ASPECTOS PALEOAMBIENTAIS E TAFONOMIA DE VERTEBRADOS FÓSSEIS DO TANQUE LAGOA ESCURA, SANTALUZ, BAHIA, BRASIL
Megafauna, Quaternário, Nordeste brasileiro, Tanques fossilíferos
Há uma grande diversidade de trabalhos sobre tanques da Bahia que tratam dos aspectos taxonômicos, enquanto estudos tafonômicos ainda são escassos. O estudo das assinaturas tafonômicas permite melhor compreendê-los e enriquecer as reconstruções do paleoambiente. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo descrever e interpretar assinaturas tafonômicas em fósseis do tanque de Lagoa Escura no município de Santaluz, Bahia, de forma a melhorar a compreensão da preservação dos fósseis em tanques naturais e inferir aspectos paleoambientais do nordeste brasileiro durante o Quaternário. A acumulação fossilífera da Lagoa Escura é diversificada taxonomicamente registrando sete táxons de mamíferos fósseis. A abundância de Eremotherium laurillardi na acumulação pode ser resultado da grande abundância que essa espécie possuía na paleocomunidade e da resistência dos seus ossos. A tanatocenose do tanque de Lagoa Escura é uma assembleia periférica, que em certos momentos experimentou um curto período de exposição subaérea, antes do soterramento e transporte de curta distância, provavelmente através de enxurradas. Fósseis com com tons fortes de preto, marrom e vermelho possuem como minerais mais frequentes o óxido de ferro e o óxido de manganês. A permineralização e substituição são os principais processos fossildiagenéticos presentes fósseis do tanque de Lagoa Escura, predominando o primeiro.