A presente pesquisa, pertencente à area da Linguística Textual, tem o objetivo de analisartextos de artigo de opinião produzidos por alunos concluíntes ( 8º e 9º ano) do EnsinoFundamental II, da modalidade de Educação de Jovens e Adultos – EJA, buscandoreconhecer o funcionamento dos mecanismos de coesão na estrutura das sequênciasargumentativas que organizam esses textos. . Para realização desse objetivo,fundamentamos nossa pesquisa, de modo geral, na Análise Textual dos Discursos (ATD),de Adam (2011, 2019, 2022), e em autores comoKoch (2007, 2010, 2011), Dionísio,Machado, Bezerra (2010), Guimarães (2009), Antunes (2007) Marcuschi (2008) Passeggi,Oliveira (2001), Santos, Riche, Teixeira (2015), Chiappini (2004), Koch e Travaglia (2012),Fonseca (2020), Silva (2015;2020) e entre outros que são citados no corpo textual dopresente estudo. Nosso corpus, compõe- se de 06 (seis) textos que foram produzidos poralunos concluintes do Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens eAdultos. Esses textos foram analisados em dois aspectos: quanto à coesão e quanto àorganização das sequências argumentativa presentes em sua estrutura. Quanto aodelineamento metodológico, este estudo caracterizou-se como pesquisa qualitativa,documental, descritiva, indutiva e dedutiva. Os resultados da pesquisa demonstraram que:os elementos de coesão, em grande parte, são responsáveis pelo desenvonvimento dasequência argumentativa dos textos, haja vista, que os processos de coesão se configuramcomo estratégias textualizadoras que refletem persuasivamente o propósito comunicativodo locutor. São essas escolhas, portanto, que orientam a produção de sentidos pelointerlocutor, conseguindo, muitas vezes, afetar sua forma de conceber tal objeto ecompreensão sobre o mesmo.

A concepção de educação neoliberal, cujo princípio incide na individualização do sujeito com o propósito de tornar rentável todas as esferas de sua vida, penetra os discursos reformistas para o novo ensino médio. Sob essa ótica de rentabilização do eu, o discurso de protagonismo juvenil no interior dos materiais didáticos de projeto de vida figura estratégia de biorregulação que subjetiva o educando a fim atender às necessidades mercadológicas. Diante desse cenário, a presente pesquisa tem como objetivo principal analisar as implicações neoliberais em discursos acerca do protagonismo juvenil presentes em livros didáticos de Projeto de Vida. Como aparato teórico, mobiliza-se os estudos discursivos sob a inspiração de Michel Foucault, a partir de conceitos como discurso, enunciado, formação discursiva, verdade e poder em interlocução com autores como Dardot e Laval (2016) que discutem a racionalidade neoliberal e com autores como Goulart (2018); Souza (2008); Daniel e Silva (2023) e Ramos (2020) que fazem uma reflexão sobre o novo ensino médio e o protagonismo juvenil. Em relação à metodologia, o estudo se alinha a uma perspectiva descritivo-interpretativa e documental de base qualitativa. O corpus compreende enunciados extraídos de nove livros didáticos de Projeto de Vida aprovados pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), edição de 2021. O trajeto de leitura compreende a tríade que organiza as discussões nos livros didáticos – eu, a intervenção no mundo e o mundo do trabalho. Em relação ao eixo 1, foi possível identificar as relações de saber e poder que colocam o jovem numa esteira de empresariamento de si, evocando a necessidade do estabelecimento de metas, a curto e longo prazo, para concretização de seu projeto de vida. Em relação ao eixo 2, flagramos nos discursos uma vontade de verdade pela qual a relação com o outro e com o mundo constituem-se elementos imprescindíveis para o desenvolvimento pessoal, logo, compreendemos que, embora penetrado por diferentes relações sociais, o ‘eu’ ainda constitui questão central para governamentalidade neoliberal. O eixo 3, por seu turno, faz um mapeamento do mercado de trabalho ao assegurar as competências necessárias para tornar-se o sujeito de sucesso, reafirmando o discurso meritocrático de que o sucesso do projeto de vida depende, essencialmente, do engajamento do educando. As análises possibilitam pontuar que esses materiais didáticos tomam o protagonismo juvenil como uma estratégia de governo nos moldes neoliberais e isso incide na construção de subjetividades, flexíveis, adaptáveis. Com isso, busca-se padronizar as subjetividades, amainando possíveis insurgências, revoltas e contracondutas em relação à norma instituída, o que produz inevitavelmente sujeitos conformados, passivos e obedientes aos mecanismos de controle do neoliberalismo. Por fim, importam que outros estudos sejam realizados, com vistas a comprovar ou refutar os apontamentos defendidos no presente trabalho.

Este estudo, inserido na discussão sobre a formação continuada de professores e as tecnologias digitais na Educação Básica, demarca como problema de pesquisa: como vem se desenvolvendo a formação continuada de professores para o uso das tecnologias digitais nos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas da rede municipal de Assú – RN? Elencamos como objetivo geral: Investigar como vem se desenvolvendo a formação continuada de professores para o uso das tecnologias digitais nos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas da rede municipal de Assú – RN. No que toca aos objetivos específicos, delimitamos: (1) identificar as percepções dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas municipais de Assú – RN acerca da sua formação continuada para o uso das tecnologias digitais; (2) averiguar como se desenvolve a formação continuada de professores para o uso de tecnologias digitais considerando o período antes, durante e pós-pandemia; (3) descrever práticas pedagógicas de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas municipais de Assú – RN com o uso das tecnologias digitais. A investigação fez uso da abordagem qualitativa e tipificou-se como uma pesquisa de campo. Como técnica central para a produção dos dados, frisamos as entrevistas semiestruturadas desenvolvidas com 10 professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de duas escolas da rede municipal de Assú – RN, além da análise, de modo complementar, de livros didáticos utilizados pelas docentes, participantes do estudo. A investigação se fundamentou, teoricamente, em autores que versam a formação continuada de professores, mormente os autores de base crítica, bem como em pesquisadores que dialogam sobre as tecnologias digitais na educação, são eles: Formosinho (2009), Gatti (2008; 2009), Imbernón (2010), Nóvoa (1991; 1992; 2002; 2015), Libâneo (2004; 2015), Lévy (1993; 1999), Moran (2012; 2013), Kenski (2012; 2013), entre outros. Como técnica principal para a análise dos dados, destacamos a análise textual discursiva. Concluímos que há desafios no que toca ao uso das tecnologias digitais em sala de aula pelas professoras, uma vez que a formação continuada vivida por elas, na maior parte, não fez referência ao trabalho com as tecnologias digitais na Educação Básica. Também averiguamos que a formação continuada construída por instâncias municipais se faz como ações pontuais que pouco acrescentam às práticas pedagógicas das docentes nas escolas públicas. Visualizamos limitações, notadamente, associadas à carência de investimentos sobre a formação para uso de tecnologias digitais nas escolas, apontando para a urgência da valorização da formação continuada dos profissionais da educação. A pandemia, por sua vez, impulsionou uma ressignificação das práticas pedagógicas, revelando o poder criativo das professoras diante das limitações a respeito de como manusear as tecnologias digitais em sala de aula.

A presente pesquisa traz em sua essência as concepções e práticas de professores de escolas públicas da rede municipal de ensino fundamental da cidade de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, relacionadas à arborização urbana no ambiente escolar. O objetivo geral do trabalho foi analisar as concepções e práticas de professores a respeito da arborização urbana no ambiente escolar de duas escolas públicas do município de Mossoró-RN. E, como objetivos específicos diagnosticar as condições da arborização nas escolas do estudo sob a concepção docente; investigar práticas de professores relacionadas ao ensino do tema arborização urbana e conhecer a contribuição do tema arborização para a formação dos alunos a partir da visão de professores. A pesquisa fez uso de uma abordagem qualitativa, sendo de natureza exploratória e descritiva, delineada como pesquisa de campo, na qual utilizou o método da observação a fim de apreender a situação real da arborização dos ambientes escolares. Além disso, optou-se por realizar questionários e entrevistas com 26 professores das escolas do estudo. O referencial teórico que fundamentou o trabalho com autores que versam sobre ambiente escolar, arborização urbana, educação ambiental, percepção ambiental, etc., são eles: Biondi (2008), Luzzi (2012a, 2012b), Paiva e Gonçalves (2012, 2019), dentre outros. Como resultados, ressalta-se que os professores classificaram o seu ambiente escolar como pouco arborizado, apontando como principais vantagens da arborização escolar a redução de calor e a sombra. Diante disso, observa-se os benefícios das árvores proporcionados na melhoria da qualidade do microclima urbano presente nos espaços educativos. A maioria dos professores responderam que ministram o tema arborização urbana de maneira integrada ao ensino dos conteúdos disciplinares, enquanto outra parte dos docentes não faz a integração do tema aos conteúdos. Os professores apontam que o tema arborização traz contribuições relevantes para a formação dos educandos inerente à cidadania e a responsabilidade socioambiental e uma melhor qualidade de vida. Os resultados desta obra reforçam a necessidade de investir na formação de professores e equipes pedagógicas direcionadas para o ensino do tema arborização, articulado à educação ambiental e aos conteúdos curriculares com enfoque na conscientização ambiental. Conclui-se que o estudo das concepções e práticas docentes a respeito do tema é importante para que possa auxiliar os órgãos públicos na tomada de decisão acerca da melhoria da qualidade ambiental nos espaços livres do ambiente escolar e na qualidade de ensino da Educação Básica.

A escrita, uma das finalidades do ensino de língua materna, é necessária nas várias práticas sociais em que os alunos estão inseridos. No cenário da educação básica brasileira, os educandos ainda apresentam inseguranças e receios ao produzirem textos escritos. À vista disso, o professor, para guiar a aula de escrita, assume, consciente disso ou não, convicções teóricas advindas de sua formação inicial, formações continuadas ou de experiências pedagógicas anteriores. Por esta razão, torna-se significativo analisar as percepções de professores de Língua Portuguesa em relação ao ensino da escrita na Educação Básica. Para tal propósito, o objetivo geral deste estudo consiste em analisar as percepções de professores de Língua Portuguesa em relação ao ensino da escrita na Educação Básica. Os objetivos específicos convergem em: comparar percepções de professores de Língua Portuguesa quanto ao ensino da escrita a abordagens teóricas dos estudos linguísticos orientados para questões educacionais; analisar como professores de Língua Portuguesa percebem o planejamento e a execução de suas aulas de escrita e as práticas de avaliação da escrita dos seus alunos; e identificar a existência de similaridades e diferenças na percepção que os professores têm do ensino da escrita. Para tanto, como aporte teórico deste trabalho, faço uma discussão sobre língua e percepção, a partir da leitura de Hasan (2015); apresento alguns conceitos de percepção (Aristóteles apud Reis, 2022), (Merleau-Ponty, 1999); estabeleço uma relação entre análise de percepção e ensino (Matos e Jardilino, 2016) e seleciono as abordagens que denotam espaços de debates nos campos pedagógicos e acadêmicos e podem guiar a aula de escrita. Amparo-me nas leituras de Flower e Hayes (2016), Bakhtin (2006), Dolz-Mestre e Gagnon (2015), Freire (1981), Janks (2009), Halliday (1978) e Beaugrande e Dressler (1981), dentre outros. Com o intuito de cumprir com os objetivos desta pesquisa, foram realizadas entrevistas estruturadas com professores dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Tais questões pretendiam saber quais abordagens teóricas mais se aproximavam do planejamento, do método e da avaliação da aula de escrita. As respostas dos professores foram analisadas de modo quali-quantitativo. Para a interpretação dos dados, utilizei o método de análise de conteúdo, apresentado por Bardin (1977) e subdividido em três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Com o auxílio do software Iramuteq, foi feita uma análise lexicométrica. Os resultados apontam para a utilização de aspectos das várias abordagens teóricas para guiar a aula de escrita, sem a predominância de qualquer uma delas. Este estudo pretende, grosso modo, contribuir nas discussões sobre o ensino da escrita e no contínuo debate sobre a formação inicial do professor, voltada para a teoria e sua relação com a prática em sala de aula.

Objetivamos, com esta dissertação, investigar o funcionamento textual do ponto de vista e a necessária inscrição de uma voz autoral em redações nota mil do Exame Nacional do Ensino Médio – edição 2021. Neste estudo, adotamos como vertente teórica fundamental a Linguística Textual, em interface com a Linguística da Enunciação. Logo, o aporte teórico fundamental desta pesquisa está centrado nos estudos da análise textual dos discursos (Adam, 2008; 2011) e na abordagem enunciativa e interacionista da narrativa (Rabatel, 2016). No que se refere à caracterização da pesquisa, o estudo é de abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com objetivo de enfoque descritivo-exploratório-interpretativista, que tem como procedimento o método documental. Com efeito, a pesquisa tem como corpus de análise sete redações nota mil do Enem presentes na cartilha do participante da edição de 2022, e o protocolo de análise está organizado em quatro momentos: levantamento do corpus, leitura prévia do corpus e definição de categorias de análise, codificação das redações e análise e interpretação dos dados, respectivamente. Os resultados demonstram que nas redações nota mil do Enem, os participantes gerenciam pontos de vista de outros enunciadores para que as suas teses (seus pontos de vista próprios) sejam validadas. Com efeito, tais pontos de vista possuem um funcionamento argumentativo específico e são mobilizados na tomada de posturas enunciativas, sendo a coenunciação a postura predominante. Esse processo de escolhas textuais implica na construção da voz autoral – requisito exigido pelo exame na construção do texto – através da apreensão dos diferentes pontos de vista, do distanciamento, do ato de evitar mesmice e do controle do texto.

A pesquisa tem o objetivo de investigar as relações do ensino construídas a partir do ambiente das bandas de música, analisando o ensino coletivo de música, seu desenvolvimento e vivências dos integrantes e a forma do ensino de música da Banda de Música Antônio Florêncio de Queiroz no município de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte. Esse processo de construção teve base metodológica com estudo de caso etnográfico, que possibilitou o levantamento de um grande número de informações, através da utilização de diversas técnicas de coleta de dados, permitindo, assim, uma compreensão detalhada do objeto de estudo. Utilizamos observações e entrevistas semiestruturadas realizadas com os músicos e o maestro João Modesto. Foram tomados como aporte teórico, os conceitos de instituição social, tradição, cidadania cultural e dimensões educativas e culturais, a partir de Barbosa (1994), Botelho (2006), Carvalho (2009), Batista (2010), Pollak (1992), Giddens (2005) e Hall (2006). Com base nos dados construídos e analisados, constatei que a banda de música é uma instituição que contribui para a democratização do acesso à música e cidadania cultural, ao possibilitar que todos não apenas usufruam dos bens culturais e musicais, mas que sejam agentes ativos da sua elaboração, na produção musical local, a partir da atuação da banda. Atestou-se também, o papel fundamental do maestro nesse período, que com suas ações educativas e culturais renovou um novo cenário musical para a referida banda de música.

Esta pesquisa, no contexto da Educação de Jovens e Adultos, de cunho qualitativo-interpretativo, volta o seu olhar para o ensino de alunos em situação de privação de liberdade. De que forma a inserção das narrativas autobiográficas pode contribuir com a educação e formação de jovens e adultos em situação de privação de liberdade? Tal questionamento impulsionou a pesquisa, que tem como objetivo primordial analisar de que forma a inscrição da narrativa autobiográfica pode contribuir na melhoria da Educação de Jovens e Adultos em situação de privação de liberdade. Para tanto, a fundamentação teórica ancora-se na concepção de Freire (2014), Delory-Momberger (2014), Passeggi (2014) e Foucault (1987) e a metodológica em Bauer e Gaskell (2002), a partir dos preceitos das entrevistas narrativas. A pesquisa foi realizada no Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos Senador Guerra, que funciona no interior da Penitenciária Estadual do Seridó, localizada na cidade de Caicó (RN). Participaram cinco estudantes. Os resultados da pesquisa destacam a importância crucial da educação no contexto prisional como uma ferramenta poderosa para a transformação pessoal e social. As estratégias propostas, baseadas nas autobiografias de Rogério, Odson, Jean, Ítalo e Eduardo, oferecem insights práticos sobre a aplicação da abordagem pedagógica de Paulo Freire tanto no sistema prisional quanto em contextos educacionais mais amplos, evidenciando os benefícios da educação na Educação de Jovens e Adultos (EJA) para pessoas em situação de privação de liberdade. Esses benefícios abrangem a promoção da reflexão e autoconhecimento, inspiração, desconstrução de estereótipos, defesa por mudanças no sistema prisional, desenvolvimento de habilidades de escrita e comunicação, cultivo de uma cultura de aprendizado na prisão e integração efetiva com o currículo da EJA.

O presente trabalho, de caráter qualitativo, aborda discussões sobre a construção deum currículo de qualidade na perspectiva docente. Por ser uma política emexpansão no cenário educacional brasileiro, o objeto de pesquisa foi relacionado àproposta de ensino em tempo integral da rede pública de ensino do estado doCeará, no período de 2016 a 2023, com foco na região do Maciço de Baturité, nacidade de Pacoti, mais precisamente na Escola de Ensino Médio em Tempo IntegralMenezes Pimentel, que constitui o local da pesquisa. Com esse estudo, busca-secompreender como ocorre a compreensão, recontextualização e construção de umcurrículo que busca qualidade no ensino e na aprendizagem sob a perspectiva dodocente. Para tanto, parte-se da ideia dos contextos e conceitos relacionados aocurrículo, descrevendo historicamente o caminho percorrido pela política daeducação em tempo integral no Brasil e no estado do Ceará. Dessa maneira, traz-sepor meio da relação entre autonomia escolar e currículo, da observância daparticipação docente na construção do currículo adotado na escola e discussões queanalisam e subsidiam a qualidade curricular. Trazendo à tona a contribuição, com avisão teórica pós-estruturalista, da ótica de renomados curriculistas como Ball,Lopes e Macedo, e Silva que nos fazem compreender que o contexto da prática éonde a política está sujeita à interpretação e recriação, capaz de produzir efeitos econsequências que podem representar mudanças e transformações significativas napolítica original. Analisa-se a voz dos educadores, utilizando como método base aentrevista semiestruturada, além da abordagem teórica, a análise dos documentosoficiais que norteiam a política da escola de ensino médio em tempo integral noCeará. Em conclusão, o estudo sobre a construção de um currículo de qualidade naconcepção docente revela a complexidade e a importância desse processo para amelhoria da educação. A partir das discussões e análises realizadas, foi possívelcompreender que um currículo de qualidade não se limita à seleção de conteúdos,mas envolve uma série de aspectos interligados que impactam diretamente aaprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Após as entrevistas e análise dosdocumentos, percebe-se que os professores estão cada vez mais engajados nadiscussão sobre o currículo, buscando integrar diferentes áreas do conhecimento epromover uma aprendizagem mais significativa e contextualizada. A participaçãodocente na construção do currículo é fundamental, pois são eles que estão emcontato direto com os alunos e conhecem suas necessidades e realidades.

Este trabalho teve o intuito de analisar questões de gênero nas Licenciaturas em Matemática em Mossoró – RN, a partir de experiências das docentes atuantes nestes cursos. Para isso, foi utilizada a abordagem da História Oral e, a partir de entrevistas com as docentes selecionadas, foi dado ênfase às questões de gênero que permeiam ou permearam a vida dessas professoras. A análise das narrativas produzidas pelas professoras foi elaborada articulando temas que vieram à tona durante as entrevistas, em uma análise de convergências. As temáticas analisadas foram o incentivo recebido durante seus momentos de infância e adolescência, por parte da família ou pessoas de convívio próximo; representatividade de professores (as) ou figuras marcantes durante esse período; tomada de decisão em cursar a carreira que envolvesse matemática; sensação de pertencimento ao ambiente acadêmico, levando em consideração as nuances particulares do curso de matemática; trabalho e relações de poder e; equilíbrio entre vida acadêmica e pessoal. Dentre os resultados percebidos, destaca-se as relações das professoras com suas famílias, que geralmente atuaram como fortes direcionadoras de seus percursos formativos e profissionais – mesmo que indiretamente. Também foi observado um papel crucial dos próprios professores, não só durante a infância e adolescência, mas também assumindo a posição de espelho a ser seguido e de mostrar e incentivar os caminhos de pós-graduação. Além disso, foi destacada a importância de dar a oportunidade para que essas mulheres tenham suas experiências com a matemática sem precisarem esconder suas emoções, de serem respeitadas, sendo-lhes dada a oportunidade de errar sem julgamento e ter suas vozes igualmente escutadas. Outro forte ponto observado foi a maternidade – ou a falta dela – no decorrer de suas carreiras, e a importância de uma rede de apoio para as docentes.

Esta é uma pesquisa cujo foco é o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), uma Fundação educacional instituída durante a Ditadura Civil-Militar por meio da Lei Nº 5.379/1967. Durante sua existência, a Fundação desenvolveu aproximadamente dez programas educativos que teve como objetivo central a Alfabetização Funcional e a Educação Continuada de Adolescentes. Dentre estes, encontramos o Programa de Alfabetização Funcional (PAF) e o Programa de Educação Integrada (PEI) que contava com a matrícula e permanência dos sujeitos dos 15 aos 30 anos para a aquisição da leitura, escrita e cálculo. Diante da diversidade de programas criados pela Fundação, pretendemos compreender o Programa de Profissionalização do Mobral, considerando as suas ações voltadas para a formação profissional de jovens e adultos. Trata-se de uma pesquisa documental na qual utilizou-se a legislação e os documentos oficiais publicados pela Fundação durante a sua existência. Os documentos específicos deste programa estão conservados digitalmente no site Fóruns de EJA e se dividem entre materiais de concepção do programa, manual do balcão de emprego, manual de curso para empregada doméstica. Como problema de pesquisa, investigamos quais as ações educativas do Programa de Profissionalização e sua relação para a formação profissional do sujeito adolescente e adultos durante a Ditadura Civil-Militar? Como objetivo geral da pesquisa, buscamos compreender o Programa de Profissionalização do Mobral, considerando as suas ações voltadas para a formação profissional de adolescentes e adultos. Como objetivos específicos, elencamos o primeiro: conhecer as campanhas políticas e movimentos populares voltados para a educação de adolescentes e adultos anteriores a criação do Mobral; o segundo, analisar o cenário histórico da criação e implementação do Mobral e por último, examinar o Programa de Profissionalização do Mobral por meio de documentos oficiais da Fundação. Como referencial bibliográfico tivemos acesso a textos cuja temáticas se relacionam à história da educação de adultos, à educação no Regime Civil-Militar, como por exemplo aos autores: Corrêa (1979); Costa (1986); Fávero (1983, 2016); Jannuzzi (1979); Paiva (2015) dentre outros. Por meio da construção de um Estado do Conhecimento sobre o objeto de pesquisa, nos repositórios da CAPES e BDTD, constatamos a inexistência de pesquisas voltadas para o Programa de Profissionalização do Mobral. Dessa forma, entendemos que a pesquisa contribuirá para a História da Educação Brasileira, sobretudo no que tange à Educação Profissional.

A literatura infantil desempenha um papel fundamental na formação dos leitores, contribuindo não apenas para o desenvolvimento das habilidades de leitura, mas também para a construção de repertórios culturais, emocionais e cognitivos da criança. Neste contexto, a presente pesquisa busca analisar como as obras de literatura infantil do PNLD Literário do ano de 2018 podem contribuir para a formação do leitor literário infantil, com foco na análise de obras literárias específicas. A presente pesquisa tem como objetivo, portanto, discutiracerca da conceituação de literatura no contexto da formação do leitor literário na escola, identificando as obras de literatura infantil nas Unidades de Educação Infantil; compreender como se dá a formação leitora a partir das obras de literatura infantil do PNLD literário do ano de 2018; analisar, por meio de categorias a relevância das temáticas de literatura infantil encontradas nas obras literárias do PNLD e sua contribuição no processo de formação do leitor literário infantil. A metodologia empregada consiste em uma pesquisa qualitativa, com foco na pesquisa documental em que analisamos 10 obras literárias do PNLD como forma de dar um tratamento analítico aos textos selecionados para o estudo a partir de sete categorias de análise: prazer pela leitura, encantamento, reflexões, identificação do tipo de leitor, interação leitor-texto, imagem e interação com o leitor e ampliação do repertório. Para tanto, recorremos às discussões teóricas que fortalecem nossa análise, entre os quais destacamos Coelho (2000), Azevedo e Pontes (2009), Pontes (2012), Brasil (1998; 2018), Colomer (2017). Frente às descobertas desta investigação, é salutar dar visibilidade da relevância da literatura infantil como uma ferramenta fundamental para a formação do leitor literário nas escolas brasileiras, e esperamos que os resultados desta pesquisa contribuam para o aprimoramento das práticas pedagógicas relacionadas à literatura infantil e para a promoção de uma educação literária de qualidade no Brasil. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) representa uma iniciativa crucial no cenário educacional brasileiro, oferecendo obras literárias de alta qualidade para as escolas públicas do país.

Esta dissertação propõe uma análise detalhada dos planos de aula disponíveis no Portal Educacional Escolas na Rede, adotado pelo Estado do Rio Grande do Norte, que são concebidos pelos próprios professores que utilizam a plataforma. O objetivo da análise é o de verificação do ensino de Língua Portuguesa, a partir da forma com a qual esses planos abordam o ensino de produção textual escrita, e apresentar uma proposta que favoreça sua utilização, especialmente diante do desafio de integrar as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) na sala de aula. A análise busca compreender se as atividades propostas vão além do exercício gramatical e da reprodução de modelos de texto, visando promover um ensino significativo para os alunos. A dissertação se apoia em teorias linguísticas, como a perspectiva bakhtiniana sobre gêneros do discurso, e também considera os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A metodologia envolve a análise dos planos de aula, identificando os gêneros textuais mais frequentes, as práticas de leitura e escrita propostas e os critérios de avaliação recomendados.

Refletindo acerca das dificuldades enfrentadas em sala de aula, no que concerne aos processos de ensino e de aprendizagem na disciplina História, e tomando como ponto de partida a minha prática pedagógica, optei por buscar estratégias metodológicas que pudessem contribuir com o ensinar e o aprender de docentes e discentes. Assim, procurei desenvolver, empiricamente, uma estratégia metodológica, objetivando analisar as contribuições das imagens criadas a partir da linguagem radiofônica para a aprendizagem dos discentes no ensino de História, tendo como fundamento a relação inseparável entre imagem e pensamento. Assim, optei por trabalhar com
autores como Freire (1994); Bachelard (1994); Morin (2014); Evangelista (2017); Teixeira e Almeida (2014); Bloch (2001) e outros que lidam com as imagens imaginadas de diferentes perspectivas. A empiria desta pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública do estado do Rio Grande do Norte, e para tanto, adotei como metodologia a produção de podcasts em sala de aula, como estratégia para a criação de imagens mentais e, consequentemente, para a construção do conhecimento na disciplina de História, no Ensino Médio.

O presente estudo tem como objetivo compreender o uso didático dos elementos visuais e da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), pelos profissionais da Educação Inclusiva para o ensino de História, aos alunos surdos, na região do Território de Identidade do Piemonte Norte de Itapicuru, no estado da Bahia. Para tanto, a pesquisa baseia-se na metodologia qualitativa, tendo-se utilizado de entrevistas semiestruturadas e conversas informais com os participantes. Para a análise dos dados, são utilizadas as narrativas colhidas durante cada entrevista, a partir das quais é possível inferir a importância da participação das famílias na aprendizagem visual dos alunos surdos, a necessidade e relevância de formação continuada para os docentes em História. Dessa forma, concluiu-se que as imagens (gestos, códigos somados às sinalizações em Libras) são um veículo relevante para o desenvolvimento da
pessoa surda, devendo ser usado em parceria com equipe multiprofissional e o docente de História com vista na otimização do processo de ensino-aprendizagem acerca de um passado.

Esta pesquisa, inserida na discussão erguida nacionalmente por pesquisadores, associações, entidades representativas da área educacional e faculdades, centros e departamentos de educação ao longo do tempo sobre o curso de Pedagogia no Brasil e a formação de professores da Educação Básica, tematizou a formação de professores polivalentes. Delimitou-se para o estudo da formação e, também, da docência, na perspectiva da polivalência, de professores da escola pública. Como problema de pesquisa, ressaltou: quais as percepções de egressos da Licenciatura em Pedagogia da UERN, Campus Central, atuantes em escolas públicas no Município de Mossoró – RN, no que diz respeito à formação de professores polivalentes? Pontificou, como objetivo central, refletir sobre as percepções de egressos da Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Central, atuantes em escolas públicas do Município de Mossoró – RN, acerca da formação de professores polivalentes. No que toca aos objetivos específicos, demarcaram-se: (a) descrever as percepções de egressos da Licenciatura em Pedagogia da UERN, Campus Central, atuantes em escolas públicas, no Município de Mossoró – RN, no que diz respeito à formação de professores polivalentes; (b) pensar sobre a docência de professores polivalentes de escolas públicas do Município de Mossoró – RN, licenciados em Pedagogia pela UERN, Campus Central; e (c) analisar o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia da UERN, ano de 2012, Campus Central, acerca da formação de professores polivalentes. A pesquisa fez uso da abordagem qualitativa, com enfoque fenomenológico, tipificando-se como um estudo de caso. Além disso, ancorou-se no levantamento bibliográfico, bem como na análise documental do PPC (2012) do curso de Pedagogia da UERN, campus central. Ademais, como técnica de construção de dados, optou-se também por realizar entrevistas semiestruturadas desenvolvidas com cinco docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental (um de cada ano), atuantes em escolas públicas do Município de Mossoró – RN, os quais são egressos do curso de Pedagogia da UERN. A investigação se fundamentou, centralmente, em autores de base crítica que, no decurso do tempo, têm investigado a formação de professores polivalentes, o curso de Pedagogia no Brasil e a docência polivalente, a saber: Scheibe (2007), Tardif (2008), Cruz (2012), Fiorin e Ferreira (2013), Pimenta et al. (2017), Gonçalves (2017), Medeiros, Araújo e Santos (2021), Libâneo et al. (2022), entre outros. Como técnica principal para a análise dos dados, destacou-se a análise textual discursiva. Concluiu-se que, apesar da formação inicial na licenciatura se configurar como um espaço singular de profissionalização docente, também deixou lacunas na formação destinada à atuação na gestão escolar, nos espaços não escolares e na Educação de Jovens e Adultos. No contexto da UERN, campus central, a partir da percepção dos sujeitos da pesquisa, entendeu-se que a ênfase dos processos formativos no curso de Pedagogia deu-se na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, apesar da ênfase dada à formação docente para atuação nesses níveis de ensino, refletiu-se que, em virtude do curso vislumbrar um perfil docente com caráter generalista para atuação na Educação Básica, há limites na docência na perspectiva da polivalência, dentre eles, a ausência de conhecimentos específicos e pedagógicos acerca do trabalho com as disciplinas lecionadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O processo de ensino-aprendizagem para o Ensino de Ciências, principalmente a relação conceitual científica com o cotidiano do aluno, vem se configurando como um grande desafio. Muitas são as discussões relacionadas a essa abordagem e quais critérios devem seguir para que se tenha um ensino de qualidade. Pensando nisso, muitos pesquisadores dessa área buscam alternativas para resolver essas necessidades apresentando novos métodos de ensino. Com isso, esta pesquisa teve como objetivo principal desenvolver uma Sequência Didática (SD) para o conteúdo de Transformações Químicas com uma abordagem voltada para a educação ambiental pautado nos três momentos pedagógicos em uma turma do 6º ano no ensino fundamental em uma escola estadual na cidade de Apodi-RN. A pesquisa concentrou-se na abordagem qualitativa e aconteceu em duas etapas: 1) Revisão bibliográfica e 2) Pesquisa-ação. Na primeira etapa, a Revisão Bibliográfica foi realizada através de um Estado da Arte, trazendo um panorama atual das mais variadas estratégias desenvolvidas em Sequências Didáticas pautadas na abordagem dos Três Momentos Pedagógicos, apresentando resultados satisfatórios quanto aos seus objetivos, deixando claro toda a Sequência Didática utilizada e a aceitação e aprovação dos métodos pelos alunos. O Estado da Arte se utilizou da análise de conteúdo fundamentada na obra de Laurence Bardin (2009), como estratégia de organização e seleção do material a ser analisado. Na segunda etapa, a pesquisa-ação, foi desenvolvida a partir de quatro momentos: observação da escola e turma sede da pesquisa; desenvolvimento dos instrumentos de pesquisa (pré-teste e pós-teste); aplicação da Sequência Didática; Análises dos dados. A aplicação da Sequência Didática foi pautada na abordagem dos Três Momentos Pedagógicos sob a perspectiva da Educação Ambiental como tema gerador. Essa metodologia, como o próprio nome já sugere, se apresenta em três momentos: Problematização Inicial (PI), Organização do Conhecimento (OC) e Aplicação do Conhecimentos (AC). Os resultados para o pré-teste indicaram pouco ou quase nenhum domínio sobre a temática do conteúdo programático atrelado ao Meio Ambiente. No pós-teste, e com as análises contínua e processual durante a aplicação de toda a SD, foi possível perceber uma evolução na aprendizagem, principalmente pela interação dialógica dos alunos. Diante disso, espera-se que este trabalho de cunho social, no qual se configurou como um levantamento de dados sobre as mais variadas Sequências Didáticas pautada dos Três Momentos Pedagógicos, e ainda na construção e aplicação de uma Sequência Didática sob essa mesma perspectiva atrelando a Educação Ambiental, sirva como referência válida não apenas para o Ensino de Ciências, mas também para todas as áreas do conhecimento.

A Educação Profissional tem como objetivos não só a formação de técnicos de nível médio, mas a qualificação, a requalificação, a reprofissionalização para trabalhadores com qualquer escolaridade, a atualização tecnológica permanente e a habilitação nos níveis médio e superior. Apesar do conceito de Educação Profissional ter passado a ser utilizado no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) na década de 1990, a formação do trabalhador teve seu início no período colonial do Brasil. O Ceará aderiu ao Programa Brasil
Profissionalizado, instituído por meio do Decreto Presidencial n° 6.302, de 12 de dezembro de 2007 e, posteriormente, consolidou esta posição quando estabeleceu a Lei nº 14.273/2008, criando as Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP). As EEEP buscam, além da formação básica do Ensino Médio, a formação
profissionalizante em diversas áreas. A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar três dos principais indicadores educacionais do sistema de avaliação escolar: atendimento, rendimento e desempenho escolar, com a intenção de compreender a realidade escolar das EEEP e, também, perceber como está o desenvolvimento destas escolas no estado do Ceará. A análise dos referidos indicadores constitui uma ferramenta para determinar o avanço social e pedagógico destas instituições educacionais. A pesquisa, de modo geral, utilizou uma abordagem quanti-qualitativa exploratória, para apresentar, discutir e analisar estes indicadores, verificando sua evolução ao longo dos cinco últimos anos, a partir da base dos dados de pesquisas e avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e da Secretaria da Educação do
Estado do Ceará (SEDUC). A pesquisa indica que, de uma forma geral, é possível perceber a melhoria destes indicadores das EEEP, nesses últimos cinco anos. Destaca-se o crescimento significativo das matrículas, do número de estabelecimentos, das taxas de aprovação e de redução da taxa de reprovação e abandono. Já o indicador de desempenho, apesar das defasagens acumuladas em relação ao padrão de proficiência de desempenho, as EEEP, tanto em Língua Portuguesa, quanto em Matemática, possuem médias que estão acima da média estadual e nacional. Ressalta-se que os resultados dos indicadores são muito importantes para todos os envolvidos com uma educação de qualidade, podendo servir de base para o aperfeiçoamento do ensino praticado e para o desenvolvimento de ações sócio-pedagógicas que permitirão a evolução desta
modalidade de ensino voltada à formação profissional.

O início de carreira de um professor é um momento muito marcante, cheio de desafios e descobertas, e na Educação Especial se torna ainda mais difícil, conforme diz Michels (2017). Com isso, surgiu indagações acerca dessa prática pedagógica no início de carreira na Educação Especial. Desse modo, como problema de pesquisa, se busca saber como acontece e ocorreu minha experiência de início de carreira docente na Educação Especial em uma classe comum da rede pública de ensino do Município de Apodi/RN nos primeiros três anos? Qual foi ou é o impacto dessa experiência em minha formação profissional atual? Com isso, a presente pesquisa, tem como objeto geral: analisar minha prática pedagógica no início de carreira em uma classe comum na Educação Especial no Município de Apodi/RN, através de narrativas (auto)biográficas. Como específicos, elencam-se: a) descrever as primeiras etapas da minha inserção na escola em que atuo como Professora de Educação Especial (PEE); b) evidenciar os desafios enfrentados tanto como PEE quanto de professora iniciante, e; c) Refletir sobre as experiências e vivência que têm marcado minha atuação como professora da Educação Especial em uma classe comum. Em sequência, o referencial teórico está embasado em estudiosos que discutem sobre o professor em início de carreira, seus desafios e suas práticas (DINIZ, 2020). Também, foram revisados os que disponham as Leis e Decretos locais e nacionais, para realizar um apanhado sobre a trajetória da Educação Especial e alguns teóricos que abordam a temática, tais como: Santos (2020), Martinez e Anache (2021). Em seguida, narro como foi o desenvolvimento da metodologia desta pesquisa de natureza qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 2010; ARAÚJO; OLIVEIRA; ROSSATO, 2017), com enfoque na narrativa (auto)biográfica. (MEDEIROS; AGUIAR, 2018; OLIVEIRA; SATRIANO, 2018; VILLEGAS; ROZO, 2018). Utilizei técnicas e instrumentos com enfoque na história de vida, tais como: a) evocação de experiências e vivências; b) as conversas com colegas (MEDEIROS; AGUIAR, 2018; VILLEGAS, 2011). Para a construção dos resultados utilizei a análise hermenêutico de minhas escritas narrativas e evocações, na qual foi necessário o diálogo entre a pesquisadora (eu) com o texto narrada. (QUINTANA; HERMIDA, 2019). Com isso, os apontamentos mostraram que todas as etapas, da busca e da construção da minha identidade docente, foram fundamentais para minha formação humana e profissional. Também contatei que diante das minhas narrativas se apresentaram, além dos desafios comuns entre os estudos sobre essa temática, foi percebido outros, como: a incerteza sobre o cargo de Professor de Educação Especial no princípio; a função do professor de Educação Especial ainda não reconhecido; a  diversidade dos casos especiais e as condições individuais que caracterizam o aluno com deficiências; assim como também, meus exercícios próprios como PEE para ensinar a um aluno com deficiência nas primeiras tentativas. Seguindo, desenvolvi alguns princípios que considero importante para atuar como PEE e alguns deles estão: o desejo de ensinar para incluir; atenção individual e dedicação plena nele; a comunicação permanente com sua família ou responsável; conhecer as experiências prévias escolares, entre outros. Como também expus alguns processos de ensino para a inclusão experimentados com alguns sucessos. Portanto, esse processo de
‘Automebiografar’ atuando como professora-autora e pesquisadora foi uma experiência formadora, na qual refleti sobre minha prática docente nesse início de carreira. 

Este estudo se trata de uma pesquisa que parte dos princípios epistemológicos da Pesquisa (auto)biográfica em educação, apresentando como objetivo geral investigar, a partir das narrativas autobiográficas de professores de Classe Hospitalar e Domiciliar (CHD) e gestores das Escolas de Origem, as estratégias utilizadas para a continuidade da escolarização dos estudantes em tratamento de saúde prolongado e impossibilitados de frequentar a escola por tempo indeterminado. Situamo-nos, também, nos estudos sobre a organização do ensino no Brasil, do período da colonização ao final do Governo Michel Temer e, ainda, em pesquisas sobre o ensino colaborativo e a escolarização em contexto hospitalar, em especial, aquelas produzidas no contexto do Rio Grande do Norte, ancorados nos estudos de Freire (1991, 2013, 2019), Jovchelovitch e Bauer (2002), Nóvoa (2011, 2019), Passeggi (2011, 2014, 2016), Saviani (2019), dentre outros. Tomamos como objeto de estudo os sentidos que os participantes dão quanto à interlocução entre o Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar (AEHD) em Classe Hospitalar e Domiciliar e a Escola de Origem (EO). Participaram da pesquisa 2 (dois) professores que atuam em Classe Hospitalar e Domiciliar (CHD), 1 (um) coordenador pedagógico da CHD em Instituição Conveniada à SEEC/RN e 2 (dois) gestores da EO da rede pública de ensino do RN. O corpus da pesquisa foi composto por transcrições das entrevistas narrativas de 5 (cinco) profissionais da educação – sendo 2 (dois) gestores da EO, 2 (dois) professores da CHD e 1 (um) coordenador da CHD – realizadas por meio da plataforma de videoconferência Google Meet, imersão no campo de estudo, dados que constituíram as fontes autobiográficas e formulário elaborado com o auxílio do aplicativo Google Forms. As análises das narrativas revelam a necessidade de maior disseminação do AEHD na formação inicial e continuada dos professores, apontando também para a importância da interlocução entre a CHD, a EO e a família, não só por intermédio de documentos, mas também de maneira dialogada. As relações dialógicas, dinâmicas e contínuas entre os sujeitos que compõem o contexto da CHD, em especial a escuta ao estudante, surgem como primordiais para a continuidade da escolarização dos estudantes em AEHD, devendo se estender à EO. Nesse sentido, o ensino, na perspectiva colaborativa apresentada nas CHD, emerge como fomentador de ações que viabilizem maior aproximação com os professores da EO, oportunizando a efetivação da garantia do direito à educação ao estudante em tratamento de saúde prolongado. Tais achados permitem compreender a importância da interlocução entre as Escolas de Origem e a Classe Hospitalar e Domiciliar, ofertando pistas quanto aos caminhos para maior efetividade da garantia do direito à educação, da continuidade da escolarização e da futura reinserção escolar do estudante em tratamento de saúde prolongado e impedido de frequentar a escola.

Este trabalho consiste em uma pesquisa realizada com professores e professoras de Língua Portuguesa de escolas públicas estaduais da rede de ensino do Rio Grande do Norte, atuantes no Ensino Médio, na cidade de Mossoró/RN, a respeito da modalidade polêmica na escola. Como objetivo geral, buscamos compreender a perspectiva docente quanto ao trabalho pedagógico com a modalidade argumentativa polêmica na escola, visando promover reflexões e apontamentos para o ensino da argumentação. Assim, com os objetivos específicos, visamos identificar concepções de professores de língua portuguesa acerca da polêmica no ensino da argumentação, analisar como professores de língua portuguesa promovem o ensino da argumentação no ensino médio, focalizando o trabalho com a modalidade polêmica, bem como elaborar uma proposta pedagógica para o ensino da modalidade argumentativa polêmica na escola. O aporte teórico fundamental desta pesquisa está centrado nos estudos da Abordagem da Argumentação no Discurso, propostos por Ruth Amossy (2014, 2017[2014]), dentre outros, por refletirem sobre as modalidades argumentativas, assim como a modalidade argumentativa polêmica presente na sociedade. A proposta metodológica deste trabalho constitui-se de uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com fonte de informação primária, além do cunho exploratório e descritivo, com base nos procedimentos técnicos de estudo de caso. O corpus foi constituído por um questionário contendo 15 perguntas, divididas em blocos de acordo com os objetivos específicos. Os resultados demonstram que há uma variedade de compreensões sobre o que é a modalidade argumentativa polêmica e que se faz necessário aprofundamento e reflexão por parte dos professores sobre o ensino da argumentação e da modalidade argumentativa polêmica. Entendemos que, embora o ensino da argumentação seja explorado pelo docente conforme recomendam os documentos oficiais de Língua Portuguesa, o ensino da argumentação não se estende à modalidade argumentativa polêmica na escola, o que nos levou à elaboração de um produto pedagógico em formato de cartilha sobre o trabalho com a modalidade argumentativa polêmica na escola.

A pesquisa visa analisar as implicações nos processos de se constituir professora no ensino da Educação Infantil a partir das possíveis reverberações de suas vivências e experiências como discentes nos primeiros contatos na escola. Por meio da reflexão da prática e da relevância desses aprendizados para suas atuações, no exercício de suas funções, primando pela qualidade do ensino. Partindo desse pressuposto e a fim de responder também às minhas inquietações a respeito de como as professoras da Educação Infantil, dialogam com suas  experimentações socioculturais desde quando eram infantes, relacionando-as às interpretações dessas infâncias,
as quais repercutem através de suas práticas de ensinar e aprender, nos contextos escolares atuais em seus papéis de professoras da Educação Infantil. Desse modo, fazemos as seguintes indagações: a) Como as professoras da Educação Infantil dialogam com as experiências vivenciadas em suas infâncias (como alunas que foram nos primeiros anos na escola) e as interpretações das infâncias nos contextos escolares atuais, em seus papéis de professoras da educação infantil? b) Que percepções e conceitos as professoras têm acerca de se constituir professora na/ Educação Infantil? c) Quais são as reflexões derivadas da prática de ensinar  e aprender  por parte das professoras, como elemento da constituição da profissionalidade na Educação Infantil? d) Como se expressam em suas práticas de aulas, o diálogo com os princípios da Educação Infantil? A investigação é de cunho qualitativo e fundamentou-se nas teorias metodológicas de Bogdan e Biklen (1994), Minayo (2001) e em Gil (2008) com a intensão de compreender os significados das infâncias das discentes /docentes, contemplando os saberes da experiência e as subjetividades reverberadas nos contextos e práticas pedagógicas atuais. Utilizamos a entrevista narrativas com questões abertas e a observação participante,
como método de coleta e para o tratamento das informações obtidas, designamos a análise de conteúdo sustentada por Bardin (2016) e Franco (2008), observando com afinco, as fases de pré-análises, exploração do material, tratamento dos resultados mediante inferências e interpretações das narrativas e das observações. As referências teóricas do estudo dialogaram com os autores que discutem a reflexão da prática docente, os saberes docentes, a relevância das narrativas para emancipar-se e constituir-se professor, considerando as especificidades da infância, em consenso com as bases e normas educativas, compostas nos dispositivos da
legislação brasileira, no que se refere aos eixos interações e brincadeiras e princípios norteadores da prática pedagógica na infância. Quanto as categorias derivadas das análises fazem referência a como ensinam as professoras na Educação Infantil sobre suas vivências e experiências infantis ligadas a escola, assim como, suas memórias das infâncias que se reverberam nos modos de ensinar da sala de aula na Educação Infantil. Desse modo, a partir das interpretações podemos inferir que entre as vivências dos contextos sócio-históricos/culturais da infância, outrora experienciados, e a constituição profissional atual, há um elo impregnado desse passado, reescrito e reproduzido no fazer pedagógico nas suas práticas atuais de ensino.

O presente trabalho em como objetivo geral analisar as contribuições aos docentes as contribuições aos docentes de Matemática, Química, Física e Biologia (MFQB) de um curso de aperfeiçoamento sobre práticas interdisciplinares, na modalidade extensão, a fim de apontar caminhos para construção de uma formação continuada que busque responder uma demanda desta área no ensino público de uma escola de João Pessoa - PB. Como objetivos específicos propusemos realizar levantamento bibliográfico prévio para identificar o estado da arte da temática em estudo, para a fundamentação teórica e justificar limites e contribuições da pesquisa
que está sendo realizada; identificar, a partir dos depoimentos dos a partir dos depoimentos dos professores do Ensino de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (ECNMT) em exercício, as contribuições trazidas pelo curso de aperfeiçoamento (formação); analisar a relação existente na prática docente antes e depois do curso de aperfeiçoamento (formação) ofertada para o ECNMT, nas disciplinas de MFQB e a ressignificação dos saberes de sua própria prática. No primeiro momento, foi utilizado um levantamento bibliográfico do período de 2017 a 2022 referente à temática que fundamentou o capítulo introdutório e o aporte teórico conceitual sobre
a historicidade, dimensões epistemológicas, pedagógicas da interdisciplinaridade, formação docente continuada e práxis pedagógica. Dentro de uma abordagem qualitativa, investigamos o quanto a temática pesquisada está presente nos contextos de pesquisa acadêmica através da construção do estado da arte. A segunda fase da pesquisa foi pautada na realização de um curso de aperfeiçoamento com atividades interdisciplinares, das quais foi gerado o corpus, advindo das entrevistas e observações com os sujeitos participantes, professores em exercício das disciplinas citadas. A partir da coleta de dados, detectamos que alguns sujeitos da pesquisa ainda estão atrelados ao modelo tradicional de ensino, reclamando da falta do livro didático, ministrando aulas expositivas, demonstrando posturas ortodoxas. Outros, já demonstram ter superado o problema do ensino estanque e fragmentado, com visão mais acurada, com dinâmica, interação, sinalizando para a interdisciplinaridade em suas práticas pedagógicas. Os dados também revelaram as dificuldades encontradas pelos professores dessas ciências MFQB para aplicação da Interdisciplinaridade em suas práticas pedagógicas, tais como: falta de interação dos professores das diferentes áreas no planejamento, recursos didáticos e financeiros precários, tempo escasso. E com relação à compreensão da Interdisciplinaridade por parte dos sujeitos, percebeu-se que eles conseguem fazer relações com outros aspectos, quer históricos, sociais,
políticos, econômicos e ambientais, além de um contexto humanizador, quando trabalham a formação de caráter, cidadania de forma contextualizada. A partir do desenvolvimento desta pesquisa, foi possível refletir sobre as perspectivas de realização de propostas interdisciplinares para o ensino dessas ciências MFQB. Assim como foi possível o diálogo sobre a sua complexidade e as suas diversas concepções, o que contribuiu para a compreensão de que a interdisciplinaridade é possível a partir de um indivíduo ou de um projeto composto por docentes de diferentes disciplinas. A ausência de conhecimento sobre a interdisciplinares tem sido apontada como limite para a sua realização. Portanto, a pesquisa proporcionou um momento de formação na qual foi possível refletir sobre o aprimoramento da prática docente e as relações que aproximam a pesquisa desta prática e a formação continuada.

A presente pesquisa tem por meta apresentar algumas características do Novo Ensino Médio e a implantação do Projeto Promédio Semi-Integral como proposta piloto em cinco escolas localizadas na cidade de Natal, jurisdicionadas à primeira Diretoria Regional de Ensino e Cultura do Rio Grande do Norte – 1ª DIREC-SEEC/RN, bem como, as perspectivas desse para o ensino de matemática. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, que mobiliza conceitos da Pedagogia Freireana, os quais fundamentam a hipótese deste estudo. Foi também mobilizado alguns pressupostos teóricos que fundamentam a pesquisa em razão da profissionalização docente e o ensino de matemática, como os estudos de Saviani (2009), Moreira (2013), Souza (2012), Paulino Filho (2008) e Perez (2021). A pesquisa respalda-se em fontes primárias e secundárias, nas quais tomou-se por fonte primária, documentos oficiais, tais como a legislação para o ensino médio e o Projeto Promédio Semi-Integral, elaborado pela SEEC/RN. As fontes secundárias são compostas por entrevistas e questionários aplicados a alguns gestores e professores das cinco escolas participantes do projeto Promédio Semi-Integral no ano de 2017. Como instrumento de pesquisa fez-se uso da entrevista semiestruturada e o tratamento dos dados coletados foi realizado por meio da interpretação do conteúdo e análise documental. Como resultados nos processos pedagógicos, conclui-se que foi negligenciada uma formação com melhor qualidade em busca da preparação e qualificação de docentes para atuação no Projeto Pró-médio. Já em relação à estrutura das escolas, que consequentemente impacta no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, desvelou-se um problema crônico noqual foi possível detectar ambientes com déficit de bibliotecas, laboratórios de ciências, laboratórios de matemática e laboratórios de informática, enfim, de melhorias organizacionais para o desenvolvimento do projeto Pró-Médio. Além dessas situações de falta de preparo das escolas e dos docentes para o trabalho com o Pró-Médio, constatou-se que houve uma aceitação por parte dos docentes e gestores em relação ao programa das disciplinas e em especial à Matemática, pois os estudantes tiveram oportunidade de ter estudos adicionais na carga horária e reforço dos conteúdos ministrados nas aulas programadas, elevando o nível de aprendizagem. Espera-se, com esse estudo, sensibilizar, de algum modo, as autoridades competentes para que encaminhem e reúnam melhores condições de estruturadas físicas nas escolas além de profissionais competentes em sua formação inicial e continuada, para exercerem com dignidade suas funções docentes e, assim, formar cidadãos críticos e capacitados para viver, conviver, construir e reconstruir a vida em sociedade.

Esta pesquisa tem como objetivo explorar o discurso de ódio da internet em aulas de Inglês com estudantes de 9° ano do Ensino Fundamental Anos Finais de uma escola pública no município de Russas – CE, de modo a promover o combate a esse discurso. A escolha por trabalhar com exemplares de discurso de ódio na internet –hate speech, em inglês – fundamenta-se no seu recorrente alcance mundial e sérios impactos na vida de muitas pessoas. No âmbito da Linguística Aplicada interdisciplinar, este estudo articula-se à Análise Dialógica do Discurso (ADD) e à pedagogia crítica freiriana, operando com os textos utilizados e produzidos pelos participantes da pesquisa (estudantes) como enunciados – elos na interação discursiva. Portanto, a pesquisa propõe a seguinte questão: como os estudantes da disciplina de Língua Inglesa da Educação Básica respondem ao discurso de ódio dissipado na internet? Metodologicamente, a investigação está situada no âmbito da pesquisa qualitativa, manifestando-se como uma pesquisa-ação, com as fases de planejamento, ação, observação e reflexão do processo, na qual é desenvolvida uma proposta de ensino que problematiza e busca combater o discurso de ódio nas aulas de Inglês da escola pública, além de se vincular às competências e habilidades prescritas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O corpus da investigação é constituído por textos verbo-visuais produzidos pelos estudantes, suas respostas à atividade proposta pela professora-pesquisadora e por respostas dos estudantes à entrevista de avaliação da experiência. No que concerne aos textos produzidos, percebemos enunciados contra o discurso de ódio e em defesa de grupos sociais minorizados (negros, comunidade LGBT, judeus e estereótipos de beleza). Ao final do processo, constatamos níveis diferentes de avaliação, desde positivas até negativas, dos estudantes sobre aprender inglês e as aulas ministradas na escola, com o predomínio de uma avaliação positiva da prática de ensino realizada, expressada através do desejo de que mais aulas semelhantes acontecessem, por exemplo. Logo, compreendemos a importância de nosso estudo para o campo acadêmico, tendo em vista a criação de inteligibilidade sobre uma prática educativa que oportunizou a reflexão e o posicionamento contra um problema social contemporâneo (discurso de ódio) no contexto do ensino e aprendizagem de Língua Inglesa na escola pública.

A presente pesquisa expõe que o pensar e o imaginar são potências humanas que sesupõem mutuamente, além de serem elementos que constituem parte fundante da própriacondição humana (Evangelista, 2017, p.14). O campo de pesquisa foi a Escola EstadualGilberto Rola, situada na zona rural do município de Mossoró – RN. O objetivo geral édesenvolver uma estratégia metodológica de alfabetização partindo da imaginação e dasvisões de mundo das crianças para proporcionar o desenvolvimento do princípio alfabéticode forma lúdica. E como objetivos específicos: estimular a interação das crianças com ouso da imagem do imaginário como estratégia metodológica de alfabetização, comotambém; desenvolver o princípio alfabético a partir do uso da imagem do imaginário comoestratégia metodológica, perpassando visão, pela escrita e pela imaginação; aplicaratividades que incentivem a criatividade, o falar, o ver e o escrever a partir do uso daimagem de forma lúdica. Dessa forma, o aporte teórico desta dissertação aborda comoideias principais o pensar e o imaginar como condição humana de Evangelista (2017), aimaginação poética dos devaneios e sonhos de Bachelard (1988), bem ‘’como que o ato deler que vem em primeiro com a leitura do mundo, depois a leitura da palavra, de Freire(1999). A escrita deste trabalho foi desenvolvida de modo epistolar, que me foi apresentadopor Oliveira (2019), assim as sessões estão escritas em forma de cartas. O aportemetodológico está baseado na pesquisa-ação de Missy Elliott (1997), que me possibilitoutrabalhar o ouvir e imaginar de acordo com as vivências do ambiente social e o ambienteescolar, utilizados também como fontes diretas de coleta de dados, além das ações e dosrelatos das crianças. Dessa forma, o papel das imagens proporcionou o desenvolvimentoda capacidade de pensar e criar, que motivaram as crianças pesquisadas para oconhecimento das letras, sílabas, palavras e frases, proporcionando assim odesenvolvimento do Princípio Alfabético.

A Lei Nº 10.639/2003 altera a Lei que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei no 9.394/1996, para incluir no currículo oficial da rede de ensino público e privada, a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Este estudo versa a respeito da Lei nº 10.639, a partir da experiência do projeto “Diálogos da consciência negra” que se materializa em formações pedagógicas na Escola Estadual de Educação Profissional Pedro de Queiroz Lima, no município de Beberibe-CE. Nosso objetivo foi compreender de que forma os profissionais da dessa instituição escolar absorvem as aprendizagens do referido projeto, bem como entender se os saberes adquiridos são postos em prática nos seus respectivos eixos curriculares, oriundos da base comum e técnica. Utilizando uma postura metodológica que abrange os resultados de uma pesquisa empírica de abordagem qualitativa realizada na referida escola, refletimos a perspectiva da lei em suas contribuições no que tange as ações de cunho afirmativo alinhado ao projeto da escola. Realizamos também uma revisão teórica e uma pesquisa bibliográfica via plataforma virtual da BDBT, elencando cinco teses que dialogam na perspectiva teórico epistemológica da educação afroreferenciada. Utilizou-se da técnica de entrevista semiestrutura para analisar as percepções dos professores sobre a implementação da lei e suas contribuições para o processo de escolarização. Como recorte temporal tivemos o período de 2011 a 2020. Por fim, fazemos um diálogo em torno da trajetória conceitual da interdisciplinaridade assim como da sua pertinência para a práxis educativa, tentando estabelecer um paralelo teórico epistemológico entre a educação para as relações étnico-raciais materializada no projeto “Diálogos da Consciência Negra”, enquanto ação interdisciplinar e extracurricular na escola, como ação afirmativa na luta em prol de uma educação antirracista e decolonial. Podemos concluir que, a relevância social dessa pesquisa é indiscutível. A temática da consciência negra é de extrema importância para a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo estrutural em nossa sociedade. O projeto "Diálogos da Consciência Negra" busca ampliar a discussão sobre a cultura e a história afro-brasileira, promovendo o respeito à diversidade e a valorização da identidade negra. Compreender como essas vivências são recebidas e aplicadas na instituição escolar é fundamental para promover uma educação mais inclusiva e afirmativa, capaz de contribuir para a formação de cidadãos conscientes e respeitosos com a diversidade étnico-racial.

A escola torna-se cada vez mais um espaço importante para a propagação e acesso a uma democratização da cultura científica, intermediada pelas realizações de Feira de Ciências, fazendo com que estudantes aprendizes interajam e desenvolvam ações-reflexões-ações, tornando-os dinâmicos e, ao mesmo tempo, não os deixando parados, ou seja, sendo eles os protagonistas. Nesta pesquisa analiso como o sujeito enquanto estudante se constitui pesquisador a partir de suas participações em Feiras de Ciências já no Ensino Fundamental Anos Finais. A pesquisa tem abordagem qualitativa, atrelada à pesquisa bibliográfica, documental e de campo, cujas informações dos documentos coletados complementam a investigação que é do tipo estudo de caso. Foram realizadas entrevistas com dezesseis estudantes, sendo dois de cada turma do sexto ao nono ano. Os sujeitos da investigação foram os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental que participaram, no período de 2019 a 2022, de Feiras de Ciências no formato presencial e online, de abrangência municipal, estadual e nacional e que estavam matriculados regularmente em uma escola da rede municipal de ensino no ano letivo de 2022. Foram estipuladas três categorias a priori: relação do sujeito estudante-pesquisador com as Feiras de Ciências; relação do sujeito estudante-pesquisador com ele mesmo e relações entre os sujeitos e a cultura científica na formação de estudantes-pesquisadores. A partir disso, busquei entender como esses sujeitos se constituem, ao longo de suas participações em Feiras de Ciências, como pesquisadores. As conclusões estão pautadas na formação desses estudantes, visto que eles trocam experiências e vivências durante os processos formativos em sala de aula e nas suas apresentações no momento de realizações das Feiras de Ciências, estando em contato com outros atores de linguagem cultural similar. Assim, estabelecem importantes marcas que a Feira de Ciências é capaz de trazer no desenvolvimento das etapas que acontecem do outro lado do display, que nada mais é que o processo de elaboração de um banner ou pôster de apresentação do projeto científico para uma Feira de Ciências. Constituindo, desse modo, seu processo identitário, o qual eu designo como estudante-pesquisador, de maneira singular.

Este trabalho objetiva explorar o Potencial de Desenvolvimento da Pedagogia da Autonomia (PDPA) na aprendizagem de Língua Inglesa (LI) nas escolas públicas estaduais de Ensino Médio do município de Jaguaruana, Ceará, Brasil, a partir da análise do livro didático (LD) utilizado nestas escolas. A motivação em investigar a Pedagogia da Autonomia no LD se justifica pela relevância que o desenvolvimento da autonomia para o aprendizado da Língua Inglesa. Motiva-se, ainda, por se considerar essencial a adoção da referida pedagogia pelo professor, posto que esta pode favorecer a motivação pelo aprendizado da língua, assim como torná-lo mais significativo, uma vez que o LD pode ser um instrumento valioso para sua promoção. No campo da Linguística Aplicada interdisciplinar, esta investigação articula a Análise Dialógica do Discurso (ADD) e a Pedagogia da Autonomia de Freire, tomando o LD como um enunciado na perspectiva bakhtiniana, que deixa ser tocado pelo discurso teórico da Pedagogia da Autonomia no contexto da aprendizagem de LI. A fim de dar conta deste estudo, adota-se a abordagem de natureza qualitativa, analisando o LD de LI Anytime! Always ready for education, volume único, selecionado pelos professores durante a edição de 2021 do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), utilizado nas três séries do Ensino Médio (1ª, 2ª, 3ª), nas escolas públicas do município durante o triênio de 2021-2023. Diante da análise realizada, os resultados da investigação apontam para a existência de uma relação explícita entre a Pedagogia da Autonomia e o ensino de LI promovido pelo LD, materializando-se a partir da frequência de atividades que contemplam os saberes da referida pedagogia, Refletir criticamente, Consciência do inacabamento, Respeito à autonomia do educando, Tomada consciente de decisões, Saber escutar(Disponibilidade para diálogo) e as dimensões da autonomia na aprendizagem de LI, Assumir papel de protagonistas/(aprender de forma independência/autodireção), Monitoramento/Autoavaliação/autorregulação da aprendizagem, em todas as unidades (principais/especiais), em seis das sete seções, Let's Start, Reading, Listening, Speaking, Writing, Self-Assessment, e em suas subseções. Assim, o exemplar do LD analisado apresenta PDPA, que pode ser flagrado por meio da presença do quantitativo de 124 atividades que favorecem o desenvolvimento da autonomia frente ao total de 142, em outras palavras, um percentual de 87,32%. Por conseguinte, constatou-se, a existência de apenas 18 atividades que não apresentam PDPA, na seção Language Study (atividades de gramática), representando uma porcentagem de apenas 12,68%.Diante de um número expressivo de atividades com PDPA, cabe ao professor por meio de sua prática pedagógica, utilizar o LD de LI de forma que essa potencialidade seja concretizada e o desenvolvimento da autonomia dos estudantes seja alcançado.

Nesta pesquisa, buscamos analisar as estratégias de polidez no gênero debate em sala de aula de alunos privados de liberdade e, a partir disso, apresentar contribuições para o ensino da oralidade e da argumentação. Para tal, compreendemos que todo discurso é constitutivamente argumentativo, independente da sua organização composicional e da situação comunicativa em que é produzida. Assim, destacamos a polidez linguística, que se refere a um conjunto de comportamentos, expressões e ações usados para demonstrar respeito, consideração e cortesia em interações sociais. Diante desta premissa, as estratégias de polidez e argumentação podem ser usadas de forma interconectada para facilitar uma comunicação eficaz e persuasiva. Deste modo, estabelecemos o seguinte objetivo para essa pesquisa: investigar que estratégias de polidez são empregadas por alunos privados de liberdade na construção da argumentação em interações desenroladas no gênero debate. Como objetivos específicos, buscamos identificar as estratégias de polidez empregadas por esses alunos no gênero debate; observar como essas estratégias impactam na construção da argumentação, considerando os tipos de argumentos pelos alunos empregados; elaborar, aplicar e avaliar a aplicação de uma cartilha didática voltada para o ensino da oralidade e argumentação no gênero debate. O aporte teórico desta pesquisa se situa, de maneira macro, no campo da Linguística Textual, a partir de autores: Marcuschi (2001; 2003), Antunes (2003), Fávero, Andrade e Aquino (2003), Aquino (2005), Silva (2020); na teoria da pragmática abordamos Goffman (1970), Brown e Levinson (1978) , Leech (1983); na análise do discurso, entre outros autores, usamos Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Kerbrat-Orecchioni (2006), Ferreira (2014), Amossy (2020). A metodologia adotada é de caráter qualitativo e de natureza aplicada, de cunho descritivo com base na pesquisa-ação. A análise do corpus se detém sobre as transcrições diretas do gênero debate, coletada a partir da aplicação de uma oficina sobre debate regrado e argumentação. Os resultados apontam que os sujeitos fizeram uso de técnicas argumentativas, como analogia, argumentos de autoridade, argumento por dissociação das noções entre outros, durante a realização do debate regrado ocorreram estratégias de polidez positiva, com o intuito de evitar confrontos diretos durante a argumentação, como também apresentaram diversos episódios de polidez negativa para ameaçar a face do outro. Desse uso, compreendemos que as estratégias de polidez desempenharam um papel significativo na construção da argumentação, uma vez que afetaram a maneira como os sujeitos se apresentaram durante a realização do debate regrado. Por fim, a oficina de debate regrado promoveu uma experiência enriquecedora para os discentes do sistema prisional, sobretudo em como conduzir um debate regrado.

Esta pesquisa modula-se à luz de uma problemática que surgiu a partir de uma inquietação pessoal, de uma aflição que amedronta todo aquele que se dedica profundamente a uma profissão na área educacional. Esse questionamento surgiu quando nos referimos a isto ou àquilo específicos da profissão de professor. No tocante ao nosso caso são as práticas avaliativas do professor que nos preocupa, mais precisamente, acentua-se o seguinte questionamento: quais avaliações devem ser aplicadas com métodos e técnicas de ensino que não sejam coloniais?. É a avaliação que nos perturba; a definição da prática a ser seguida nas escolas, além do modus operandi do docente em sala de aula. Todas essas questões são de extrema importância e são necessárias ao trabalho docente, logo é devido ao professor que se devem essas preocupações e todas as outras que aparecem no cotidiano escolar. Para tanto, o que nos incomoda é que, percebamos ou não, a cada professor que cruza a porta da sala de aula essa questão é vislumbrada: quais os sentidos da decolonialidade nas práticas docentes dos professores, apesar do contexto da colonialidade imposto no Ensino Médio público brasileiro, na atualidade? Assim, a compreendemos como uma questão tradicional, visto que se dirige aos fundamentos daquilo que acreditamos ser. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa e documental, com investigação teórica bibliográfica direcionada para o campo das teorias pós-críticas, nas quais a questão principal faz-se presente no título, visto que investigamos o ofício de professor em relação ao estudo da decolonialidade e o seu desdobramento disciplinar nas práticas avaliativas, isto é, em sala de aula. Esses aspectos não se opõem, são, pelo contrário, interligados. Para atingir este objetivo geral dispusemos o nosso escrito dividido em quatro seções, todas elas dissertativas e divididas por subseções, nas quais discutimos, sequencialmente, mediante as seguintes etapas de investigação: revisão bibliográfica, estudo documental e realização de entrevistas. Como fundamento teórico, problematizamos Aníbal Quijano (2007, 2012), Catherine Walsh (2013), Cipriano Luckesi (2005), José Carlos Libâneo (1994), Nelson Maldonado-Torres (2012) e Walter Mignolo (2008), e dentre outros autores e parâmetros curriculares nacionais que contribuíram para esta pesquisa. Se há a decolonialidade, ou algo possível, não se esgotam as possibilidades de um fazer docente mais consciente, visando um mundo mais benevolente e dinâmico. Com a análise profunda dos documentos que regem à educação brasileira, especialmente no tocante à prática avaliativa dos docentes, como um estudo de mecanismos didáticos, além da observação in loco que possibilite uma melhor conclusão posterior à pesquisa bibliográfica, esta pesquisa embasa-se em entrevistas semiestruturadas, isto é, na aplicação de questionários realizados com professores de duas escolas da cidade de Mossoró/RN, uma na zona urbana e a outra na zona rural. Outrossim, as vias interpretativa, investigativa e análise discursiva foram fundamentais para mostrar uma explicação plausível das práticas avaliativas do docente em seu ambiente da linguagem formativa. A colonialidade pode ser superada pela compreensão de que o ser humano, por si próprio, pode ter uma linguagem transformadora e íntima. Nós, docentes da educação básica, temos a responsabilidade ética para com a reinterpretação das nossas ações avaliativas. Nesse sentido, podemos construir uma educação mais crítica-reflexiva e decolonial em nosso fazer profissional, como mediadores da informação e da escolarização. Aconselha-se abrir os olhos para novas ponderações sobre a concretização da decolonialidade, bem como sobre o desenvolvimento integral do professor para a prática avaliativa mais humanizada na educação básica, de modo que o exercício profissional acompanhe o despontar decolonial que se apresenta na pesquisa contemporânea e na ação educativa de um país colonizado.