A ORALIDADE, A LEITURA E A ESCRITA MOBILIZADAS NA PRÁTICA DE DOCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE COM BASE NO PROJETO DESAFIOS
Alfabetização. Oralidade. Leitura. Escrita. Projeto Desafios.
Esta dissertação busca analisar como a oralidade, a leitura e a escrita, enquanto elementos articulados pelo Projeto Desafios, continuam fazendo parte da prática de docentes em uma escola pública do Rio Grande do Norte, no município de Pau dos Ferros/RN, mesmo após a conclusão do projeto. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi desenvolvida a partir de duas etapas: a) revisão bibliográfica, fundamentada em autores que discutem temáticas como alfabetização, oralidade, leitura e escrita, além do uso de bases legais que fundamentam o Ensino Fundamental de nove anos; b) pesquisa de campo na escola lócus desta pesquisa, a qual consistiu em coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas com as colaboradoras – professoras do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, gestora escolar e supervisão pedagógica que tenham participado do Projeto Desafios e/ou que fazem parte da equipe escolar, além de observações de aulas das professoras colaboradoras em turmas de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Tais observações foram registradas em diário de campo. Fez-se uso, ainda, de trechos dos registros avaliativos das turmas de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Os resultados foram tratados a partir da articulação entre a discussão teórica apresentada nesta dissertação e os dados que emergiram das entrevistas e observações, reverenciando-se atenciosamente os posicionamentos assumidos pelas colaboradoras. Os dados sinalizam que o fazer pedagógico necessita contemplar as heterogeneidades e singularidades discentes em sala de aula, levando em conta a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Quanto à oralidade, leitura e escrita, articuladas no manejo didático-pedagógico docente, com base no projeto Desafios, constata-se a presença de uma escuta docente diante das dificuldades dos alunos, a insistência em atividades através das palavras-valise, rébus e revestrés. Quanto à oralidade, há necessidade da existência de práticas contínuas que mobilizem os traquejos orais próprios à infância. Por último, ressalta-se que o professor alfabetizador, visto pelas colaboradoras como alguém que necessita ter vocação para o ensino, necessita também, de fato, de um repertório de conhecimentos/saberes que o habilitem à docência. Para além do manejo didático-pedagógico, os dados apontam para a necessidade de uma reorganização do trabalho escolar que insista em fazer da alfabetização sua verdadeira primazia enquanto comprometimento social.