TRAJETÓRIAS DE RESISTÊNCIA: USO DIDÁTICO DE DOCUMENTOS DA ASSOCIAÇÃO 64/68-ANISTIA NO ENSINO DE HISTÓRIA
Ensino de História. Ditadura Militar. Anistia.
A dissertação analisa as dificuldades de ensino sobre a Anistia e o processo de redemocratização no Brasil no contexto da Educação Básica, especialmente no Ensino Médio público, destacando o distanciamento dos estudantes em relação à importância histórica e política desses temas. É preciso ampliar a problematização no chão da sala de aula sobre as violações cometidas durante a ditadura militar, como perseguições, torturas e desaparecimentos, que é reforçada pelo tratamento superficial da temática nos livros didáticos, que dedicam pouco espaço à Anistia e à Justiça de Transição, apresentando de modo reiterado uma narrativa centrada nos acontecimentos do Sudeste do país, de modo a silenciar realidades regionais e restringindo a compreensão histórica e crítica. O uso do acervo documental da Associação 64/68 – Anistia impulsiona a problematização sobre o potencial pedagógico dos processos de reparação econômica de vítimas da ditadura militar brasileira. Esses documentos revelam trajetórias de resistência, mobilização política e luta por direitos, sobretudo de professores perseguidos durante o período, cujas histórias permitem a abordagem de temas como memória, verdade, justiça, violação de direitos humanos e construção democrática. A pesquisa cruza entre si documentos retirados de processos de requerimentos de anistia e se embasa nas obras de Abrão (2023), Codato (2005), Greco (2003), Napolitano (2021), Reis (2014), Teles (2015; 2020), Bittencourt (2004) e Brasil (2018). Para melhorar o fazer pedagógico relativo ao ensino da Anistia e da Redemocratização brasileira, elaboramos uma cartilha didática que visa aproximar os estudantes das problematizações sobre as experiências humanas durante a ditadura, promovendo reflexão crítica e compreensão da relação passado–presente.