Banca de QUALIFICAÇÃO: JANAINA SILVA ALVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JANAINA SILVA ALVES
DATA : 14/10/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconfência
TÍTULO:

A recriação da tradição oral na escrita: a reinvenção de Moçambique na obra constística de Mia Couto


PALAVRAS-CHAVES:

Narrador. Tradição oral. Forma e conteúdo. Cultura oral.


PÁGINAS: 50
RESUMO:

O presente trabalho busca analisar como a recriação da tradição oral pela via da escrita literária permite ao escritor moçambicano Mia Couto projetar uma nova nação e criar um projeto literário, em que a literatura é um dos acessos pelos quais surgem novas formas de repensar o país e conscientizar os cidadãos para recriar a nação de Moçambique, tanto na conjuntura estética quanto na cartografia histórico-social. Para isso, identificaremos como os aspectos da oralidade, mais especificamente, os recursos da tradição oral são usados como fontes na escrita da narrativa dos contos inseridos nas obras que compõem o corpus, os quais são: “Afinal Carlota Gentina não deixou de voar?” inserido na obra Vozes anoitecidas (2012); “Nas águas do tempo”, inserido na obra Estórias abensonhadas (2013); e “Inundação”, inserido na obra O fio das missangas (2013). Assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar, através da voz do narrador, como as marcas da tradição oral se inscrevem tanto na forma quanto no conteúdo da narrativa. O corpus para análise são os trechos do enredo dos contos ora citados em quese evidenciam como traços marcantes de uma tessitura literária que predominam aspectos de uma cultura oral, a saber: o uso de neologismos; os provérbios; os mitos e as estórias da tradição oral africana que permanecem vivas na memória do narrador; o ritmo mais livre proposto na construção sintática, o que faz remeter ao ritmo da palavra falada; na desconstrução da língua, no momento em que desafia o português institucional; e no uso de estratégias linguísticas singulares, que ultrapassam as meras reproduções dos registros orais. Nesse sentido, identificaremos uma possível dobra literária na estética coutiniana, que poderá levar para um descentramento da cultura eurocêntrica, quando se verifica a edificação de uma cultura oral, mesmo incorporada ao universo letrado. Desse modo, evidenciaremos que a narrativa escrita poderá se constituir em um recurso de resistência que possibilitaria projetar reinvenções de Moçambique e (des)construções de um projeto literário, que se institui como um espaço simbólico. Isso poderá conduzir, também, tanto à catarse dos movimentos problemáticos do passado quanto aos desafios vindouros.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 13538 - CIRO LEANDRO COSTA DA FONSECA
Presidente - 6103 - SEBASTIÃO MARQUES CARDOSO
Externa à Instituição - VANESSA RIAMBAU PINHEIRO - UFPB
Notícia cadastrada em: 12/10/2024 17:20
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