Banca de DEFESA: EMANUEL CAIONÁRIO DANTAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EMANUEL CAIONÁRIO DANTAS
DATA : 18/11/2025
HORA: 14:30
LOCAL: Defesa híbrida
TÍTULO:

“EXPERIMENTA NASCER PRETO, POBRE NA COMUNIDADE”: UMA ANÁLISE ACERCA DA RAÇA/ETNIA E CLASSE NA SOCIOEDUCAÇÃO

 

PALAVRAS-CHAVES:

Raça/etnia; Classe; Criança; Adolescente; Socioeducação;

PÁGINAS: 79
RESUMO:

A maneira de tratar crianças e adolescentes no Brasil passou por significativas mudanças ao longo do tempo. Desde o Brasil Império, crianças e adolescentes são alvo de violência, criminalização e marginalização. A partir da instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, as crianças e os adolescentes brasileiros passaram a ter os seus direitos e deveres reconhecidos. Nesse sentido, o presente trabalho busca analisar as questões relativas à raça/etnia, classe e sua relação com o ingresso dos adolescentes no CASE/Mossoró-RN. Logo, temos como objetivos específicos: traçar o perfil sociodemográfico dos adolescentes internos do Centro de Atendimento Socioeducativo de Mossoró-RN (CASE/Mossoró); compreender a distribuição étnico/racial dos adolescentes internos no CASE/Mossoró; identificar a classe social dos adolescentes institucionalizados no CASE/Mossoró-RN. Utilizamos como método de análise o materialismo histórico-dialético por sua capacidade de compreender o real, analisando não apenas o sujeito em sua individualidade, mas suas condições materiais e inserção sócio-histórica, abarcando a totalidade. Realizamos uma pesquisa documental/quali-quantitativa, a fim de compreender as particularidades dos sujeitos institucionalizados, para tanto, analisamos os relatórios anuais da instituição, relatórios individuais e entrevistas dos adolescentes e seus responsáveis legais. Para tanto, elencamos como principais categorias: criança e adolescente, raça/etnia e classe social, discutidas com base em autores como: Cavalcante (2014), Faleiros (2008), Freitas (2011), Rizzini (2005), Sales (2007), Ianni (2004), Madeira (2018), Almeida (2019), Kilomba (2019), Flores (2018), dentre outros. Com a análise dos dados constatamos que o maior público atendido no CASE/Mossoró, entre 2020-2023, são negros pobres e periféricos, inseridos em um cenário de opressão e preconceito que, fomenta a manutenção e a reprodução de um ciclo de pobreza, exclusão, opressão e racismo naturalizado e perpetuado de geração para geração em nossa sociedade. Em síntese, compreendemos que os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas não como sujeitos desviantes, mas como vítimas de um sistema social que historicamente os marginaliza e nega oportunidades de vida digna. Somente a partir do fortalecimento das políticas públicas efetivas será possível transformar a realidade desses sujeitos a partir da justiça social, instrumento capaz de romper com o legado histórico de segregação e desigualdades que perpassa a juventude negra e periférica do nosso país.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1609 - GLAUCIA HELENA ARAÚJO RUSSO
Interna - 1203 - MARIA IVONETE SOARES COELHO
Externo à Instituição - RODRIGO SILVA LIMA - UFF