“E EU SOU NEGRO”? VOZES DAS CRIANÇAS NEGRAS PRESENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM UMA ESCOLA NO CAMPO DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN
Infâncias negras; crianças do campo; Educação Infantil
Este trabalho aborda as infâncias negras presentes na Educação Infantil
pertencentes ao território do campo, as crianças são representadas nesse estudo
como um coletivo de resistência para evidenciar uma infância sem racismo.
Entendendo que o silenciamento em suas diversas formas de opressões está imerso
nas infâncias, e além, predominante nas infâncias negras, por esse motivo que
construímos uma pesquisa em que questiona o lugar da criança negra na escola e
permite a escutar das suas narrativas. O objetivo da pesquisa é conhecer e
compreender as histórias das crianças negras de uma turma de Educação Infantil
em uma escola no campo da cidade de Mossoró–RN. Por isso, baseamos o estudo
na perspectiva alternativa Paulo Freire (1981) e nos direcionamentos ativistas de
Rachel D’Souza (2013). A construção das trajetórias para descobrir as histórias que
são a base da pesquisa se fazem presentes por meio da observação participante,
Altino Martins Filho e Carmem Barbosa (2010), da escuta, Silvia Cruz (2008) e das
conversações, Debora Silveira e Anete Abramowicz (2005). Os primeiros achados
nos dizem que as crianças como sujeitos em pesquisa estavam exercendo a sua
autoria em cada aproximação, desde das assinaturas dos termos até mesmo a
questionar se estava gravando. A cada momento construímos uma pesquisa em que
buscava trazer os ensinamentos de Beatriz Nascimento (2022). Ao fazer com que as
crianças sejam vistas a partir do seu olhar, as infâncias negras pertencentes ao
campo estão em processo de entendimento racial e se encontram na escola, porém
as práticas pedagógicas limitam a negritude e subestimam as crianças, por isso a
necessidade de uma formação descoloniza e antirracista.