A FILOSOFIA COMO EXERCÍCIO ESPIRITUAL EM PIERRE HADOT: CONTRIBUIÇÕES À INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH NO ENSINO MÉDIO
Filosofia; Exercícios espirituais; TDAH e inclusão escolar; Experiência de pensamento;
A pesquisa intitulada "A Filosofia como exercício espiritual em Pierre Hadot: Contribuições à inclusão escolar de alunos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH no ensino médio" se justifica pelos princípios da dignidade da pessoa humana, da cidadania e da equidade decorrentes do acesso democrático e igualitário dos estudantes à escola e à formação que ela oportuniza, sobretudo por meio do desenvolvimento do ato reflexivo-filosófico, que é próprio do ensino de filosofia. Para enfrentar o problema do acesso ao ato reflexivo a partir de um público específico que integra a comunidade escolar, a saber, alunos e alunas que apresentam o TDAH, propõe-se uma investigação estruturada a partir do diálogo entre conceitos filosóficos extraídos do pensamento de Pierre Hadot, dentre os quais os de filosofia como modo de vida, exercícios espirituais e cuidado de si, permitindo relacioná-los com a filosofia de Michel Foucault, em sua Hermenêutica do Sujeito (2010), e com o pensamento do filósofo Walter Omar Kohan, neste caso ao abordar os temas da infância e experiência de pensamento (2003), analisando-se a possibilidade de a filosofia, compreendida como modo de vida e expressa por meio dos exercícios espirituais contribuir para a inclusão escolar desses estudantes no ensino médio da educação básica por meio de uma experiência de pensar que ressignifique a posição de cada aluno(a) consigo mesmo(a) e/ou quanto ao espaço que ocupa na comunidade, hipótese a ser verificada por meio de intervenção junto ao público-alvo que apresenta a disfunção, matriculado nas turmas dos primeiros anos do ensino médio, na Escola Estadual Querubina Silveira, em Cerro Corá/RN, cenário de desenvolvimento do estudo. Dentre os objetivos secundários, citam-se a problematização acerca do alcance e limites da filosofia, enquanto componente curricular, viabilizador do autoconhecimento e da autogestão dos educandos com TDAH no ensino médio e a identificação dos objetivos do ensino filosófico na contemporaneidade em contraposição aos ditames legais e curriculares estabelecidos atualmente, o que surgirá da indagação acerca da extensão do público que eventualmente pode praticar o ato reflexivo no contexto escolar. A pesquisa proposta, desenvolvida sob uma abordagem de pesquisa-ação, pretende contribuir para a transformação de uma situação-problema: o acesso ao ato reflexivo, fortalecendo o ensino filosófico enquanto ramo autônomo da filosofia e, de maneira preponderante, instrumentalizando a inclusão de um público específico da comunidade escolar, graças ao autoconhecimento, à autonomia dos sujeitos e à emancipação que a experiência de pensamento pode viabilizar.