GESTÃO ESCOLAR E TERRITÓRIO: REFLEXÕES SOBRE DESIGUALDADE EDUCACIONAL EM ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA (CE)
Pobreza. Desigualdade social. Território. Gestão Escolar.
Esta pesquisa realiza discussões em torno da gestão escolar em territórios vulneráveis. Objetiva investigar as práticas desenvolvidas pela gestão de uma escola pública municipal de Fortaleza (CE), localizada em território de alta vulnerabilidade social. No que se refere aos aspectos metodológicos, adota-se a pesquisa qualitativa, baseada em um estudo de caso etnográfico a partir de observação, análise de documentos legais norteadores das práticas de gestão escolar (Plano Municipal de Educação e Projeto Político-Pedagógico) e aplicação de entrevista semiestruturada com vinte sujeitos: três representantes do núcleo gestor (diretora escolar, coordenadora pedagógica e secretário escolar), dois docentes, oito estudantes, quatro mães de alunos e três funcionárias igualmente mães de estudantes. Os resultados das entrevistas são analisados através da análise de conteúdo (Bardin, 2016), à luz do referencial teórico da pesquisa, que se baseia, principalmente, em Bourdieu (1997, 2007), Bourdieu e Passeron (1992) e Érnica (2012, 2013, 2017), dentre outros autores. A revisão de literatura, caracterizada como Estado da Questão, aponta que escolas situadas em ambientes vulneráveis apresentam mais dificuldades em oferecer possibilidades de educação de qualidade para seus alunos, tendo em vista os efeitos negativos que o território vulnerável exerce sobre a escola e sobre o desempenho dos seus estudantes, como: isolamento territorial, segregação de sua população, ausência de serviços públicos de atendimento à comunidade, baixo nível socioeconômico e cultural, infraestrutura incompatível com as reais necessidades da comunidade e rotatividade docente e da gestão escolar. Dessa forma, é relevante destacar as ações desenvolvidas pela gestão escolar para lidar com a pobreza, a violência e a desigualdade social. Conclui-se, de maneira geral, que o contexto social vulnerável exige uma gestão escolar democrática e participativa, engajada com justiça social.