Banca de DEFESA: JULIA FERNANDA BATISTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JULIA FERNANDA BATISTA
DATA : 19/08/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem - PPCL
TÍTULO:

HERANÇA DA JUREMA: CONTRACOLONIALIDADE E GÊNERO NO ROMANCE INDÍGENA DE EVA POTIGUARA


PALAVRAS-CHAVES:

Literatura indígena feminina 1. Herdeiros da Jurema 2. Contacolonialidade 3. Resgate. 4 Ressignificação.


PÁGINAS: 135
RESUMO:

Durante a composição da historiografia e literatura nacional, a representação das
mulheres indígenas é marcada por inúmeras construções simbólicas. Oriundas da
perspectiva eurocêntrica, branca, heteronormativa e machista, essas concepções
atribuíram às mulheres indígenas retratos dicotômicos; da selvageria e lascividade à
idealização e sacrifício, sempre descritas e destinadas a ocupar papéis subalternos
e de subserviência. Desumanizadas pela escrita e pelas relações inseridas durante
todo o processo colonial e pós-colonial, a indígena não é mulher; é corpo-animal,
corpo-produção e corpo-carne. Tendo como recorte o apagamento étnico e cultural
indígena no estado do Rio Grande do Norte, e as violências que atravessaram e
atravessam o corpo da mulher Potiguara, esta pesquisa analisa o romance Os
herdeiros da Jurema (2024), de Eva Potiguara, como objeto que subverte os
imaginários cristalizados pela visão colonial sobre a história e identidade indígena
feminina no estado. A pesquisa se fundamenta nos estudos decoloniais e nas
teorias do feminismo interseccional, tendo como base Lélia Gonzalez (1988), Gayatri
Spivak (2010), María Lugones (2014-2020), Judith Butler (2018), Cida Bento (2019),
Denise Ferreira da Silva (2019), Silvia Federici (2023) e Geni Núñez (2023), as quais
auxiliam na análise das profundas relações que atravessam o corpo da mulher
indígena, permitindo compreender como a construção de gênero e a manutenção
das relações de poder arraigadas nas estruturas sociais e culturais manifestam-se
como agentes de subalternização, opressão e silenciamento. A metodologia se
estrutura em três momentos, o primeiro constrói um mapeamento crítico de como a
mulher indígena foi imaginada e descrita pela historiografia e literatura colonial; o
segundo apresenta a produção literária feminina como narrativas que rompem com
os estigmas e imaginários incutidos na história e literatura brasileira, e o último, sob
a ótica do Juremar, analisa a obra Os herdeiros da Jurema (2024), de Eva
Potiguara, evidenciando elementos subversivos e de ressignificação acerca da
identidade, corpo e subjetividade da mulher indígena Potiguara. Como resultados, a
análise mostra como o romance de Eva Potiguara se configura como uma
ferramenta contra-colonial, resgatando e reafirmando a memória, identidade e
subjetividade da mulher indígena Potiguara, que emerge como protagonista de sua
própria narrativa e história.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 8031 - DAIANY FERREIRA DANTAS
Externa à Instituição - ILANE FERREIRA CAVALCANTE - IFRN
Interna - 11063 - LEILA MARIA DE ARAUJO TABOSA
Notícia cadastrada em: 12/08/2025 08:00
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