Banca de DEFESA: FELIPE GARCIA DE MEDEIROS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FELIPE GARCIA DE MEDEIROS
DATA : 14/10/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Google meet
TÍTULO:

A ameaça da animalidade em contos de Lygia Fagundes Telles


PALAVRAS-CHAVES:

Lygia Fagundes Telles; Romances; Contos; Animalidade; Fantástico; Duplo.


PÁGINAS: 310
RESUMO:

Na obra de Lygia Fagundes Telles, os animais não humanos destacam-se como seres perturbadores da ordem e até marcam seu estilo intimista e transgressor de questionar da profundidade à superfície, no delineamento do real e do irreal, a expressão da insustentável leveza da condição humana, entre outras problemáticas que envolvem a animalidade e seus devires. Em Seminário dos ratos (1977), contos como “Tigrela” e o que intitula a coletânea, é notável o estranhifício da autora ao evocá-los enquanto personagens decisivos, tão íntegros e complexos quanto o animal humano. Em Invenção e memória (2000), no conto “Suicídio na granja”, acirra-se mais ainda o confronto multiespécies, a tensão, que as aproxima até as confundirem em uma zona de incertezas e de diferenças intensivas. Nos romances, as espécies companheiras também se encontram e se emocionam, como é o caso, por exemplo, de As Horas Nuas (1989), no qual é conferido a um gato o status privilegiado de narrador. Essa presença, estranha e familiar, do animal não humano, em diversos momentos na obra da autora, é um contraponto implacável do próprio humano e, consequentemente, uma afirmação contundente e poética de um mundo e uma socialidade mais que humanos. Nesta linha de pensamento, o objetivo desta tese é analisar como esse contraponto é construído pela autora, numa amostra de três contos selecionados, a saber: “Emanuel” (1980), “O Crachá nos Dentes” (1995) e “Suicídio na Granja” (2000). Para tanto, este estudo recorreu às teorias sobre o modo fantástico, articuladas à linha de pesquisa dos Estudos Animais e à teoria do duplo, relacionado aos animais não humanos. A convergência, para usar a expressão de Remo Ceserani (2017), dessas acepções teóricas é definida nesta tese como “ameaça da animalidade”. Enquanto objetivo secundário, nos romances e em alguns contos, apresentamos a autora como uma verdadeira observadora e crítica dos animais através de um capítulo à parte, intitulado de “Passeio animal em Lygia Fagundes Telles”, a fim de mostrar a importância, a persistência e recorrência da temática da animalidade em toda sua obra como uma marca do seu estilo contestador. Para realizar este trabalho, citam-se alguns autores: sobre os Estudos Animais, Paul Waldau (2013), Mark Bekoff, Haraway (2022); em Literatura e animalidade, Maciel (2016), Kari Weil (2012), Susan Mchugh (2011) e Remo Ceserani (2017); sobre o fantástico, David Roas (2014), Rosalba Campra (2016), Alazraki (2001) e, por fim, sobre o duplo, Rank (2013), Bravo (1998), Søren Landkildehus (2008). Convém ressaltar que no processo investigativo não localizamos abordagens da ficção lygiana com este enfoque, entendemos que esta tese se justifica pelo seu ineditismo e contribuição aos estudos literários.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 5372 - ANTONIA MARLY MOURA DA SILVA
Interno - 3338 - RONIE RODRIGUES DA SILVA
Externo ao Programa - 12595 - FRANCISCO EDSON GONÇALVES LEITE
Externa à Instituição - MARISA MARTINS GAMA-KHALIL - UFU
Externa à Instituição - IARANDA JUREMA FERREIRA BARBOSA - UEPB
Notícia cadastrada em: 09/10/2024 21:46
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