Banca de DEFESA: ANA CAROLINA DA SILVEIRA COSTA SANTIAGO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA CAROLINA DA SILVEIRA COSTA SANTIAGO
DATA : 18/08/2025
HORA: 09:30
LOCAL: Online
TÍTULO:

GÓTICO FEMININO E (R)EVOLUÇÃO: A DEGENERAÇÃO EM OBRAS DE CHARLOTTE PERKINS GILMAN, JÚLIA LOPES DE ALMEIDA E MARIANA ENRIQUEZ

Link: meet.google.com/cbn-rybs-bwx


PALAVRAS-CHAVES:

Degeneração. Degeneração. Gótico feminino. Conto. Literatura comparada.


PÁGINAS: 148
RESUMO:

A presente tese tem como objetivo analisar como o locus horribilis, a exploração da figura da mulher e a opressão patriarcal, aspectos da perspectiva gótica feminina, colaboram com a degeneração de personagens femininas em três contos escritos por mulheres. As obras selecionadas são “O papel de parede amarelo” (1892), da escritora estadunidense Charlotte Perkins Gilman, que trata da devastação da mente feminina diante da reclusão compulsória; “A caolha” (1903), da escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida, que aborda a marginalização, a pobreza e o estigma social que conduzem à degeneração moral da figura feminina; e “As coisas que perdemos no fogo” (2017), da escritora argentina Mariana Enríquez, que evidencia a resistência extrema diante da violência contra os corpos femininos. Os três contos fazem uso de aspectos recorrentes no gótico feminino, entre eles o locus horribilis, para explorar a opressão patriarcal e os medos socialmente construídos. O estudo, portanto, envolveu análises de como os recursos e elementos literários constroem, em épocas e contextos distintos, aspectos do gótico em cada obra. Durante os séculos XVIII e XIX, o gótico literário foi marcado por temas como monstros, demônios e eventos sobrenaturais. A partir do final do século XIX, entretanto, as obras desse modo literário passaram a incorporar discussões sobre a subjetividade humana, as questões sociais, a exploração através do capitalismo e a representação de grupos minoritários. Esta tese se propôs a estudar o encontro entre o gótico e a escrita de autoria feminina, resultando no que Ellen Moers (1976) denomina gótico feminino, uma vertente que emprega o insólito, o terror e o horror como ferramentas de crítica social e representação da experiência feminina. Para as discussões e análises das obras enquanto representações de figuras femininas situadas em contextos patriarcais, buscou-se embasamento teórico em autoras que convergem na compreensão de que as experiências e identidades das mulheres são moldadas por estruturas sociais, econômicas e culturais de poder, em especial Badinter (1980), Federici (2017), Saffioti (2006), Perrot (2007) e Priore (2000). No campo dos estudos sobre o gótico, especialmente o gótico feminino, foram mobilizadas reflexões de Heiland (2004), Hoeveler (1998), Spooner (2006) e Wallace (2009), que reconhecem o texto literário como um espaço de transgressão simbólica e crítica à normatividade patriarcal. Tratando-se de ansiedades culturais que atravessam as representações das questões de gênero nos séculos XIX, XX e XXI, manifestadas e representadas nos três contos em estudo, essa tese buscou construir novos sentidos e significados para questões antigas, como a violência contra figuras femininas, a exploração de seus corpos, o controle de suas mentes e o silenciamento de suas vozes. Conclui-se, assim, que a representação da degeneração da mulher na literatura de autoria feminina não carrega necessariamente um simbolismo negativo, mas pode configurar-se como forma de resistência e insubmissão, uma estratégia narrativa por meio da qual as autoras reescrevem o feminino a partir de suas fissuras e transgressões.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 5329 - MARIA APARECIDA DA COSTA
Interno - 3340 - CHARLES ALBUQUERQUE PONTE
Interno - 1822 - MANOEL FREIRE RODRIGUES
Interna - 12627 - VANESSA BASTOS LIMA
Externo à Instituição - JOSE VILIAN MANGUEIRA - UEPB
Externo à Instituição - José Dantas da Silva Júnior - UEPB
Externo à Instituição - JONAS JEFFERSON DE SOUZA LEITE - UFPE

Notícia cadastrada em: 13/08/2025 14:42
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