Avaliação epidemiológica das tartarugas-marinhas encalhadas na região da bacia potiguar Rio Grande do Norte e Ceará.
Reabilitação, tartarugas-marinhas, saúde única, epidemiologia, sentinelas.
O frequente encalhe de tartarugas-marinhas vivas e mortas revela uma lacuna de conhecimentos sobre o complexo percurso de processos entre saúde e doença e de exposição à riscos antropogênicos e/ou naturais destes animais no meio ambiente marinho. Na Bacia Potiguar RN/CE, registra-se a ocorrência das cinco espécies de tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil. Como parte de um projeto de amplitude nacional (Projeto Monitoramento de Praias - PMP), nesta região da costa litorânea, estas espécies resgatadas são encaminhadas para o Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do PCCB-UERN para a recuperação e/ou investigação das causas de encalhe e de mortalidade. As cinco espécies de tartarugas-marinhas encontram-se na lista de animais ameaçados de extinção. Com uma visão do Conceito de Saúde Única, a caracterização dos aspectos epidemiológicos das causas de encalhe e de mortalidade de tartarugas-marinhas na Bacia Potiguar RN/CE pode contribuir para o subsídio de medidas para a conservação deste grupo taxonômico. Além disso, contribuir não só na elucidação de questões relativas à saúde das tartarugas-marinhas e do meio ambiente em que vivem, mas também para as práticas sustentáveis, educação ambiental e saúde da população local. Sendo assim, em prol da relevância destas espécies para os processos ecológicos ecossistêmicos e da importância destas espécies como sentinelas para saúde ambiental e importância nos serviços ecossistêmicos, este estudo teve como objetivo fazer uma avaliação epidemiológica dos casos clínicos de tartarugas-marinhas encalhadas no litoral setentrional do Rio Grande do Norte e no litoral leste do Ceará no ano de 2020 e das implicações destes casos para a conservação deste grupo taxonômico, do meio ambiente e para a saúde da população local.