PARA CADA ARQUÉTIPO, UMA ANARQUIA: A CONSTRUÇÃO DAS PERSONAGENS PROTAGONISTAS DE VIDA E MORTE DE M. J. GONZAGA DE SÁ, DE LIMA BARRETO
Literatura e Sociedade. Romance. Personagem. Lima Barreto.
Através da literatura é possível adentrarmos no contexto histórico-social de uma determinada sociedade. Lima Barreto em sua literatura nos apresenta um retrato social do Brasil no início do século XX, período marcado pelo início da Primeira República ou República Velha, um país recém saído da escravidão, com fortes traços escravagistas e uma série de problemas sociais, e é nesse contexto em que Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (2017) é escrito. Através da visão das duas personagens protagonistas do romance o autor expõe e contesta a sociedade de seu tempo. Por essa razão, através das perspectivas teóricas de Antonio Candido (2009), György Lukács (1968a; 1968b) e Mikhail Bakhtin (2015), objetivamos investigar a construção social das personagens protagonistas Manoel Joaquim Gonzaga de Sá e Augusto Machado refletindo sobre o olhar destas dentro do romance considerando o contexto social ao qual estas estão inseridas. Além disso, utilizamos também Osman Lins (1976), Sérgio Buarque de Holanda (1995), Candido (1998) e Nelson Coutinho (2011) para que possamos compreender o contexto social retratado no romance. Diante disso, através das experiências de Augusto Machado e Manoel Joaquim Gonzaga de Sá, Lima Barreto nos convida a refletir sobre as lutas e contradições sociais do Rio de Janeiro no início do século XX. Suas histórias são um testemunho da resistência e da busca por dignidade em meio à marginalização e à opressão, oferecendo uma visão penetrante das condições humanas universais de luta e esper