A MULHER E A DITADURA MILITAR BRASILEIRA: RELAÇÕES DE PODER, VIOLÊNCIA DE GÊNERO E MOVIMENTOS DA MEMÓRIA
Ditadura Militar Brasileira. Poder. Movimentos da Memória. Discurso. Violência de gênero.
A Ditadura Militar Brasileira, período conhecido como “Anos de Chumbo” (1964-
1985), foi marcada pelo apagamento de memórias e pela imposição de verdades
fabricadas por um polo de poder autoritário. Este trabalho tem como objetivo analisar
como se materializam, no relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), os
discursos sobre a violência de gênero sofrida pelas mulheres durante esse período,
evidenciando as estratégias utilizadas para silenciar e deslegitimar suas
experiências. A pesquisa adota o método arqueogenealógico de Michel Foucault e
utiliza como corpus os testemunhos de mulheres vítimas de violência física e
psicológica no regime militar, ilustrando essas práticas por meio de materialidades
discursivas do governo bolsonarista, como discursos e postagens em redes sociais.
Além de buscar silenciar as vítimas da ditadura, o governo Bolsonaro retoma
discursos misóginos que reforçam a desqualificação e o controle sobre o gênero
feminino, perpetuando dinâmicas de poder que atravessam diferentes contextos
históricos. Fundamentado nas concepções de Foucault (1971; 2007; 2008; 2014;
2018), Gregolin (2003; 2004; 2007), e outros. Este trabalho investiga como a
violência de gênero e as tentativas de apagamento e silenciamento de memórias
continuam a se manifestar, conforme as configurações de poder vigentes. Espera-se
que a pesquisa contribua para uma reflexão crítica sobre a importância da memória
histórica e das lutas das mulheres que resistiram ao autoritarismo, reforçando a
necessidade de valorizar a democracia e a justiça social.