OS CENTROS DE INTERMEDIAÇÃO DOS FLUXOS SOCIOECONÔMICOS NO SERTÃO: Uma análise do impacto da função de centralidade urbana sob a dinâmica econômica e urbana, local e regional, das Cidades Intermediárias do Semiárido Nordestino (2008-2022)
Cidades Intermediárias; Rede Urbana; Dinâmica Urbano-Regional; Semiárido Nordestino.
A forma como está estruturada a rede urbana repercute sobre os espaços urbanos que a integram. Sob esta perspectiva, ganham cada vez mais relevância os lugares intermediadores. Partindo da perspectiva histórico-estruturalista, se fez uso de pesquisas bibliográfica e documental, sendo de natureza quantitativa, para analisar a estrutura e a dinâmica econômica, regional e urbana das cidades intermediárias do Semiárido Nordestino, no período de 2010 a 2022. Como resultado da investigação, O Semiárido Nordestino é o território mais fragmentado do Nordeste, dos 135 Centros de Zona (A e B) e 1436 Centros Locais, respectivamente, 103 e 1059 estão no Semiárido que pertence à Região. A estrutura produtiva da rede urbana nordestina e do semiárido segue uma clara divisão funcional hierárquica. Os centros de mais alta hierarquia tem os Serviços, principalmente, e a Indústria com maior relevância na sua economia e na regional, enquanto as hierarquias intermediárias tem especialidade maior nos serviços com relação a própria economia e a base da rede urbana com maior presença, em sua própria economia, da Administração Pública e da Agropecuária, sendo este segundo com peso relevante na economia regional. Além disso, observou-se que a atividade industrial está concentrada, na esfera regional, estadual e local, mesmo na região atrasada, pois Bahia, Pernambuco e Ceará detêm 78% do VBPI regional em 2021, concentrado nas capitais e seus entornos. Também foi observado que o peso do VAB e do emprego formal da Administração pública estão muito próximos a proporcionalidade da população, indicando a frágil dinâmica das atividades do segundo e terceiro setor nas localidades menores, afastando a ideia de dependência da administração pública. No Nordeste, em 2021, nesses mesmos centros estavam 47% da população, 49% do VAB da Adm. Pública e 42% dos Empregos formais da Adm. Pública, nos centros intermediários, respectivamente, 20%, 21% e 13%, e o caso dos grandes centros, 32%, 32% e 44%. No caso das dinâmicas Inter e Intrarregional, o Semiárido Nordestino vem passando por um processo de urbanização acelerada, com aumento das atividades relacionadas, mas que 71,9% da população rural do Nordeste vive no Semiárido. O maior responsável por essas transformações estruturais é o Estado, principalmente por meio das políticas implícitas, impulsionaram o consumo e a dinâmica local, não só local como também mercado consumidor para produtos de outras regiões. No tocante a análise individualizada intra-hierarquias, notou-se uma grande dispersão dos indicadores de centralidade urbana, com alguns centros intermediários menores adentrando ao nível de infraestrutura de centros de hierarquia maior, mas, que no geral, existia um certo nivelamento, onde os conjuntos urbanos de hierarquia REGIC maior estavam nos níveis de centralidade superior, com uma certa exceção de alguns conjuntos urbanos de hierarquia menor em mesmo nível.