Análise sistêmico-funcional da transitividade e relações lógico-semânticas em questões de linguagens do ENEM
Linguística Sistêmico-Funcional. Transitividade. Relações lógico-semânticas. ENEM.
Este trabalho analisou as relações lógico-semânticas denotadas por orações complexas situadas no comando e nas alternativas de resposta de questões de Linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Para tal feito, consideramos os pressupostos defendidos pela Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) e, mais especificamente, pela Gramática Sistêmico Funcional (GSF) quanto aos sentidos expressos pelos constituintes do Sistema de Transitividade e pelos marcadores de junção de orações do subsistema Lógico-Semântico do Sistema de Conjunção. O referencial teórico foi construído a partir das abordagens preconizadas especialmente por Halliday e Matthiessen (2004), Furtado da Cunha e Souza (2011), Fuzer e Cabral (2014), Mendes (2016), Lima (2016) e Lamb (2024). Nossos objetivos pretenderam, especificamente: i) Descrever os participantes, os processos e as circunstâncias das orações do comando e das alternativas de questões de Linguagens cujos itens são introduzidos por verbos/formas verbais; ii) Interpretar os tipos de processos, os respectivos componentes utilizados e os sentidos expressos por cada um deles no comando e nas alternativas; e iii) Analisar os significados na realização léxico-gramatical no comando e nas alternativas, a fim de analisar possível padrão semântico nas alternativas em relação ao gabarito oficial do exame. Para tais fins, nosso corpus compreendeu a quantidade de 22 (vinte e duas) questões da área de Linguagens cujos comandos contêm orações simples e referentes às provas da primeira aplicação ocorridas entre os anos de 2015 a 2024. Nossa análise visou, assim, a uma compreensão em torno das relações de significado instanciadas pelos constituintes do Sistema de Transitividade no comando das questões e se essas relações fornecem subsídios para o candidato chegar até o item correto de modo mais preciso quando consideradas a alternativa gabarito e as demais alternativas de resposta. Por conseguinte, constatamos que os significados expressos pelos constituintes, tanto das orações do comando como das orações das alternativas gabarito, possuem paralelismo semântico de modo equilibrado, por vezes fornecendo “pistas” para que o candidato assinale a resposta correspondente ao gabarito oficial sem recorrer novamente ao texto motivador, e outras vezes tendo que lançar mão tanto desse recurso como de uma leitura mais atenta dos elementos estruturantes de toda a questão.