DISCURSO, PODER E SUBJETIVIDADE: A CONSTRUÇÃO DE BEAN COMO SUJEITO DA RESISTÊNCIA NA SÉRIE (DES)ENCANTO
Discurso. Patriarcalismo. Dispositivo de poder. Subjetividade. Resistência.
Nesta pesquisa analisa-se a relação de Bean, personagem da série (Des)Encanto
por meio do dispositivo de poder do patriarcalismo e seu processo de resistência às
imposições do poder patriarcal. Bean é uma princesa “fora da caixa” e se aventura
na busca pela verdade de si, que questiona a norma e se produz diferentemente do
que se espera de uma princesa tal como se apresenta na memória cristalizada pelos
contos de fada. A escolha das práticas de Bean para a análise nesta pesquisa se deu
pela singularidade de sua relação com os efeitos de poder sobre si, destacando-se
para os objetivos deste trabalho de pesquisa os modos de resistências por ela
adotados e que se delineiam como modos de enfrentamento às imposições do poder
patriarcal que caracteriza as práticas dos sujeitos governantes do reino onde a
princesa vive. A pesquisa se filia à vertente dos estudos discursivos foucaultianos
procurando descrever os efeitos das relações de poder na produção dos discursos e
das subjetividades. Centrada nos discursos que constituem a sociedade patriarcal,
como uma forma de exercício do poder e seus efeitos na produção de
subjetividades, elege principalmente a relação de Bean, protagonista da série, com
tais discursos, considerando a posição contestadora e de enfrentamento aos
discursos instituídos na sociedade em que está inserida. Como questão de
pesquisa, indagamos “Como a personagem Bean produz uma subjetividade feminina
resistente no contexto de um governo com predomínio das relações sustentadas no
patriarcalismo?” Trazendo como objetivo geral analisar os modos de subjetivação da
personagem Bean, na série (Des)Encanto, os quais são responsáveis pela
construção da subjetividade feminina resistente, no contexto de uma sociedade
patriarcal. A análise mostra que a personagem desenvolve estratégias de
enfrentamento ao dispositivo de poder patriarcal e se constitui como sujeito de sua
própria verdade. Assim, Bean pode ser tomada como representação da mulher do
presente na luta por uma subjetividade que não se molda aos ditames do poder.