FOME E ASSISTÊNCIA SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE A PNAS/2004 À LUZ DA OBRA
DE JOSUÉ DE CASTRO
Fome; Assistência Social; Josué de Castro; Geografia da fome; Pobreza;
O presente estudo intitulado Fome e assistência social: reflexões sobre a PNAS/2004 à luz da
obra de Josué de Castro tem como intenção central apresentar a relação entre os conceitos de
fome expressos na Política Nacional de Assistência Social de 2004 com a obra Geografia da
fome de Josué de Castro (1946). Para tanto, o corpus documental da pesquisa concentrou-se na
Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004), no livro Geografia da fome ([1946]
2022), além da obra Josué de Castro: para uma poética da fome (2020), referência sobre a vida
e obra do autor. Ademais, outros documentos foram analisados na ideia de ampliação do estudo.
Com o aporte da pesquisa bibliográfica e documental, identifica-se que antes dos estudos de
Josué de Castro, o tema da fome no Brasil era considerado uma espécie de tabu na sociedade.
Ao analisar as áreas alimentares no Brasil, o autor lançou luz a questão da fome enquanto
fenômeno biológico de um problema social que abrangia a alimentação deficitária em
decorrência da pobreza generalizada da população, indicando, portanto, para seu enfrentamento
a adoção de políticas públicas de combate à pobreza e à fome. A partir do advento da
Constituição Cidadã de 1988, houve reconhecimento de direitos para um conjunto de anseios
da sociedade [civil]. Esse reconhecimento encontrou no âmbito da assistência social pública
espaço privilegiado para operar programas e ações de combate à pobreza e à fome. Nessa lógica,
elementos indicam que a PNAS de 2004 está balizada nos subsídios da obra Geografia da fome
(1946), considerando que a fome sempre existiu, mas na obra de Josué de Castro sua denúncia
foi considerar como fenômeno social, elemento que evidenciou a necessidade de políticas
sociais públicas para seu enfrentamento.