AVALIAÇÕES EXTERNAS NA PRÁTICA ESCOLAR: como os sujeitos interpretam o SAEB em contexto local
Avaliação Externa; SAEB; Redes Políticas; Contexto da Prática.
Este trabalho aborda o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) como parte das avaliações externas na prática escolar, com o seguinte questionamento: como os sujeitos interpretam as políticas de avaliação externa, em especial o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), no contexto da prática? Tem como lócus de pesquisa a Escola Azul, jurisdicionada à 12ª Diretoria de Educação e da Cultura (DIREC), aqui definida como contexto da prática. De maneira geral, objetiva investigar como os sujeitos interpretam as políticas de avaliação externa, em especial o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), no contexto da prática de uma escola da rede estadual de Mossoró-RN nos anos iniciais do ensino fundamental. Define os seguintes objetivos específicos: a) compreender políticas públicas de avaliação externa como parte de redes políticas; b) investigar como a 12ª Diretoria de Educação e da Cultura (DIREC) articula e lida com demandas dessas avaliações com as necessidades internas da escola; c) analisar como os sujeitos interpretam a política de avaliação externa e sua aplicabilidade no contexto escolar. Trata de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório-interpretativo. Utilizamos como referencial teórico a abordagem do Ciclo de políticas proposto por Ball e Bowe (1992), especialmente o contexto da prática, articulada à ideia de rede de políticas, com base em leituras de Lopes e Macedo, Mainardes, Bonamino e Sousa com vista a melhor compreender questões específicas ao tema, em especial no que diz respeito à lógica de políticas em espaços escolares. Na metodologia, utiliza como procedimentos de pesquisa a observação dos espaços escolares e também da 12ª DIREC, questionários semiestruturados aplicados com a equipe Gestora da escola (diretora, coordenadora, supervisora e professoras do 5º ano do ensino fundamental e os assessores pedagógicos da 12ª DIREC); também, a análise de documentos de referência sendo o Projeto Político-Pedagógico (P.P.P.), as Referências Básicas que rege o P.P.P. do Estado do Rio Grande do Norte, documentos de referência do SAEB, entre outros. Consideramos que a leitura dos referenciais então destacados nos ajudou a compreender a preocupação dos autores em debater como esse movimento influenciou o surgimento da avaliação em larga escala; a análise das falas dos atores sociais evidencia que, embora a instituição e/ou 12ª DIREC ofereçam formações específicas voltadas à compreensão e ao uso das avaliações externas, em especial o SAEB, os profissionais da escola, tanto da gestão quanto do corpo docente, ainda não se percebem plenamente preparados para lidar com esse processo, sobretudo no que se refere à interpretação e utilização dos resultados obtidos. Os processos formativos disponibilizados, segundo os sujeitos, são reconhecidos como importantes, mas ainda limitados em profundidade e aplicabilidade prática. Observou-se, também, que a 12ª DIREC cumpre com o papel de articulação entre a escola e as políticas de avaliação externa, funcionando como um elo institucional. Contudo, os relatos indicam a necessidade de aprimoramento desse suporte, com ênfase em formações mais contextualizadas, práticas e um acompanhamento técnico mais próximo, que auxilie as escolas na elaboração de ações pedagógicas eficazes a partir dos resultados do SAEB.