INTERAÇÃO ESTRATÉGICA ENTRE IMPOSTOS ESTADUAIS E FEDERAIS: UMA ANÁLISE DA COMPETIÇÃO TRIBUTÁRIA VERTICAL ENTRE ICMS E PIS/COFINS NO PERÍODO DE 2012-2021
Competição tributária; Reforma tributária; Sobretributação.
Este trabalho mede os efeitos da sobretributação na economia brasileira e o comportamento estratégico de dois
entes governamentais para ajustar suas alíquotas em uma base tributária compartilhada, com foco nas interações
entre ICMS e PIS entre 2012 e 2021. Por meio de uma função de reação de dois estados, é validado à medida
que as alíquotas do ICMS são reajustadas em função de alterações nos tributos federais e nas alíquotas dos
estados vizinhos, utilizando um modelo espacial com critérios de contiguidade e distância entre os estados. Para
controlar os potenciais efeitos da endogeneidade nesta estrutura, foi utilizada uma estimativa em duas etapas,
seguindo a proposta de Kelejian e Prucha (1998). Os resultados indicam uma competição fiscal horizontal entre
os Estados, especialmente entre aqueles geograficamente próximos, evidenciada pelo efeito positivo e
estatisticamente significativo das alíquotas do ICMS em resposta às variações nos Estados vizinhos. A interação
vertical, o aumento do PIS gera uma reação negativa dos Estados, que tendem a reduzir o ICMS para
contrabalançar o aumento da carga tributária total na mesma base. O teste J confirma a adequação do
modelo de Stackelberg proposto, ilustrando como a dependência entre entidades da mesma ou de diferentes
esferas pode influenciar a competitividade econômica e o crescimento do Brasil.