Construção de cartilha informativa para acolhimento de pessoas trans na atenção primária: estudo metodológico
Acolhimento, População Trans, Atenção Básica
A população trans, incluindo travestis e transexuais, enfrenta significativas vulnerabilidades sociais e de saúde, marcadas por discriminação, exclusão e altos índices de violência. No contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), que deveria se constituir como porta de entrada para o cuidado integral, ainda persistem barreiras estruturais, como a ausência de acolhimento qualificado, desrespeito ao nome social, invisibilidade institucional e
práticas cisnormativas. Esses fatores contribuem para o agravamento do sofrimento psíquico, elevação de transtornos mentais e afastamento dos serviços de saúde. Estudos nacionais e internacionais ressaltam que estratégias humanizadas, baseadas na escuta ativa, vínculo e comunicação inclusiva, são fundamentais para reduzir desigualdades e fortalecer o cuidado em saúde. Nesse cenário, a construção de uma cartilha informativa surge como instrumento pedagógico e metodológico voltado à qualificação das práticas de profissionais da APS. A proposta visa reunir evidências científicas, protocolos ministeriais e diretrizes nacionais, como o Plano Nacional de Saúde Integral LGBT+ (2015) e o Manual de Atenção Integral à Saúde de Travestis e Transexuais (2018), a fim de orientar condutas inclusivas, seguras e éticas. O material contemplará módulos temáticos com conceitos básicos de identidade de gênero, orientações para acolhimento, prevenção de microviolências institucionais e recomendações para acompanhamento clínico. Trata-se de uma pesquisa metodológica, desenvolvida em duas etapas: revisão bibliográfica em bases de dados e análise documental, seguida da elaboração da cartilha. Espera-se como impacto a promoção da equidade no acesso à saúde, a redução de barreiras de acolhimento e o fortalecimento de vínculos terapêuticos, qualificando a assistência oferecida à população trans e contribuindo para a efetivação de políticas públicas de saúde inclusivas