Do esquerdomacho ao desconstruído: jogos de verdade e processos de objetivação/subjetivação em discursos sobre as masculinidades contemporâneas
discurso; masculinidades; objetivação; subjetivação; verdade.
A presente dissertação investiga os processos de objetivação e subjetivação que constroem as figuras do homem “esquerdomacho” e do homem “desconstruído” no contexto das masculinidades contemporâneas, com enfoque nos discursos midiáticos digitais. A partir de uma abordagem arquegenealógica, o trabalho analisa como práticas históricas de poder/saber moldaram os comportamentos masculinos, promovendo a vigilância sobre os corpos e a normatização dos afetos, desejos e aparências. No cenário atual de polarização política, as mídias digitais operam como espaço de embates simbólicos, nos quais novas masculinidades emergem como resposta ou resistência a masculinidade hegemônica. Esses novos sujeitos, ainda imprecisos em sua classificação, são simultaneamente exaltados por sua sensibilidade e estudo quanto às suas intenções. Dessa forma, a pesquisa apresenta como objetivo geral analisar os processos de objetivação e subjetivação que constroem o “esquerdomacho” e o “desconstruído” no quadro das masculinidades atuais, tendo em vista os jogos de verdade que interseccionam o pertencimento político, as sensibilidades contemporâneas e as questões de gênero nas mídias digitais. Como objetivos específicos, tem-se: i) descrever as estratégias discursivas que objetificam o “esquerdomacho” e o “desconstruído”, buscando identificar pontos de aproximação e de distanciamento; ii) interpretar como esses processos de objetivação/subjetivação se relacionam com os pertencimentos político-partidários no âmbito da polarização brasileira contemporânea; iii) discutir de que maneira os processos de objetivação/subjetivação do “esquerdomacho” e do “desconstruído” assinalam o funcionamento das sensibilidades contemporâneas e as questões de gênero nas mídias digitais. Para tanto, o estudo toma como base teórica os fundamentos de Foucault (2008, 2019, 2021, 2023, 2024) comentadores de seus escritos como Voss e Navarro (2013) e Gregolin (2016), além das teorias pautada em questões de gênero, mídia digital e identidade, a exemplo de Jablonka (2021), Prado (2024), Paveau (2021), dentre outros.