A “LOUCURA” COMO LIBERDADE ERÓTICA NOS CONTOS LÍDIA, MARIDO E OBSCENIDADES PARA UMA DONA DE CASA
Repressão; Casamento; Lídia Jorge; Maria Teresa Horta; Ignácio de Loyola Brandão.
O presente trabalho objetivou analisar as nuances da repressão do desejo erótico das personagens femininas dos contos Marido (2014) de Lídia Jorge; Lídia (2014) de Maria Teresa Horta, e Obscenidades para uma dona de casa (2008), de Ignácio de Loyola Brandão. Nessa esteira, se discutiu como essas personagens foram atingidas em suas potencialidades eróticas, mediante a vivência que reprime os seus anseios, e de ataques que surgem em várias frentes a partir de um agente repressor que toma corpo nas personagens masculinas das referidas narrativas. Tais personagens são reprodutores e ratificadores das convenções sociais que se opõem às liberdades individuais femininas. Além disso, foram observadas as estratégias de fuga adotadas pelas protagonistas, que em meio a momentos de “loucura”, procuram se desvencilhar, mesmo que temporariamente, da situação de aniquilamento a que são submetidas. Para tanto, a pesquisa valeu-se de autores como, Anthony Giddens (1993), Octávio Paz (1994), Georges Bataille (2021) e Denis de Rougemont (1988), para tratar das dinâmicas relacionadas a amor, erotismo e sexualidade; bem como, surgem outros autores que influenciam a pesquisa pontualmente, como Foucault (1972), sobre a loucura; Miguel Real (2012, 2025), sobre a literatura portuguesa; Alfredo Bosi (2015), sobre a literatura brasileira; Eduardo Lourenço (1966), sobre a literatura e a cultura portuguesas; Regina Dalcastagne (2022), sobre a literatura brasileira contemporânea; Maria Aparecida da Costa (2014), trazendo considerações sobre as relações amorosas na literatura brasileira e Portuguesa. Além disso, foram utilizados outros livros, artigos, dissertações, teses e entrevistas, que contribuíram para a fundamentação da dissertação.