Banca de QUALIFICAÇÃO: PAULO HENRIQUE RAULINO DOS SANTOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PAULO HENRIQUE RAULINO DOS SANTOS
DATA : 29/08/2024
HORA: 10:30
LOCAL: CAPF
TÍTULO:

Paródia e alienação em Branca de Neve, de Donald Barthelme


PALAVRAS-CHAVES:

Branca de Neve; Barthelme; Alienação; Paródia; Suprassunção.


PÁGINAS: 63
RESUMO:

A tensão entre o subjetivo e o objetivo é uma das marcas da modernidade. Na paródia, esse tipo de relação surge representada na dinâmica alienada entre forma e conteúdo, sendo próprio do gênero, simultaneamente, aproximar e distanciar sua estética e seus temas. Acreditamos poder, a partir da análise das semelhanças e diferenças presentes no fazer paródico e na alienação, enquanto categoria filosófica, conceber a paródia como uma das plataformas possíveis para a suprassunção da alienação. Para tanto, analisamos o romance Branca de Neve, de Donald Barthelme, explorando, primeiramente, em perspectiva marxista, com Marx (2010), Lukács (2007; 2018), Honneth (2018) e Adorno (2008; 2020), as relações materiais de trabalho nas quais as personagens do romance estão inseridas; posteriormente, discutimos as consequências das vivências alienadas das personagens para as suas constituições psicológicas, tomando, principalmente, as dinâmicas do desejo, a partir de Freud (2010), Jaeggi (2010), Žižek (2022; 2023), McGowan (2024) e outros, e do gozo, em Safate (2020), que concebem a alienação como estado superável apenas a partir da tomada da própria alienação, e não da constante instituição de uma novo estado, em si, desalienado; por fim, buscamos identificar um padrão semelhante na paródia, a partir de Molesworth (1982), Hutcheon (1985), Rose (1979; 1993) e outros, a partir dos quais construímos um conceito de paródia como um dos gêneros capazes de, ao promover um diálogo, muitas vezes, contraditório entre o passado e o presente, evidenciar o papel constitutivo da alienação no processo emancipatório, tornando-se determinante, em nosso trabalho, para o entendimento e superação da alienação, primeiro na discussão propriamente literária (a pretensa superação da tradição) e, posteriormente, através da compreensão da alienação como fenômeno propriamente social. Em Barthelme, isso é evidenciado a partir das tentativas falhas de constituição das identidades das três personagens centrais, Bill, Paul e Branca de Neve, cada um deles representando formas alienadas de identificação, tanto em forma quanto em conteúdo: Bill, ao tentar romper com o simbólico na busca de um Real inalcançável; Paul, incapaz de sustentar a dimensão simbólica de sua identidade por realmente acreditar na literalidade (metafísica) de sua constituição principesca, restringindo-o ao imaginário, e Branca de Neve, que, de maneira mais efetiva, procura alcançar o Real através do Simbólico, porém, fazendo-o sem suprassumir a alienação no ato - o que teria inaugurado o seu potencial emancipatório.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3340 - CHARLES ALBUQUERQUE PONTE
Interno - 1822 - MANOEL FREIRE RODRIGUES
Externa à Instituição - PROF. DR. FABIO AKCELRUD DURÃO
Notícia cadastrada em: 23/08/2024 12:31
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