CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS POR MENORES DE 2 ANOS E FATORES ASSOCIADOS
Nutrição do lactente; Alimentação complementar; alimentos ultraprocessados; Cuidado da criança, Atenção Primária à Saúde
O consumo de alimentos ultraprocessados está cada vez mais precoce, isso confere um maior risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, assim o objetivo desse estudo foi avaliar a introdução de alimentos ultraprocessados na alimentação de crianças menores de dois anos e seus fatores associados. O trabalho foi construído em duas partes, sendo a primeira composta pelo referencial teórico e a segunda a pesquisa de campo. Para a pesquisa de campo utilizou-se como metodologia um estudo transversal quantitativo, realizado com mães ou cuidadores de crianças menores de 2 anos, acompanhadas nas unidades básicas de saúde que possuem residência multiprofissional implantadas na cidade de Mossoró/RN. A coleta de dados foi realizada nos dias de atendimento de puericultura e vacinação, onde aplicou-se um questionários socioeconômico e demográfico da família com algumas perguntas referente ao consumo de alimentos ultraprocessados e outro questionário sobre o consumo alimentar da criança, através deles foi avaliada a presença do consumo de alimentos ultraprocessados e sua associação com características socioeconômicas e demográficas através da regressão de poison. Nossa amostra foi composta por 293 mães ou cuidadores, dentre as quais 97,3% erão do sexo feminino, dentre as crianças 52,2% também do sexo feminino com média de idade de 7,1 meses. 53,7% das crianças menores de 6 meses estavam em aleitamento materno exclusivo e 30,5 tomavam fórmula, 67,1% das crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos estavam em aleitamento materno continuado e 30,2% delas consumiram mingau no dia anterior a pesquisa. Foi identificada prevalência de 37,8% de consumo de alimentos ultraprocessados, e os fatores associados a esse consumo foram, menor escolaridade materna, receber ajuda financeira, receber orientação sobre alimentação complementar e maior idade da criança. Esses achados evidenciam a introdução precoce de alimentos ultraprocessados em menores de 2 anos, prática não recomendada para essa faixa etária. Foi possível contribuir com o conhecimento sobre os fatores associados a essa introdução precoce e dessa forma fornecer dados para formulação de políticas públicas de fortalecimento do aleitamento materno e alimentação complementar adequada.