Nas fronteiras do nonsense: apropriação e massificação da narrativa Alice no país das maravilhas
Alice no País das Maravilhas; Nonsense; Apropriação; Industria cultural.
Neste trabalho, discutiremos a relação entre nonsense e indústria cultural na narrativa
literária, de Lewis Carroll, e, na narrativa cinematográfica de Tim Burton, de 2010, de Alice no País
das Maravilhas. Isso será feito com o intuito de apontarmos o nonsense como catalisador da
renovação da narrativa supracitada, por meio da apropriação pela indústria cinematográfica, na forma
de adaptação, e da massificação de história pela indústria cultural. A obra literária de Alice no País
das Maravilhas apresenta elementos de nonsense que a torna uma obra peculiar ao seguirmos os
passos da protagonista pelo País das Maravilhas. Da mesma forma, sua adaptação homóloga, de 2010,
possui elementos transcritos da narrativa literária que também englobam o nonsense. Tendo em vista
que a história já foi adaptação variadas vezes para o cinema durante o século XX, acreditamos que o
nonsense é a chave do processo de apropriação da narrativa e massificação pela indústria cultural.
Para tanto, levaremos em consideração, na análise, eixos temáticos como enredo, imagética e
diálogos, em uma perspectiva comparativa, em que o nonsense será evidenciado e relacionado com a
apropriação e massificação pela indústria cultural. Sendo assim, considerando o exposto, estudo reúne
trabalhos acerca da indústria cultural, como Adorno e Horkheimer (1985), Ponte (2011), Benjamin
(2019), estudos em torno da adaptação da cinematográfica, como Stam (2013), apontamentos sobre o
nonsense e a lógica por trás do absurdo, de Deleuze (2015) e pesquisa sobre psicologia das massas de Freud (2011). Nosso corpus contempla a narrativa literária de Lewis Carroll e a adaptação
correspondente da narrativa promovida por Tim Burton, de 2010. Sendo assim, investigaremos ao
papel do nonsense na apropriação e massificação da narrativa pela indústria cultural.