O SENTIDO E O LUGAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA
INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO EM UMA ESCOLA
DE ÁGUA NOVA/RN
Análise de Discurso; Educação Física Escolar; Inclusão; TEA.
O estudo foi feito numa escola municipal de Água Nova/RN, que se destaca por oferecer Educação Física desde o início e acolher crianças da área rural. Isso torna o local ideal para análise. Os achados revelam que a Educação Física é vista como crucial para a interação social, o avanço motor e a autoconfiança de crianças com TEA. Contudo, ainda há entraves na qualificação dos professores, na falta de verbas e em ideias fixas sobre o TEA. É vital pensar sobre o papel da Educação Física escolar na inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sobretudo nas primeiras séries. Em meio a obstáculos estruturais, pedagógicos e de atitude, a matéria é deixada de lado, vista como passatempo. Assim, a pesquisa buscou investigar o papel da Educação Física na inclusão de crianças com TEA numa escola pública de Água Nova/RN. Para isso, usa a visão histórico-cultural de Vigotski, que vê a deficiência como algo social, e a Análise de Discurso de Orlandi, que ajuda a entender os sentidos nos discursos e documentos. A pesquisa é qualitativa e descritiva, unindo análise de documentos (PPP, currículos) com entrevistas com oito pessoas (professoras, professor de Educação Física, diretora e coordenadora). A escola em Água Nova/RN é especial, pois tem Educação Física no início e inclui crianças da zona rural, sendo um ótimo lugar para estudar. Os resultados mostram que a Educação Física é importante para a socialização, o desenvolvimento motor e a autoestima de crianças com TEA, mas há desafios na formação de professores, na falta de recursos e em visões antigas sobre o TEA. A análise dos documentos mostrou que, apesar de a Educação Física ser vista como essencial, os textos não falam do TEA, criando falhas entre o que se diz e o que se faz. Conclui-se que, mesmo com potencial, a Educação Física não é vista como importante, tendo que se tornar uma prática formativa, justa e inclusiva.