TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL E RESISTÊNCIA CAMPONESA NA CHAPADA DO APODI/RN: CONFLITO SOCIOAMBIENTAL ENTRE AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO
Chapada do Apodi; Agricultura familiar camponesa; Agronegócio; Conflitos socioambientais; Semiárido.
Ao longo do tempo, o espaço geográfico é resultante das transformações provocadas pelas ações ou atividades humanas, por meio de suas relações sociais. A princípio essa transformação se deu no espaço rural, através da técnica e no desenvolvimento das relações econômicas, políticas, culturais, assim, produzindo o território, a partir da apropriação do espaço pelas ações humanas. É por meio dessas relações, após o desenvolvimento da agricultura, sendo uma atividade que provocou grandes mudanças ao longo do tempo num processo de inter-relação entre o ambiente natural e social. Diante dessa perspectiva, a pesquisa pretende discutir as transformações provocadas pela atividade agrícola na Chapada do Apodi-RN, dando ênfase ao embate entre agricultura familiar camponesa e o agronegócio e as consequências produzidas por esse conflito. Portanto, a pesquisa está alicerçada na seguinte problemática: quais as consequências geradas pelo embate entre agricultura familiar camponesa e o agronegócio capitalista? A partir dessa questão norteadora, a pesquisa tem como objetivo geral analisar a (re)organização territorial da produção agrícola na Chapada do Apodi/RN, considerando o conflito socioambiental entre os dois modelos de produção supracitados. Para tanto, foram elencados os seguintes objetivos específicos: compreender o papel da Globalização no processo de desagregação dos espaços agrícolas no Semiárido; avaliar as políticas de desenvolvimento rural territorial com foco no semiárido; identificar cronologicamente a dinâmica de construção territorial da Chapada do Apodi antes da territorialização do capital; problematizar os conflitos socioambientais que se estabelecem entre o agronegócio e agricultura familiar camponesa. Para a construção dessas discussões, fundamenta-se nos seguintes autores: Oliveira (2014); Abrão (2010); Pinto (2018); Santos (2016); Felício (2006); Albano (2014); Matos e Pessôa (2011); Filho (2006); Campos (2006) e dentre outros que dão suporte à fundamentação desta pesquisa. Metodologicamente, a pesquisa se instrumentaliza no método quanti-qualitativo, a fim de interpretar as relações sociais no território vivido pelos sujeitos. Assim sendo, caracterizando por ser uma pesquisa exploratória e descritiva, fundamentando-se no materialismo histórico-dialético, permitindo uma leitura dos fatos relacionados às transformações territoriais, provocadas pelos seres humanos. Logo, esperamos obter, no que refere-se aos resultados desta pesquisa, a análise dos efeitos socioambientais provocados pelas ações dos representantes do agronegócio na comunidade amostral presente na Chapada do Apodi-RN, que pratica agricultura familiar camponesa e que sofre com as investidas do agronegócio.