RELATOS AUTOBIOGRÁFICOS: A LEITURA E A ESCRITA EM PROJETO DIDÁTICO DE GÊNERO
Letramento. Projeto Didático de Gênero. Autobiografia.
Esta dissertação de Mestrado Profissional concentra-se nos estudos de Letramento que compreende a leitura e a escrita como práticas sociais, alinhando-se ao objetivo geral de analisar o desenvolvimento de práticas de leitura e escrita a partir de um Projeto Didático de Gênero. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa-ação, na qual pesquisadores e participantes intervêm em um problema coletivo (Thiollent, 1986). A abordagem é qualitativa e situa-se no campo da Linguística Aplicada (Moita-Lopes, 2006) e dos estudos de Letramento de vertente sociocultural (Kleiman, 1995). Utiliza como aporte metodológico para a proposta de intervenção o modelo didático advindo dos Projetos Didáticos de Gêneros (PDG), conforme proposta de Guimarães e Kersch (2012; 2015). O referido projeto foi desenvolvido em uma turma de nono ano do ensino fundamental, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Simeão Leal, localizada em Itaporanga-PB. Teoricamente, fundamenta-se nos estudos de Letramento de Kleiman (1995; 2005; 2007), Aquino (2018), Guimarães e Kersch (2012; 2015), Tinoco (2008); nos estudos de gêneros de Schneuwly e Dolz (2004) e Bakhtin (2016). Em relação ao gênero autobiografia está ancorado em Passeggi (2021). Assim, o PDG “Relatos autobiográficos em Projeto Didático de Gênero” envolveu o estudo do gênero textual autobiografia, bem como o reposicionamento identitário dos estudantes e a ressignificação do ensino de língua portuguesa. O corpus analítico da pesquisa é composto por atividades escritas e produções autobiográficas iniciais e finais dos alunos sujeitos da pesquisa. Os resultados indicam avanços significativos na escrita do gênero estudado por parte dos estudantes, bem como no desenvolvimento pessoal dos mesmos, já que a leitura e a escrita são meios não apenas de adquirir conhecimentos, mas também de afirmar a identidade e o protagonismo dos estudantes em suas jornadas educacionais e na sociedade. Assim, a intervenção forneceu estratégias que permitiram aos estudantes não apenas compreender textos, mas refletir sobre suas vivências e se expressar por meio da escrita de maneira autêntica e engajada. Isso implica reconhecer a escrita como uma forma de participação, onde os estudantes podem dar voz às suas perspectivas, identidades e experiências.