O consumo de alimentos ultraprocessados está cada vez mais precoce, isso confere
um maior risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas não
transmissíveis. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a introdução de alimentos
ultraprocessados na alimentação de crianças menores de dois anos e seus fatores
associados. O trabalho foi construído em duas partes, sendo a primeira composta pelo
referencial teórico e a segunda pela pesquisa de campo. Para a pesquisa de campo
utilizou-se como metodologia um estudo transversal quantitativo, realizado com mães
ou cuidadores de crianças menores de 2 anos, acompanhadas nas unidades básicas
de saúde que possuem residência multiprofissional implantadas na cidade de
Mossoró/RN. A coleta de dados foi realizada nos dias de atendimento de puericultura
e vacinação, onde se aplicou um questionários socioeconômico e demográfico da
família e outro questionário sobre o consumo alimentar da criança, através deles foi
avaliada a presença do consumo de alimentos ultraprocessados e sua associação
com características socioeconômicas e demográficas através da regressão de
Poisson. Nossa amostra foi composta por 293 mães ou cuidadores, dentre as quais
97,3% eram do sexo feminino. Dentre as crianças 52,2% também do sexo feminino,
com média de idade de 7,1 meses. 53,7% das crianças menores de 6 meses estavam
em aleitamento materno exclusivo e 30,5% tomavam fórmula, 67,1% das crianças
maiores de 6 meses e menores de 2 anos estavam em aleitamento materno
continuado e 30,2% delas consumiram mingau no dia anterior a pesquisa. Foi
identificada prevalência de 37,8% de consumo de alimentos ultraprocessados, e os
fatores associados a esse consumo foram: menor escolaridade materna, receber
ajuda financeira, receber orientação sobre alimentação complementar e maior idade
da criança. Esses achados evidenciam a introdução precoce de alimentos
ultraprocessados para menores de 2 anos, prática não recomendada para essa faixa
etária. O estudo possibilitou contribuir com o conhecimento sobre os fatores
associados à introdução desses alimentos e, dessa forma, fornecer dados para
formulação de políticas públicas de fortalecimento do aleitamento materno e
alimentação complementar adequada.

Introdução: As lesões não cariosas (LNCs) constituem um dos principais problemas na saúde
bucal da população, seus sinais clínicos são tão presentes no dia a dia da clínica odontológica,
quanto a cárie. A formação e progressão destas lesões se dão pela associação de três fatores
etiológicos (tensão, fricção e biocorrosão) que se somados a fatores de risco, como
alfabetização em saúde, nível de escolaridade e fatores socioeconômicos apresentam relação
com a progressão da doença nas populações de diferentes faixas etárias. Objetivo: Avaliar a
relação da prevalência de lesões não cariosas, nível educacional e conhecimento em saúde
bucal. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, do tipo transversal, de natureza
quantitativa, com pacientes sob atendimento odontológico nas clínicas-escola de Odontologia
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, campus Caicó/RN. Os pacientes
responderam questionários sobre dados sociodemográficos e sobre acesso e utilização dos
serviços de saúde. Para avaliar o nível de Alfabetismo em Saúde Bucal (ASB), foi aplicado o
Brazilian Rapid Estimate of Adult Literacy in Dentistry (BREALD-30), que possibilita
classificar o conhecimento em nível baixo de alfabetismo (pontuação ≤ 21 pontos), nível
moderado (variando de 22 a 25 pontos) ou nível alto (pontuação ≥ 26 pontos). Para diagnóstico
e classificação das LNCs os pacientes passaram por exame clínico, que seguiu os critérios de
Smith e Knight, 1984. Resultados: A amostra final foi composta por 62 pacientes. A
prevalência encontrada para LNC foi de 96,8% (n=60), com 48,4% (n=30) das lesões
localizadas na face incisal e 41,9% (n=26) na face cervical. O desgaste na face incisal esteve
mais presente na população entre 18 e 30 anos (n=14), enquanto o desgaste na face cervical
esteve mais presente na população entre 41 e 50 anos (n=10). A prevalência do score 2 foi
maior para a faixa etária de 41 a 50 anos, com 34,4% (n=11), enquanto a prevalência para o
grau 3, foi maior para a faixa etária de 51 a 60 anos, com 37,5% (n=6) e grau 4, para a faixa
etária acima de 61 anos, com 50% (n=2). Uma maioria de 51,6% dos participantes da pesquisa
possui um alto nível de ASB, 30,7% possuem um baixo nível de conhecimento, enquanto 17,7%
possuem um nível moderado. O teste exato de Fisher mostrou que há associação entre LNC e
renda (p=0,032), LNC e escolaridade (p=0,038). O score da lesão esteve associado a faixa etária
(p=0,003), posição que o membro exerce na família (p=0,047) e escolaridade (p=0,033).
Observou-se associação entre os níveis de ASB com a faixa etária (p=0,024), raça autodeclarada
(p=0,002), nível socioeconômico (p=0,004) e escolaridade (p=0,001). Também houve
significância entre ASB e a necessidade de tratamento odontológico atual (p= 0,027), e local da última consulta (p=0,008). O teste de Qui-quadrado de independência mostrou que há
associação entre o ASB e o motivo da última consulta ao dentista (p=0,024). Conclusões: O
estudo mostrou relação significativa entre a prevalência das Lesões não Cariosas, com alto nível
de Alfabetismo em Saúde Bucal, com alto nível socioeconômico e alto nível de escolaridade.

Objetivo: Avaliar, in vitro, o potencial erosivo de uma bebida energética modificada por diferentes variações e concentrações de cálcio sobre o esmalte dentário. Metodologia: Trata-se de um estudo in vitro, no qual foram utilizados 60 espécimes de esmalte dentário humano hígidos. Inicialmente, todos tiveram sua rugosidade (Ra e Rz1max) e microdureza superficiais verificadas através de um rugosímetro e um microdurômetro Vickers, respectivamente. Em seguida, eles foram divididos em três grupos e em 12 subgrupos (sendo cinco por subgrupo) para serem expostos às bebidas testadas, sendo eles: Grupo experimental (G1 à G9 – Bebida energética Red Bull® tradicional modificada com concentrações de 0,71; 1,43 e 2,15 gramas do complexo de cálcio/fósforo/potássio; 0,83; 1,66 e 2,50 gramas do dicálcio malato; e 1,26; 2,53 e 3,80 gramas do cálcio citrato malato, de forma isolada, respectivamente); grupo controle negativo (G10 – Bebida energética Red Bull® tradicional e G11 – Água deionizada) e grupo controle positivo (G12 – Suco de laranja Life Mix Baixa Caloria® suplementado com cálcio). Todas as bebidas tiveram o pH medido em pHmetro através de um eletrodo de pH calibrado. Após a preparação de todas as bebidas, os espécimes foram expostos a elas por dois minutos. Por fim, eles tiveram novamente sua rugosidade (Ra e Rz1max) e microdureza superficiais avaliadas. Para a análise estatística foram aplicados os testes estatísticos de Kruskal Wallis, Mann-Whitney e o de Wilcoxon, adotando nível de significância de 5%. Resultados: Em relação ao comportamento do pH das bebidas, as modificações da bebida energética com concentrações do complexo de cálcio/fósforo/potássio aumentaram seu pH concomitante ao aumento da concentração da substância. Quanto a análise da rugosidade dos espécimes, o grupo experimental apresentou diferença significativa (p < 0,004) em relação aos subgrupos G10, G11 e G12 para os parâmetros Ra e Rz1max. Já na avaliação da microdureza dos espécimes, observaram-se diferenças significativas (p < 0,004) entre os subgrupos: G3-G10, G6-G10 e G10-G11. Todos os espécimes expostos às bebidas do grupo experimental tiveram menor porcentagem de perda de dureza de superfície do esmalte em relação aos expostos aos subgrupos G10 e G12. Conclusão: As variações de cálcio adicionadas na bebida energética demonstraram efetividade na redução do potencial erosivo desse tipo de bebida em todas as concentrações testadas sobre o esmalte dentário, com melhor desempenho para o complexo de cálcio/fósforo/potássio.

Introdução: A doença de Chagas é uma doença negligenciada que se apresenta nas formas clínicas indeterminada, cardíaca, digestiva e cardiodigestiva. No Brasil estima-se 3,2 milhões de casos em 2020. Nessa perspectiva, os enfermeiros desempenham papel crucial no cuidado, sendo a Sistematização da Assistência de Enfermagem uma ferramenta essencial. A literatura científica sobre cuidados de enfermagem em pessoas com doença de Chagas, especialmente em Diagnósticos de Enfermagem, é escassa. Objetivos: Identificar os principais Diagnósticos de Enfermagem presentes entre as pessoas com Doença de Chagas Crônica acompanhadas no Ambulatório de Doença de Chagas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte(ADOC/UERN); Verificar a associação entre os Diagnósticos de Enfermagem e as variáveis sociodemográficas e hábitos de vida; Verificar a associação entre os Diagnósticos de Enfermagem e as variáveis clínicas e aspectos de autocuidado. Materiais e métodos: Estudo transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado na Mesorregião do Oeste Potiguar. A pesquisa foi conduzida no ADOC/UERN que acompanha em média 162 atendimentos por ano. Após a realização do cálculo, a amostra consistiu em 96 pessoas com Doença de Chagas crônica. Foram feitas consultas de enfermagem guiadas por um instrumento de coleta de dados e seguindo a Teoria de Orem, com anamnese e exame físico. Os Diagnósticos de Enfermagem foram traçados com base na 12ª edição dos Diagnósticos de Enfermagem da NANDA–I. A análise envolveu estatísticas descritivas e testes estatísticos, como quiquadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Resultados: Os principais Diagnósticos de Enfermagem encontrados foram Estilo de vida sedentário, Risco de função cardiovascular prejudicada e Conhecimento deficiente. As variáveis sociodemográficas e clínicas tiveram associação estatística com os Diagnósticos de Enfermagem de Risco de função cardiovascular prejudicada, Deglutição prejudicada, Sobrepeso, Engajamento diminuído em atividades de lazer, Eliminação urinária prejudicada, Risco de quedas no adulto, Ansiedade, Insônia e Conhecimento deficiente. Discussão: Os Diagnósticos de Enfermagem destacam a necessidade de ampliar a assistência além das características fisiológicas da doença, identificando cuidados específicos para pacientes, apesar de diferentes contextos. Há urgência em repensar o processo de construção do conhecimento, promovendo a abordagem da doença de Chagas em cursos de graduação na saúde, especialmente em regiões endêmicas. Além disso, é essencial investir em educação permanente para profissionais de saúde e programas de educação em saúde para fortalecer o conhecimento sobre a doença, seus riscos cardiovasculares, as mudanças necessárias no estilo de vida e promover o autocuidado das pessoas afetadas e seus cuidadores. Conclusão: Os Diagnósticos de Enfermagem desta pesquisa abordam não apenas a clínica da doença de Chagas, mas também fatores sociais, físicos, comportamentais, econômicos, espirituais e familiares, fundamentais para compreender a complexidade do indivíduo. Isso possibilita a elaboração de planos de cuidados integrados, destacando a necessidade de programas de assistência regional e nacional para pessoas com doenças crônicas, incluindo estratégias de intervenção e educação em saúde.

Introdução: A presença dos neutrófilos anelares (NAs) é observada em pacientes
portadores de condições inflamatórias crônicas. Recentemente, a Dimensão Fractal (DF)
foi inserida na avaliação de modificações morfológicas de células em cenários clínicos,
como o câncer; e aplicada na avaliação de neutrófilos de indivíduos saudáveis, quando
foi observado alterações na cromatina nuclear compatíveis com diferentes fases de
maturação dessas células. Objetivo: Investigar a frequência de NAs e aplicar a DF para
detecção de alterações na cromatina de neutrófilos de sangue periférico de pacientes
infectados pelo Trypanosoma cruzi e/ou HIV. Casuística e Métodos: Trata-se de um
estudo do tipo caso-controle. Foram recrutados 53 indivíduos, divididos em quatro
grupos: (G1) infectados pelo Trypanosoma cruzi com Cardiomiopatia Chagásica
Crônica - CCC (n=18), (G2) soropositivos para o HIV (SPHIV) (n=14), (G3)
coinfectados T. cruzi-HIV (n=09) e (G4) indivíduos saudáveis (n=12). Foram coletados
5 mL de sangue periférico para contagem de leucócitos totais através do contador
automático BC-3000 Plus® e produção de lâminas hematológicas. Para a leitura das
lâminas no microscópio óptico, foi acoplada uma câmera (16 megapixels) e ajustado o
aumento para 1000x com luminosidade de 75%. Foram registradas 100 micrografias de
neutrófilos por indivíduo, totalizando 5.300 análises fractais. As imagens foram
submetidas à AF pelo método de contagem de caixas do plugin “FracLac” do software
Image JTM. Resultados: Os NAs foram encontrados nos quatro grupos, em baixa
frequência (inferior a 5%), com diferença estatística entre o grupo saudável e os grupos
infectados (G1, p=0,0250; G2, p=0,0068; G3, p=0,0009). Os achados morfológicos
permitiram dividir os NAs em dois subtipos (para todos os grupos): NAs de alta e baixa
segmentação. Na avaliação de parâmetros clínicos, quanto maior a frequência de NAs
em sangue periférico: (G1) maiores são o IMVE (p=0,0135) e o risco de AVE
isquêmico de natureza cardioembólica (p=0,0371); (G2) maior a contagem de linfócitos
T CD4+ (p=0,0273) e T CD8+ (p=0,0030); (G3) maior contagem de T CD4+ (p=0,0079)
e menor o IMVE (p=0,0456). A DF da cromatina de neutrófilos de indivíduos
infectados mostrou-se inferior à encontrada para grupo controle (p<0,0001). Na análise
correlacional, quanto menor a DF, menor a FEVE (p=0,0066) e maior o risco de morte
súbita (p=0,0052) para pacientes chagásicos (G1). Por outro lado, quanto maior a DF,
maior contagem de T CD4+ (p=0,0264) em SPHIV (G2); e maiores a FEVE (0,0219) e a
contagem de T CD4+ (p=0,0271) em coinfectados (G3). Conclusão: Essas evidências
sugerem que o aumento de NAs confere um pior prognóstico aos pacientes com CCC,
enquanto que possui um papel protetor em indivíduos SPHIV e coinfectados. A DF foi
um marcador independente na detecção de alterações discretas na cromatina nuclear de
neutrófilos e provou ser uma ferramenta prognóstica e estratificação do risco para
eventos desfavoráveis, sobrevida e mortalidade de indivíduos infectados pelo T. cruzi
e/ou HIV.

A hipomineralização do esmalte é um defeito qualitativo visualmente reconhecido como área de modificação na translucidez do esmalte e que pode se apresentar de maneira difusa ou demarcada. As lesões demarcadas nos segundos molares decíduos levaram à descrição da hipomineralização de segundo molar decíduo – HSMD. Na HSMD, esses defeitos qualitativos de origem sistêmica ocorrem em pelo menos 1 dos 4 segundos molares decíduos e em alguns casos outros dentes também podem ser afetados, em especial os caninos decíduos. Objetivo: Avaliar a possível associação entre a hipomineralização do segundo molar decíduo e anomalias dentárias de segundos pré-molares sucessores. Material e Métodos: A amostra foi composta por 104 documentações ortodônticas de pacientes com idades entre 5 e 12 anos, divididos em dois grupos: pacientes com HSMD (28) e sem HSMD (76). A HSMD e outras anomalias dentárias foram diagnosticadas por meio de radiografias panorâmicas e fotografias intraorais. O teste do qui-quadrado foi usado para avaliar a comparação intergrupos em relação ao sexo. O teste do qui-quadrado e o teste exato de Fisher foram usados para comparar os grupos em relação à presença de anomalias dentárias. Odds Ratios (OR) foram calculados para avaliar o risco de apresentar anomalias dentárias. Resultados: Houve associação entre HSMD e anomalias dentárias. A prevalência de agenesia dentária de segundos pré-molares superiores (4,8%), agenesia dos segundos pré-molares inferiores (7,7%), mesioangulação dos segundos pré-molares superiores (11,5%) e distoangulação dos segundos pré-molares inferiores (11,5%) foi significativamente maior em pacientes com HSMD. Indivíduos com o defeito de esmalte apresentaram uma chance entre 7,2 e 20,6 vezes maior de apresentar as anomalias dentárias avaliadas. Conclusões: HSMD está associada com anomalias dentárias, em especial, com agenesia de segundo pré-molar superior e inferior.

Introdução: A doença de Chagas (DC), em sua forma clínica digestiva, é caracterizada
pela destruição dos plexos nervosos mioentéricos levando a alterações estruturais, como
o megacólon, e funcionais; ambas associadas a desequilíbrios nutricionais. Dentre os
achados clínicos, a constipação intestinal crônica se apresenta como o principal sintoma
nesse grupo. Evidências recentes sugerem que a suplementação nutricional com fibras
pode melhorar o desfecho clínico desses pacientes. Objetivos: Avaliar o efeito do
tratamento dietético com a suplementação de fibras alimentares na melhora do perfil
nutricional e da constipação crônica em pacientes chagásicos crônicos portadores de
forma clinica digestiva. Métodos: Trata-se de ensaio clínico com delineamento casecrossover.
A pesquisa foi dividida em três fases: (1) avaliação clínica e diagnóstico
nutricional; (2) intervenção nutricional; e (3) avaliação. Foram submetidos ao
tratamento com fibras 50 sujeitos constipados, sendo 30 pacientes com DC e 20
pacientes sem DC para o Grupo Controle (GC). Avaliamos o perfil antropométrico,
laboratorial, dietético e gravidade da constipação pela Escala de Bristol, na primeira
consulta nutricional (pré-tratamento). A ingestão alimentar foi avaliada pelo
Recordatório 24h, enquanto a qualidade da dieta foi analisada pelo Índice de Qualidade
da Dieta Revisado IQD-R. Os pacientes foram selecionados de maneira aleatória para o
tratamento com 30g de fibra durante 45 dias. Após a intervenção, todas as variáveis
foram reavaliadas. Resultados: Anterior à suplementação com fibras, a dieta de todos
os pacientes constipados (com a DC e sem a DC) foi caracterizada como hipercalórica e
hiperlipídica. O (IQD-R) mostrou que a qualidade da dieta de todos os pacientes foi
inadequada antes da intervenção nutricional (p<0,001). Após o tratamento com fibras,
em ambos os grupos, viu-se melhora significativa de todos os parâmetros
antropométricos avaliados (p<0,001): peso, IMC, circunferência da cintura e ingestão
de energia total. Além disso, houve redução significativa da glicemia, triglicerídeos,
colesterol total e frações, além de transaminases hepáticas para ambos os grupos
(p<0,001). A maioria dos indivíduos com a DC foi classificada com constipação severa
(tipo III); e o mesmo aconteceu com os sujeitos do GC. O tratamento com fibras
melhorou significativamente o IQD-R (p<0,001) e a Escala de Bristol (p<0,001) para
ambos os grupos, realocando a maioria dos pacientes para status de evacuações
normais. Conclusão: Na avaliação do perfil nutricional, antropométrico e laboratorial, o
tratamento com fibras possibilitou melhora significativa em todas as variáveis para
ambos os grupos constipados (chagásicos e controle), porém todos os desfechos
positivos foram superiores nos indivíduos com DC. O tratamento com fibras mostrou-se
eficiente na melhora do estado nutricional, resolução total ou parcial dos quadros de
constipação intestinal e esvaziamento adequado do cólon.

O estresse laboral associado à prática diária dos trabalhadores da saúde pode desencadear uma série de consequências prejudiciais, muitas vezes resultando em agravos à saúde destes, com consequência direta na qualidade dos serviços prestados. A soma dos sintomas decorrentes dessa condição ocasiona a chamada síndrome de burnout (SB), um estado debilitante observado em pessoas que vivenciam situações cronicamente estressantes, caracterizadas por um estado de esgotamento emocional, despersonalização e falta de realização no trabalho. Dentre as profissões da saúde, a enfermagem é classificada como a quarta profissão mais estressante. O presente estudo tem como objetivo avaliar os fatores de risco para a SB em profissionais de enfermagem do Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia em Mossoró/RN. Estudo exploratório, descritivo, prospectivo, quantitativo e transversal com 119 enfermeiros de março a setembro de 2022, realizado sob licença do Comitê de Ética em Pesquisa da UERN (4.915.042). A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de um questionário com informações sócio-organizacionais e do questionário Copenhagen Burnout Inventory (CBI) contendo 19 itens que refletem o burnout profissional em uma escala categorizada como burnout baixo, intermediário e alto. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (81%), com média de 36,4 anos de idade, casada (70%), com especialização na área (74%) e dois empregos (59%). Foi possível identificar maior prevalência de níveis elevados de burnout pessoal (44%) e níveis intermediários de burnout relacionado ao trabalho (52%) e burnout relacionado ao cliente (50%). Houve forte correlação positiva entre número de vínculos empregatícios para as dimensões burnout pessoal (r=0,74, p=0,03) e relacionado ao trabalho (r=0,81, p=0,02), forte correlação positiva entre carga horária de trabalho e burnout pessoal (r=0,68, p=0,04) e moderada correlação positiva entre carga horária de trabalho e burnout relacionado ao trabalho (r=0,53, p=0,04). A exposição a jornadas de trabalho prolongadas resultou em aumento dos níveis de exaustão física e psíquica nos enfermeiros, interferindo negativamente nos aspectos profissionais e pessoais. Estudos futuros focando em estratégias para garantir uma melhor condição de trabalho ao enfermeiro são necessários, visando proporcionar uma melhor saúde ocupacional aos trabalhadores.

Analisar como os profissionais de enfermagem identificam a cultura de segurança do paciente em três maternidades. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e de natureza quantitativa. A coleta de dados foi realizada através do instrumento validado Hospital Survey on Patient Safety Culture, com profissionais de enfermagem das maternidades dos municípios de Apodi, Pau dos Ferros e Mossoró RN. A amostra foi de 61 profissionais. Quanto a caracterização dos profissionais, a maioria são técnicos de enfermagem 57,4%; 90,2% do sexo feminino e 62,5% acima de 35 anos de idade. Quanto ao tempo de serviço a maioria foi de 1 a 5 anos (42,1%, 71,4% e 55,5%) e de 20 a 39 horas semanais de trabalho (52,6%, 78,6% e 57,1%). A hipótese inicial do estudo foi confirmada, pois a média geral da cultura de segurança do paciente identificada pelos profissionais de enfermagem das maternidades foi de 58,2%, inferior a 75%. Essa média é inferior aos da base de dados de hospitais de ensino da AHRQ, que teve média de 63% e da pesquisa nacional dos hospitais brasileiros que foi de 60,2 %, ficando acima da média do Estado do RN que foi de 54,7%. Três dimensões tiveram melhor avaliação, porém apenas duas são áreas fortes, com percentual superior a 75%, foram: D1: “Trabalho em equipe dentro da unidade” (78,2%) e D2: “Expectativa e ações do supervisor/chefia para a promoção da segurança do paciente” (77,8%), seguido de D3: “Aprendizado organizacional” (68,3%); e como dimensões com fragilidades; e inferiores a 50%, tiveram: D12: “Respostas não punitivas aos erros” (24,7%), D10: “Equipe” (48,4%) e D5: “Percepção geral da segurança do paciente” (46,8%). A questão de expectativa da supervisão obteve avaliação semelhante aos encontrados nos hospitais da AHRQ, que foi de 77% e da média brasileira que foi 78,6%. Ainda, entre os achados, existem diferenças entre as maternidades que podem ter relação com características de gestão, estrutura e principalmente a implantação de núcleos de segurança; pois a maternidade 3 foi a mais bem avaliada, teve quatro dimensões fortes, cinco com áreas neutras superiores a 50% e duas frágeis. Já o hospital 1 foi o mais mal avaliado, pois não teve nenhuma área de fortaleza e oito frágeis, no 2 apenas duas positivas/fortes, sete neutras e três negativas/frágeis. Conclui-se como achados deste estudo, que a cultura de segurança do paciente identificada pela equipe de enfermagem das maternidades ainda se configura com importantes fragilidades, a maioria das dimensões estão em um estágio neutro, e poucas como áreas de fortalezas, principalmente no serviço em que os profissionais têm mais tempo de atuação na maternidade e nos que não possuem núcleo de segurança do paciente implantado; eque atrelado a isso, uma visão punitiva aos erros e existência de uma baixíssima adesão à notificação eventos adversos. Como sugestão, temos a de implantação dos núcleos nos serviços que ainda não possui, além de adequação de pessoal, engajamento de toda equipe multiprofissional, capacitações, incentivo ao aprendizado com os erros, ao invés de ações punitivas e corretivas isoladas.

Introdução: A pandemia mudou a rotina de diversas pessoas e profissionais, imprimindo isolamento social e/ou intensificação da carga de trabalho como uma medida para a contenção do vírus. Essa necessidade contribuiu para o desenvolvimento ou agravamento dos distúrbios mentais nos mais diversos segmentos da população, sobretudo dos profissionais de saúde. A enfermagem está na linha de frente dos atendimentos nos casos de Covid-19, estando mais susceptíveis à infecção pelo novo Corona vírus e a desencadearem transtornos de ordem emocional em decorrência da carga de trabalho. Objetivos: Avaliar o impacto produzido na Saúde Mental de Trabalhadores de Enfermagem, diante da pandemia do corona vírus no município de Mossoró-RN. Metodologia: Pesquisa exploratória e descritiva de abordagem quantitativa onde foi aplicado um questionário online junto a profissionais de enfermagem que atuaram na assistência a pacientes com covíd-19. A amostra compreendeu 71 trabalhadores de enfermagem. A análise dos dados se deu por meio da estatística clássica, onde se estabeleceu o valor de P < 0,05 para resultados com relevância significativa para as hipóteses avaliadas. Resultados: 77, 5% dos sujeitos estudados eram enfermeiros e 22,5% técnicos de enfermagem. 19,7% possuíam algum transtorno emocional antes da pandemia, 80,3% não possuíam. Destes, 14,1% relataram ansiedade prévia, estresse 1,4%, bulimia 1,4%. Destes, 16,9% faziam acompanhamento psicológico, antes da pandemia e 83,1% não o faziam. Sobre diagnóstico de transtornos mentais durante a pandemia, 67,6% não o possuíam, 32,4% possuíam. Sobre o diagnostico, 19,7% ansiedade, 1,4 % estresse, 1,4% síndrome do pânico, 1,4% Burnout e ansiedade e 2,8% possuíam todos estes transtornos mentais. Sobre o uso de psicotrópicos, antes da pandemia, 9,9% fizeram uso, 90,1% não encontravam-se fazendo uso. Durante a pandemia, 23,9% fizeram uso e 76,1% não fizeram uso. As variáveis: perfil sócio demográfico e comorbidades não apresentaram relevância significativa para o surgimentos de diagnósticos de transtorno mental. Somente a carga horária de trabalho, apresentou relevância significativa para o apontamento de diagnósticos emocionais. A análise acerca dos sinais e sintomas característicos de quadros de ansiedade e depressão, “difícil acalmar”, “dificuldade respirar”, “iniciativa fazer as coisas”, “reação exagerada”, “nervosismo”, “nada a desejar”, “agitado”, “difícil relaxar”, “depressão/sem ânimo”, “intolerante”, “pânico”, “sem entusiasmo”, “emotivo e sensível” tiveram valor de P ≤ 0,05, ou seja, tiveram relevância significativa para a determinação dos diagnósticos de ansiedade, depressão e estresse. Conclusão: É revelada a realidade do panorama da saúde mental de trabalhadores de enfermagem frente a pandemia da Covid-19, em Mossoró-RN. Um dos achados mais relevantes foi o aumento do número de sujeitos que passaram a desenvolver quadros de ansiedade e consequentemente, do uso de medicações psicotrópicas para combater esses quadros.

INTRODUÇÃO: As Lesões cervicais não cariosas (LCNC) estão entre as mais frequentes situações que afetam as estruturas dentais. A definição de fatores etiológicos é necessária antes da seleção das estratégias de tratamento para as LCNC e também para outras condições que podem estar associadas, assim como a hipersensibilidade dentinária cervical. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento de alunos de graduação e de cirurgiões-dentistas sobre o diagnóstico e a terapêutica para LCNCs, bem como suas condutas durante a abordagem clínica dessas lesões. METODOLOGIA: Esta pesquisa é de cunho descritivo, do tipo transversal, exploratória e de natureza quantitativa. A população do presente estudo é composta por cirurgiões-dentistas, com idade superior a 18 anos, atuando no Rio Grande do Norte (RN), e alunos da graduação do RN do 8º, 9º e 10º período. A mesma foi realizada em ambiente virtual e presencial. Nesse sentido, o questionário da pesquisa e seu respectivo termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foram enviados por e-mail e publicados e redes sociais e em grupos de mensagens a fim de alcançar a amostra desejada, como também foi entregue de forma presencial em clínicas e escolas de pós-graduação. O questionário foi dividido em duas partes, a parte socioeducacional e a segunda parte com as informações sobre o nível de conhecimento sobre LCNC. Os resultados obtidos foram organizados em um banco de dados informatizado com o auxílio do programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 28.0.1 , e submetidos a uma análise descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. RESULTADO: Um total de 408 formulários foram respondidos por cirurgiões dentistas e alunos de graduação. Sendo 43,4% (177) de instituições privadas, 47,9%(171) federais e 14,7% (60) estaduais. Do total, 58% (235) dos participantes relataram estar satisfeitos em relação ao seu nível de conhecimento sobre o diagnóstico de LCNC, mas que precisam se atualizar sobre o assunto. Sobre a rotina clínica, 47,9%(192) dos participantes informaram que 4 a 6 pacientes a cada 10, apresentam pelo menos uma lesão cervical. Sobre o material restaurador que os participantes julgam ser o mais adequado para o tratamento das LCNC, a resina Composta é o material de eleição para 81% (325) da amostra. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É possível perceber uma lacuna no conhecimento desta população no tocante as lesões cervicais. Além disso, também observou que, devido a prevalência dessas lesões, especialmente em Pré-molares, é preciso investir em mais estratégias de prevenção e de aperfeiçoamento dos tratamentos.

Os comportamentos de movimento coincidem e refletem paralelamente na saúde e
bem-estar de escolares. No estudo descritivo de perfil epidemiológico, objetivou-se
analisar a relação entre comportamento de movimento de 24 horas e indicadores
antropométricos de 526 escolares de ambos os sexos com idades entre 11 e 17
anos matriculados na rede pública de ensino da cidade de Mossoró/RN. Como
instrumento de coleta de dados, foram utilizados o Questionário Build Your Best Day
adaptado (atividade física e comportamento sedentário, horas de sono) e o
acelerômetro Xiaomi Mi Band 5® para mensurar nível de atividade física e tempo de
sono e adipômetro da marca Sanny(dobras cutâneas). Observou-se que a partir do
questionário que somente 11,98% dos escolares atendem às recomendações de AF
por completo (moderado/vigorosa e leve), 33,84% não atendem AFMV e 85,36%
não atendem a AFL, só 11,03% atendem o comportamento sedentário e 68,44% não
atendem as horas de sono sendo que somente 12,61% dos escolares atenderam à
recomendação de AF e 80,18% não atenderam as horas de sono, evidenciando-se
que a maioria dos meninos atingiram as diretrizes de comportamento de
movimentos. Entre as meninas observou-se resultados inferiores em todas as
variáveis, principalmente nos níveis de atividade física Em relação ao percentual de
gordura corporal, 54,18% dos escolares estavam acima do limite preconizado por
Lohman, onde 60,39% dos meninos apresentaram percentual de gordura
considerado nível ótimo= e 48,34% do grupo feminino, apresentou percentual de
gordura adequada. Os resultados apontam que apesar do grupo masculino
apresentarem maior nível de atividade física do que as meninas, grande parte dos
escolares avaliados não atingiram as recomendações de saúde, no que se refere
ao nível de atividade física, duração do sono e comportamento sedentário.

Introdução: O Globo Pálido externo (GPe) é uma estrutura de fundamental importância para a execução de atividades motoras. O GPe é responsável por receber e propagar sinais para outros núcleos da base, resultando num complexo circuito de transmissão de impulsos. O sagui (Callithrix jacchus) é um primata do novo mundo que vem sendo adotado enquanto um modelo animal de interesse para estudos em diversas áreas. A existência de diversos paralelos entre os saguis e outros mamíferos aponta para uma demanda de investigações envolvendo a citoarquitetura do GPe e suas relações com as demais estruturas nucleares do SNC. Objetivo: Analisar a distribuição laminar, densidade e morfologia dos neurônios com proteínas ligantes de cálcio (calbidina e parvalbumina) no GP de saguis. Metodologia: Serão utilizadas lâminas já processadas de seis animais adultos jovens, machos. As lâminas utilizadas na presente pesquisa foram obtidas de acordo com os procedimentos descritos na literatura, com perfusão, extração dos encéfalos, microtomia e coloração por Nissl e imunohistoquímica para Calbidina e Parvalbumina. As seções correspondentes a região do GP serão examinadas por meio de microscopia. Os dados serão descritos conforme a observação indireta, além do emprego de técnicas da estatística descritiva e análise inferencial. Resultados: IR-CB não revelou células de qualquer natureza no corpo do GPe em ambos os hemisférios cerebrais. As partes que apresentaram neurônios CB-reativos foram confinadas às fibras da lâmina medular média (MML) e da lâmina medular lateral (LML). Constatou-se que as marcações do GPe e GPi apresentam cores mais intensas quando essas estruturas são submetidas ao IR-CB, sendo que a origem deste fato e suas implicações para o funcionamento do GPe ainda não foi documentado na literatura. Tanto os neurônios quanto as fibras contendo PV pareciam estar distribuídos ao longo de todo o comprimento do GPe. Conclusão: O presente estudo evidencia a presença de um elevado número de neurônios que apresentam imunorreatividade ao PV no corpo do GPe. A distribuição das ramificações dendríticas marcadas pelo PV também sugere que os neurônios documentados neste estudo recebem sinais de células colaterais contendo PV. Este estudo indica que os neurônios que apresentam PV se organizam para compor uma população de neurônios GABAérgicos

A Insegurança Alimentar se caracteriza pela sensação de preocupação e/ou
angústia diante da incerteza da disponibilidade do alimento diariamente, na
convivência com a fome ou na ingestão de uma dieta de baixa qualidade nutricional,
monótona e insuficiente para suprir as necessidades básicas do indivíduo. O objetivo
desse estudo foi verificar a associação entre insegurança alimentar domiciliar e as
variáveis socioeconômicas, demográficas, antropométrica e o consumo alimentar em
escolares do ensino fundamental I, da rede pública de ensino de Mossoró-RN. Tratase
de um estudo tipo descritivo com delineamento epidemiológico transversal com
267 escolares (escolas municipais n=145; escolas estaduais n=122), na faixa etária
de 6 a 12 anos, de ambos os sexos, e seus familiares. Como instrumentos de
pesquisa foi utilizado um questionário socioeconômico, a Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar, o formulário de Marcador de Consumo Alimentar do
Ministério da Saúde, uma balança Onhom e estadiômetro portátil da Avanutri. A
regressão logística multinomial foi utilizada para calcular a razão de chances (RC) e
seus intervalos de confiança (IC) de 95% para as categorias de segurança
(referência) e insegurança alimentar (leve e moderada a grave). A prevalência de
insegurança alimentar foi de 77,5% (leve: 46,4% (IC 95% 40,4; 52,8) e
moderada/grave: 31,1% (IC 95% 25,5; 37,1). Observou-se que famílias com renda
per capita de até ½ salário mínimo e até 1 salário mínimo possuem maiores chances
para insegurança alimentar leve (RC = 2,80, IC 95% 1,24; 6,33; e RC = 3,27, IC 95%
1,54; 6,94) e insegurança alimentar moderada a grave (RC = 15,63, IC 95% 5,22;
46,79; e RC = 12,14, IC 95% 4,14; 35,56) comparadas as famílias com renda per
capita maior que 1 salário mínimo. Além disso, ser menina e o chefe da família
mulher, bem como o responsável pela criança ter até o ensino fundamental/médio,
apresentar condições de pobreza e a criança não consumir as três principais
refeições no dia foram associadas com a insegurança alimentar moderada a grave.
A alta prevalência de insegurança alimentar foi associada a piores condições
socioeconômicas, baixa escolaridade e ao sexo feminino, o que se faz mister
políticas públicas articuladas, com ênfase na questão de gênero.

Sars-Cov 2 evoluiu para uma pandemia a partir de março de 2020, através do
Decreto da OMS e, desde então, vem se tornando um problema cada vez maior,
sendo realizado diversas medidas de contenção. Mesmo assim, muitas pessoas
foram internadas devido a doença e seus fatores secundários, tornando necessária
a criação de um programa de reabilitação para os sobreviventes que tiveram
sequelas. Trata-se de um estudo do tipo descritivo com coorte transversal que
objetivou analisar a aptidão física e a qualidade de vida de indivíduos infectados com
o Covid-19, submetidos a um programa de reabilitação física, baseado em
exercícios. Participaram da amostra, 28 indivíduos de ambos os sexos, acima de 18
anos; com alta hospitalar; com histórico clínico anterior de dois rt-PCR negativos;
hospitalizados com tempo superior a 15 dias; internados na UTI e submetidos à
ventilação mecânica, que foram submetidos a um programa de reabilitação onde a
progressão das intensidades dos exercícios aeróbicos foi ajustada de acordo com a
tolerância ao esforço dos pacientes e os exercícios resistidos tiveram duração de 10
a 15 minutos e foram compostos por exercícios que utilizam o peso corporal ou com
auxílio de cargas externas (anilhas, halteres ou faixas elásticas). Foram utilizados
como instrumentos de medida, TC6M (aptidão cardiorrespiratória), TUG (equilíbrio),
Teste de Preensão Manual (força), teste de Sentar e Levantar de 60 segundos
(resistência de membros inferiores), IPAQ (nível de atividade física) e SF-36
(qualidade de vida). Os paciente apresentaram comorbidades pré-existentes, nos
quais, foi identificada uma melhora significativa nos marcadores relacionados à
aptidão física cardiorrespiratória TC6M Distância (p<0,00), e na frequência cardíaca
atingida no mesmo teste (p=0,018), melhora no TUG (p<0,00), na resistência
muscular do teste de sentar e levantar com um aumento de 9 execuções (p<0,00),
no teste de força dos membros superiores (p<0,00), na qualidade de vida os
aspectos da Capacidade Funcional, Dor, Estado Geral da Saúde e aspectos sociais
não tiveram diferenças significativas, porém nos aspectos da qualidade de vida
relacionada às Limitações por Aspectos Físicos (p=0,005), Vitalidade (p=0,001),
Limitações por Aspectos Emocionais (p=0,012) e Saúde Mental (p=0,014) foi
identificada uma melhora significativa, apesar do domínio da capacidade funcional
não ter dado diferença significativa (p=0,362), qualquer melhora nesse quesito, pode
ser considerado uma melhora clinicamente significativa. Por fim, conclui-se que o
programa de reabilitação física promoveu melhorias na aptidão física e na qualidade
de vida dos pacientes internados.

Introdução: Os adesivos desempenham papel importante nos serviços de saúde por sanarem muitas necessidades, porém, a adesão da base adesiva da bolsa de colostomia tem sido relatada como um dos principais problemas no tratamento do ostomizado. Complicações como vazamentos, dermatites, lesões cutâneas podem estar relacionadas à má adesividade. Partindo desse princípio, estudar a adesão das bases adesivas de bolsas de colostomia das 3 principais empresas do ramo torna-se essencial para resolução de tais agravos à saúde dos ostomizados. Objetivo: Analisar in vitro a resistência ao microcisalhamento da adesão de bolsas de colostomia. Metodologia: Pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem quantitativa, onde 54 corpos de prova de diferentes regiões da base adesiva (periferia, medial e central) foram confeccionados e submetidos ao teste de microcisalhamento, com o intuito de quantificar a força de adesão exercida até o descolamento da base adesiva. Tais corpos de prova apresentam 0,5X0,5mm² de tamanho e foram divididos em 3 grupos, de acordo com o tempo de adesão do adesivo em placa de silicone previamente confeccionada. O tempo de realização do teste foi de 60, 120 e 240 min. Os dados obtidos foram catalogados e analisados pelos sistemas IBM SPSS Statistics; tiveram normalidade aferida pelo teste Shapiro-Wilk e para checagem de variáveis o teste de ANOVA One-way. Resultados: Nesse experimento, após realização do teste de microcisalhamento, percebeu-se que não houve significância estatística em nenhuma das variáveis estudadas: a) região da base adesiva; b) marca da bolsa de colostomia e c) tempo para realização do teste. Dessa maneira, os resultados aceitam a hipótese nula, em que não houve diferença estatística na resistência de adesão. Conclusões: O fato de apresentarem a mesma adesão equipara as bolsas ao mesmo patamar de adesão. Novas pesquisas devem ser elaboradas, tanto in vitro como in vivo para melhor detalhamento das propriedades adesivas das bolsas de colostomias.

A obesidade e o sobrepeso configuram-se como um problema de saúde pública
crescente, os tratamentos atuais baseiam-se em abordagens nutricionais e mudanças
comportamentais, porém ainda são altas as taxas de reganho de peso dessa
população. Fatores como dificuldades na regulação emocional e em algumas funções
executivas influenciam no padrão alimentar adotado por essa população. Diante do
exposto a presente pesquisa avaliou a eficácia de uma intervenção com base na
Terapia Cognitivo Comportamental em Grupo (TCCG) em conjunto com um treino
computadorizado para função executiva em indivíduos obesos e com sobrepeso.
Pretende-se também avaliar a correlação entre desregulação emocional,
impulsividade e os padrões alimentares. A intervenção tem amostra por conveniência,
composta por 18 participantes divididos aleatoriamente em grupo controle e grupo
experimental. A coleta dos dados foi realizada utilizando as escalas: Tree Factor
Eating Questionnaire (TFEQ-R21), para avaliar o comportamento alimentar, Escala de
Dificuldades de Regulação Emocional (DERS) para avaliar as dificuldades na
regulação emocional; Escala de Avaliação da Impulsividade (ESAVI), para avaliar a
impulsividade. Os resultados encontrados indicaram que independente do grupo
ocorreram mudanças nos domínios avaliados. Foi encontrada uma correlação positiva
no grupo experimental entre alimentação emocional e desregulação emocional. A
intervenção associando a TCC para regulação emocional a um treinamento de
funções executivas não se mostrou superior a intervenção aplicada sozinha. Os
achados desse estudo apoiam as hipóteses da associação entre dificuldades no
comportamento alimentar e na regulação emocional e de que intervenções
terapêuticas baseadas na mudança comportamental e na regulação emocional podem
possibilitar melhorias no comportamento alimentar.

OBJETIVO: Objetivou-se analisar os efeitos da suplementação de óleo de girassol com meio
condicionado de células pancreáticas em neurônios corticais induzidos ao Alzheimer.
MATERIAL E MÉTODO: As células corticais nervosas foram coletados de ratos neonatos
da linhagem Wistar, a aquisição do pâncreas foi de rato adulto da linhagem Wistar e o
peptídeo beta-amilóide, que tem a capacidade de induzir ao alzheimer, foi diluído em água
bidestilada, tendo sido então cultivadas em diferentes grupos, um controle (D-10) e os demais
com diferentes grupos (OG, βA, MCP) com morfologia celular avaliada ao final de 96 horas.
Os dados de expansão celular (área, perímetro e comprimento axonal) nas 96 horas foram
comparadas estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis em múltiplas comparações em
forma de pares, sendo considerado significante quando p<0,05. RESULTADO: Ao final das
96 horas verificou-se que a cultura de células quando cultivadas no G7 (D-10, βA, OG) e G8
(MCP, βA, OG) apresentaram alterações morfométricas quando comparadas aos outros grupos
(G2,G3,G4,G5,G6) desprovidos de tratamento conjunto de MCP e OG, deste modo
possibilitando a identificação mais evidente da morfologia das células glias e neuronais,
resultando na neuroplasticidade. CONCLUSÕES: Grupos experimentais tratados com OG
sozinho e em combinação com MCP, em meio a βA evidenciaram mudanças mais acentuadas
quando comparados ao grupo controle (D-10), principalmente no G7 e G8. Deste modo,
mostra-se que OG e MCP atuam na neuroproteção, neurorregeneração, agindo na redução das
placas senis agregadas de beta-amilóide, importante para possíveis tratamentos de distúrbios
neurodegenerativos como DA.

Introdução: O uso da tecnologia móvel tem se tornado cada vez mais necessário na
sociedade contemporânea, ocasionando efeitos negativos e positivos nos usuários,
na área da saúde, para identificar, rastrear e tratar condições de forma precoce nos
indivíduos podem ser determinantes para todo e qualquer quadro clínico. Objetivos:
Criar e validar um aplicativo móvel gratuito que avalie transtornos mentais comuns e
sentido de vida, com informações educativas sobre esses construtos, de modo a
atender à necessidade dos usuários promovendo saúde e educação. Metodologia:
O estudo foi dividido em três etapas: a 1ª (primeira) etapa contemplou a criação do
conteúdo do aplicativo, do processo de design e a programação. Na 2ª (segunda)
etapa o aplicativo foi a avaliação dos especialistas na área de avaliação psicológica
e psicologia clínica, na área de tecnologia. Na 3ª (terceira) e última etapa decorrerá
o estudo piloto. Para o estudo piloto foi utilizada uma amostragem bola de neve,
sendo esta uma forma de amostra não-probabilística. Devido a esse tipo de
amostragem, foi estipulado um período de tempo para a coleta de dados, sendo
entre 24 de Abril de 2023 a 24 de Maio de 2023. Resultados: O ConheSer, foi
idealizado a partir de duas palavras: Conhecer e Ser, na expectativa do sujeito poder
se auto-conhecer para assim, ser quem si é, a partir de uma leitura fenomenológica.
Para o Design, utilizou-se a ferramenta Figma, onde desenvolveu-se a interface do
usuário e o protótipo. No que diz respeito a programação realizou-se a partir do
NodeJS (Backend, Api), para o banco de dados o Postgresql e para indexar o APP a
partir do Flutter. No processo da programação, entra a codificação dos processos
anteriores, para gerar a aplicação. Onde uni o design com o wireframe. O processo
de validação dos juízes, muito bem qualificados (40% Doutores e 60% Mestres),
avaliaram o material educativo como adequado, obtendo escore 0,88 no IVC, bem
como adequado ao público, pontuando 86 no SAM. Avaliando o aplicativo em um
geral, os juízes compreenderam, a partir do coeficiente de Kappa que o aplicativo é
adequado aos objetivos, onde obteve escore 90 significando adequação. Posterior a
validação dos juízes, decorreu o estudo piloto, onde foi possível ver a estabilidade
do aplicativo, mantendo-se estável e armazenando os dados corretamente. Além
disso, foi coletado informações sobre como os usuários enxergam a usabilidade do
aplicativo dos 52 participantes, 76,9% avaliaram como melhor imaginável e 100%
destes classificaram entre melhor imaginável, excelente e bom, compreendendo a
partir dos parâmetros do SUS que o aplicativo é usual. Conclusão: Esta pesquisa
evidenciou os processos de criação e validação de um aplicativo móvel, visando
promoção de saúde mental e educação em saúde. É perceptível a partir da
avaliação dos juízes que o aplicativo tem potencialidade para o que foi projetado, em
todas as avaliações obteve ótimos escores.

Pessoas com doenças genéticas raras (DGR’s) enfrentam uma série de desafios no
acompanhamento de sua condição, do nascimento ao diagnóstico e tratamento, toda a rotina é
alterada e situações de muita angústia e sofrimento assolam os pacientes e seus familiares e o
surgimento da pandemia de COVID-19 amplificou esse difícil cenário devido às suas
consequências para o sistema de saúde. Portanto, o presente estudo teve como objetivo
investigar o acesso à saúde e o suporte social, à população com DGR´s, como também os
impactos provocados pela pandemia do Covid-19. Realizou-se um estudo observacional
descritivo do tipo transversal, no âmbito da investigação quali-quantitativa. A população do
estudo incluiu 152 pessoas acometidas com DGR´s residentes no estado do Rio Grande do
Norte, sendo 90 homens e 62 Mulheres. Cada paciente incluído e/ou seu cuidador foi
informado sobre os objetivos e métodos envolvidos no estudo e, após seu consentimento, foi
aplicado um instrumento para a realização da coleta de dados “Escala de Percepção do Acesso
à Saúde e Suporte Social em acometidos por Doenças Raras (Passs)”, foram incluídos dados
sociodemográficos a fim de caracterizar a população e como também, informações a respeito
das principais limitações e dificuldades impostas pela pandemia. Os aspectos éticos desta
pesquisa foram avaliados e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional. Em
relação às características sociodemográficas dos pacientes, predominaram indivíduos de 5 a
18 anos (n=88; 57,9%), com ensino fundamental incompleto (n=71; 46,7%) e provenientes da
cidade de Natal (n=49; 32,2%) e região metropolitana de Natal (n=36; 23,7%). A renda
familiar mais expressiva foi de ≥ 1 a < 3 salários mínimos (n=107; 70,4%). Considerando o
grau de parentesco dos cuidadores prevaleceram as genitoras (n=130; 97,7%), na faixa etária
de 36 a 45 anos (n=51; 38,3%) e ensino médio incompleto (n=62; 46,6%). Foram doenças
diversas, entretanto, algumas se destacam: Distrofia Muscular de Duchenne (n=63; 41,4%) e
Amiotrofia Muscular Espinhal tipo 3 (n=13; 8,6%). Para os Erros Inatos do Metabolismo, as
Mucopolissacaridoses tipo 6 (n=14; 9,2%) e Lipodistrofia congênita de Seip-Berardinelli
(n=10; 6,6%). Os maiores valores concentrados para os domínios entre as faixas foram:
recursos em saúde, financeiros, aspectos sociais entre 25% a 50% respectivamente (n=83),
(n=84) e (n=74); e os aspectos individuais permeando quase equiparado entre duas faixas 0 a
25% (n=59) e 25% a 50% (n=52). A análise dos resultados revelou que a pandemia provocou
diversos contratempos no tratamento dos pacientes, como adiamentos ou cancelamentos de
consultas médicas presenciais (n=140; 92,1%), cirurgias e/ou cancelamentos de transplantes
(n= 10; 6,6%) e falta de medicamento para a doença genética específica (n=14; 9,2%). Além
disso, uma alta porcentagem dos pacientes incluídos ou seus cuidadores relataram prejuízos
em sua saúde (n=49; 32,2%) e/ou bem-estar (n=102; 67,1%). Um paciente também relatou
prejuízo na resolução de problemas potencialmente fatais. A maioria relatou sentir-se
ameaçada pela pandemia (n=60; 39,5%) e solidão ou isolamento (n=100; 65,8%). Alguns
também relataram vivenciar complicações das doenças, como progressão da fraqueza
muscular e problemas cardiorrespiratórios (n=28; 18,4%). Verificou-se que mais da metade
(n=101; 66,4%) teve acesso as teleconsultas e/ou acompanhamentos online e até se sentiu
mais assistida/apoiada por estas novas modalidades. Grande parte (n=86; 85,1%) também
considerou as teleconsultas resolutivas ou parcialmente resolutivas, avaliando-as como uma
boa alternativa para manter contato com os profissionais de saúde. Os objetivos da pesquisa
foram alcançadas, tendo em vista que foi possível analisar o acesso aos serviços de saúde e o
suporte social, sendo todos os resultados entre as faixas dos domínios, analise perceptivas em
grande maioria não ultrapassando 50% e chamando atenção para os aspectos individuais que
não ultrapassaram em sua maioria os 25%, isto é razoável quanto ao acesso ao diagnóstico,
tratamento e acompanhamento, como também situação econômica individual bastante
limitada, e bem estar físico e mental bastante prejudicado. A pandemia de COVID-19 teve
impactos importantes no acesso à saúde dos pacientes avaliados, como cancelamentos e
adiamentos no tratamento, e que as teleconsultas e/ou acompanhamentos online foram
modalidades essenciais para uma boa assistência durante este período. Assim, faz-se
necessário, um foco maior dos gestores públicos do Rio Grande do Norte, fazendo-se assim
uma necessidade emergente de um serviço de referência em DGR´s no nosso estado, visando
contribuir para uma rede de serviços em saúde mais efetiva para a população acometida.

Este estudo tem como objetivo adaptar transculturalmente o instrumento “Holistic Assessment”, do tidal model, para uso no Brasil. Como desdobramento deste, objetivamos: averiguar as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural do “Holistic Assessment” adaptado para o Brasil por meio de um comitê de especialistase e verificar as evidências relacionadas a clareza no processo de resposta da versão adaptada do “Holistic Assessment” pelos usuários e enfermeiros. Trata-se de um estudo metodológico de adaptação transcultural, seguindo a metodologia proposta por Beaton, que consistiu em 06 etapas, a saber: Tradução inicial; Síntese das traduções; Retrotradução ou Back Translation; Revisão por um comitê de especialistas; Pré-teste e Submissão da versão pré-final a um Comitê científico especializado em adaptação cultural. As traduções e retrotraduções foram realizadas por 4 tradutores bilíngues de forma independente. A síntese da tradução foi realizada pelo autor e o orientador utilizando critérios de padronização e adequação. A síntese da retrotradução foi realizada com o auxílio de mais um tradutor, pelo autor e orientador. As evidências de validade de conteúdo foram obtidas por meio de um comitê formado por 11 enfermeiros especialistas, sendo verificado as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural, sendo estes analisados por meio do índice de validade de conteúdo e confiabilidade. A análise de conteúdo semântico do instrumento adaptado foi realizada por meio do pré-teste com 15 usuários do Centro de Atenção Psicossocial e 15 enfermeiros de CAPS’s e da Estratégia de Saúde da Família, utilizando o método de sondagem e codificação de resposta através de uma escala likert. As etapas de tradução e adaptação cultural permitiram a realização de ajustes linguísticos para melhor compreensão e aplicabilidade prática dos itens do instrumento para uso no Brasil. O índice de validade de conteúdo da versão brasileira foi de 0,99 e o alfa de cronbach 0,82. No pré-teste os graus médios de compreensão global pelos usuários foi de 4,7 enquanto para os enfermeiros foi de 4,8. Além disso, 100% (n=15) dos enfermeios afirmaram que o instrumento apresenta clareza das informações, visualizam sua aplicabilidade prática e utilizariam na sua prática clínica. Portanto, a adaptação transcultural do instrumento foi realizada adequadamente possibilitando assim a disponibilidade do instrumento de avaliação holística para ser utilizado na prática clínica do enfermeiro no cuidado em saúde mental no Brasil. O estudo possui potencial para contribuir para o avanço do conhecimento científico na área de saúde e enfermagem, qualificando a assistência do enfermeiro dentro do cuidado em saúde mental no Brasil por meio de práticas pautadas no conhecimento técnico/científico e embasado em conhecimentos próprios da profissão, como o uso das teorias de enfermagem, dentre elas o Tidal Model e deste instrumento de Avaliação Holística.

Objetiva-se avaliar a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no enfrentamento da pandemia da Covid-19, a nível da Atenção Primária à Saúde (APS), no município de Apodi, Rio Grande do Norte, Brasil. Sendo os objetivos específicos: conhecer os desafios enfrentados pelo ACS para o desenvolvimento do seu trabalho no contexto da pandemia da Covid-19; levantar as atividades de saúde realizadas pelos ACS no contexto da pandemia da Covid-19; conhecer as condições de trabalho (infraestrutura, capacitação, garantia de biossegurança) disponibilizadas para o ACS atuar no contexto da pandemia de Covid-19; identificar as estratégias viabilizadas pelo ACS para o desenvolvimento do seu processo de trabalho no contexto da pandemia da Covid-19; e identificar, na visão do ACS, as estratégias viabilizadas pela gestão local da APS para o desenvolvimento do seu trabalho no contexto da pandemia de Covid-19. Trata-sedeumapesquisadescritiva, exploratória, de abordagem qualitativa. Configurou-se como local da pesquisa as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Apodi/RN, que conta com 11 Equipes Saúde da Família (ESF). Os participantes da pesquisa foram 58 Agentes Comunitários de Saúde, de um universo n=83, atuantes nessas UBS. Acoleta de dados ocorreu mediante entrevista semiestruturada que foram analisadas mediante a técnica de Análise de Conteúdo (AC) de Bardin. Da análise, emergiram quatro categorias temáticas que compõem os resultados da pesquisa: O potencial de contribuição do ACS na pandemia da Covid-19;Desafios e dificuldades encontrados pelo ACS para realização do seu trabalho na pandemia da Covid-19; Estratégias da Gestão Local de Saúde para o enfrentamento da Covid-19 sob o olhar do ACS; e Medidas de Controle da Pandemia da Covid-19 sob o olhar do ACS.A partir dos resultados encontrados, concluímos que a realidade apreendida, analisando a percepção dos ACS, atuando no contexto pandêmico, corrobora a inexistência de ações de gestão em saúde local que dessem apoio a esses profissionais no que diz respeito ao planejamento, capacitações, atividades, que possibilitasse a sua atuação no contexto da pandemia da Covid-19. Percebemos a importância de uma APS fortalecida e estruturada, sendo a principal porta de entrada do setor da saúde à situações epidêmicas como a vivenciamos nessa crise sanitária, visto que, as diversidades de atribuições como informação do território, o fortalecimento do vínculo entre o usuário, família e a equipe de saúde, a integralidade da assistência, o monitoramento das famílias vulneráveis e o acompanhamento aos casos durante a visita domiciliar e educação em saúde, que representam, nesse caso, importantes estratégias para diminuição dos implicações de uma crise sanitária. Por fim, concluímos ainda que a pandemia de Covid-19 demandou reorganização do processo de trabalho e dos fluxos assistenciais, e para que o ACS continue desenvolvendo suas atividades deve-se garantir condições dignas de trabalho, capacitação e educação permanente.