SOB O DOMÍNIO DE EROS: O AMOR QUE (DES) ORIENTA NO ROMANCE CONTEMPORÂNEO PORTUGUÊS
relações amorosas; personagens femininas; Inês Pedrosa; Lídia Jorge.
A trajetória do amor Eros permeia a literatura de forma recorrente e assume variáveis que se adequam ao contexto social e existencial do sujeito. Desta maneira, a presente pesquisa objetiva fazer um estudo crítico sobre as relações amorosas e a forma como estas relações influenciam os caminhos e lapidam a identidade das personagens femininas dos romances Nas tuas mãos (2005), de Inês Pedrosa, e A noite das mulheres cantoras (2012), de Lídia Jorge. Ambas inseridas no contexto da literatura portuguesa de expressão contemporânea, costumam representar esteticamente, e de forma reincidente, personagens femininas que assumem o centro das narrativas e vivenciam amores incorrigíveis e arrebatadores. Assim sendo, as discussões teóricas se ancoram em pressupostos de Carlos Reis (2004), Miguel Real (2012), Álvaro Cardoso Gomes e Ana Paula Arnaut (2010), os quais pontuam reflexões sobre aspectos e formas que o romance português contemporâneo adere; Platão (2012), fonte primordial para a concepção de amor no ocidente, embasa as reflexões sobre o amor Eros, junto às considerações dos teóricos mais contemporâneos, como Denis de Rougemont (1988); Júlia Kristeva (1988), que abarca uma visão psicanalista e reflete sobre os desdobramentos do amor no sujeito apaixonado; Anthony Giddens (1993), que adota uma perspectiva no campo mais social sobre as relações inseridas na modernidade; Roland Barthes (1981), que trata sobre termos que permeiam e configuram os discursos literários amorosos, dentre outros. Para tanto, a realização plena desta pesquisa, perpassa por percursos teóricos que transpassam eixos filosóficos, psicanalíticos, sociais e culturais.