocial.