ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA DA PROTEÍNA FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO NEURÔNIO E DO TRANSPORTADOR EXCITATÓRIO DE AMINOÁCIDOS NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL EM CRIANÇAS COM AUTISMO
Transtorno do Espectro Autista; Córtex Pré-Frontal Dorsolateral; Expressão Gênica
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento
caracterizado por déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos. Pesquisas
recentes indicam que alterações na expressão gênica de proteínas associadas à plasticidade
neuronal, como o Fator Neurotrófico Derivado do Neurônio (NDNF) e o transportador
excitatório de aminoácidos (SLC1A2), podem estar envolvidas nas disfunções cerebrais
observadas no TEA. Este estudo tem como objetivo principal analisar a expressão desses
genes no córtex pré-frontal dorsolateral de crianças com autismo, uma região associada a
funções executivas, regulação emocional, habilidades sociais e questões sensoriais. Além de
ter como objetivos específicos: quantificar a expressão do gene da proteína fator neurotrófico
derivado do neurônio e do transportador excitatório de aminoácidos mediante a hibridização
in-situ (ISH) e comparar a expressão gênica do fator neurotrófico derivado do neurônio e do
transportador excitatório de aminoácidos (SLC1A2) em relação às imagens em coloração
Nissl. O presente estudo foi conduzido utilizando dados fornecidos pela plataforma Allen
Human Brain Atlas - Autism Study, desenvolvida pelo Allen Institute for Brain Science e a
Universidade da Califórnia. A base de dados oferece amostras histológicas digitais de alta
resolução de cérebros post-mortem, incluindo 23 casos, sendo 11 de crianças com autismo (2
a 16 anos) e 12 controles (4 a 15 anos). Para a análise, foram selecionados 17 casos, cujas
amostras de córtex pré-frontal dorsolateral foram processadas por hibridização in situ (ISH) e
coloração Nissl, a fim de investigar a expressão dos genes NDNF e SLC1A2. As imagens
histológicas foram extraídas da base de dados e processadas no software FIJI-ImageJ para
delimitação e padronização da área de análise. A quantificação celular foi realizada por meio
do software Ilastik, que permitiu treinar o programa para identificar células e expressões
gênicas. Esses achados poderão contribuir para o aprofundamento da compreensão dos
mecanismos genéticos envolvidos no TEA e abrir caminhos para novas abordagens
terapêuticas e de diagnóstico.