Banca de QUALIFICAÇÃO: FELIPE GARCIA DE MEDEIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FELIPE GARCIA DE MEDEIROS
DATA : 03/08/2023
HORA: 08:30
LOCAL: remota
TÍTULO:

O humano sob ameaça: incertitude e animalidade em contos de Lygia F. Telles


PALAVRAS-CHAVES:

Lygia Fagundes Telles; Contos; Animalidade; Humanidade; Fantástico; Incertitude.  


PÁGINAS: 125
RESUMO:

Lygia Fagundes Telles sempre se interessou pelos animais não-humanos como protagonistas de suas narrativas, o que é evidente na sua segunda coletânea de contos, Seminário dos ratos (1977). Da escrita alegórica do conto que intitula a obra até a perspectiva insólita, ambígua, que sugere um entrelaçamento íntimo e (homo)afetivo entre animal humano e não-humano no conto “Tigrela”, é notável a sensibilidade da autora ao evocar, em um dos seus primeiros contos, nossa animalidade inerente, além de nos convidar a rever as fronteiras que pretendem separar as espécies, dividi-las hierarquicamente. Em obras como A Noite escura e mais eu (1995) e Invenção e memória (2000), à medida que sua percepção sobre os animais se afasta de um viés alegórico ou metafórico, em alguns contos, como “O crachá nos dentes” e “Suicídio na granja”, acirra-se mais ainda o confronto entre eles, a tensão, a dúvida, aproximando-os até os confundirem. Essa proximidade ocorre, em primeiro lugar, através de uma crítica à ideia de natureza humana. O romance As horas nuas é um exemplo claro dessa linha de representação, basta que o leitor dê ouvidos (e razão) ao gato. Em segundo lugar, considerando-se às nossas precárias noções do real, seja dentro ou fora da literatura, esses expedientes também são problematizados na estrutura do conto “Rua Sabará, 400”; e, por fim, acrescente-se a presença (estranha e familiar) do animal não-humano como contraponto implacável da nossa insustentável humanidade. Essa animalidade que nos confronta, aliás, é ensejada pela autora através do modo fantástico, quer dizer, é por meio do sobrenatural que se pode chegar, através do discurso mimético, ao animal não-humano e o que há em nós. É, pois, esta perspectiva que esta Tese pretende defender ao articular os Estudos animais e as teorias do fantástico na análise de contos de Lygia Fagundes Telles que potencializam o protagonismo do animal. Para tanto, outros autores orientarão este trabalho, como Derrida, Heidegger, Foucault, Deleuze, Delort, Remo Ceserani; e, considerando o aspecto inter/transdisciplinar deste estudo, Darwin, Foley, Haraway, Peter Singer, Waldau, Kari Weil etc. Como não localizamos pesquisas com este enfoque sobre Lygia Fagundes Telles, e em seus contos, a justificativa desta tese é dada pelo seu ineditismo e contribuição aos estudos literários.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 5372 - ANTONIA MARLY MOURA DA SILVA
Interno - 3340 - CHARLES ALBUQUERQUE PONTE
Externo ao Programa - 12595 - FRANCISCO EDSON GONÇALVES LEITE
Notícia cadastrada em: 31/07/2023 08:53
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